Saúde do colaborador: a saúde mental é responsabilidade compartilhada
Uma das competências humanas é a habilidade em gerenciar os pensamentos para otimizar sua rotina diária, inclusive no ambiente de trabalho. Contudo, muitos enfrentam desafios para manejar suas emoções no cotidiano, o que pode levar a sintomas de ansiedade, estresse, tristeza, desânimo, entre outros. Essa dificuldade pode aumentar o risco de desenvolver problemas emocionais.
Desde janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece e classifica o burnout como uma condição ocupacional, atribuindo sua principal causa ao estresse e sobrecarga no ambiente de trabalho.
O aumento significativo de 38% em 2023 nos afastamentos decorrentes de transtornos mentais e emocionais reflete a urgência em promover e aprimorar os cuidados e intervenções eficazes com a saúde mental. O Brasil ocupa a segunda posição com maior prevalência em transtorno de ansiedade, segundo a OMS. Além disso, 72% das pessoas se declaram estressadas no trabalho, de acordo com dados de uma pesquisa da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil).
Quando o assunto é saúde mental do colaborador, de quem é a responsabilidade? É sobre isso que vamos falar nesse artigo.
A saúde mental do colaborador não é responsabilidade exclusiva da liderança
A saúde mental é uma responsabilidade compartilhada no ambiente de trabalho. Isso significa que, embora cada indivíduo deva cuidar de seu próprio bem-estar emocional, é importante que o empregador proporcione um ambiente de escuta ativa, respeito e cuidado humanizado, permitindo que os profissionais desempenhem suas funções mesmo em momentos de instabilidade emocional.
Frequentemente, no ambiente corporativo, o colaborador tende a conversar com seu líder direto sobre desconfortos mentais ou emocionais antes mesmo de buscar ajuda especializada de um psicólogo ou psiquiatra. No entanto, surge uma questão crucial: o que ocorre se esse gestor, equipe de RH e lideranças não estiverem preparados para lidar com essa conversa?
Dificuldades em manejar tais situações podem ter impactos como:
Comunicação inadequada: Falta de clareza e sensibilidade.
Aumento do conflito: Intensificação das tensões.
Perda de confiança: Funcionários desmotivados e desconfiados.
Decisões impulsivas: Ações mal pensadas e prejudiciais.
Impacto negativo na cultura: Ambiente de trabalho tóxico.
Perda de talentos: Funcionários insatisfeitos deixando a empresa.
Portanto, é fundamental que gestores, RH e lideranças recebam treinamento adequado em comunicação, resolução de conflitos e manejo de situações difíceis. Além disso, ter um plano bem estruturado e uma abordagem empática e profissional pode fazer toda a diferença.
Nem sempre a baixa produtividade é sinônimo de incompetência
É importante entender que a baixa produtividade nem sempre é sinônimo de incompetência. Muitos profissionais podem diminuir o ritmo de trabalho devido ao cansaço e ao sofrimento mental, o que pode resultar em baixo engajamento. Sem o reconhecimento e a devida intervenção, isso pode intensificar os problemas e afetar negativamente a qualidade do trabalho e até levar a demissões.
5 boas práticas em prol da saúde do colaborador no ambiente de trabalho
O dia a dia no ambiente de trabalho é muito dinâmico, o que pode dificultar a erradicação de fatores que ocasionalmente impactam a saúde mental do colaborador. Mas, por meio de boas práticas, é possível contribuir para o bem-estar físico e mental dos profissionais.
Dentre as principais iniciativas, destacamos cinco:
1. Entender a saúde mental do colaborador como prioridade
Um colaborador com desconfortos físicos e/ou mentais dificilmente vai conseguir contribuir no trabalho com o seu melhor desempenho. É fundamental priorizar o bem-estar do capital humano; afinal, são as pessoas que tornam o negócio funcional e mais atrativo.
2. Prepare a liderança para acolher os profissionais
É importante que os líderes se mantenham próximos dos membros da própria equipe, conheçam as particularidades de cada um e saibam identificar quando algo não vai bem com relação à saúde emocional dos colaboradores. Porém, não com a condição de tratar, mas sim de, com apoio, treinamento e orientação adequada, prontamente encaminhar a pessoa que está sofrendo para a ajuda especializada, se for necessário.
3. Incluir o tema em reuniões estratégicas
A saúde mental do colaborador é um tema que, sem dúvida, precisa ser abordado nas reuniões estratégicas da liderança, nas ações da área de Recursos Humanos, na pesquisa de clima organizacional e, inclusive, nos exames médicos periódicos. Esta estratégia contribui para reduzir os estigmas em torno do tema de saúde mental.
4. Tenha atenção à carga de trabalho
Muitas organizações passam por períodos desafiadores que as forçam a aumentar entregas, às vezes com recursos financeiros limitados e equipe reduzida. Se isso reflete a situação do seu negócio, vale avaliar se os colaboradores estão ocupando posições alinhadas aos seus perfis e qualificações, bem como se o trabalho está distribuído de maneira adequada e se as metas estipuladas são possíveis.
5. Considere contar com o apoio de um parceiro especializado em saúde mental
Nessa jornada de promoção de saúde mental no ambiente corporativo, os profissionais de Recursos Humanos cuidam dos líderes e de toda a equipe, mas essa não é uma responsabilidade exclusiva deles. É preciso que haja um apoio profissional especializado em saúde mental. Afinal, em qualquer esfera da vida, quem cuida também precisa de cuidados. E saúde mental não deve ser uma responsabilidade exclusiva do RH.
Como observamos no decorrer da leitura, a saúde mental do colaborador no ambiente de trabalho é uma responsabilidade, um dever e um direito de todos, independentemente do nível hierárquico. É uma ação desafiadora que demanda bom senso, empatia, informação, detecção precoce, prontidão no atendimento e habilidade para gerir possíveis crises relacionadas a diversas situações.
Quando uma empresa adota iniciativas em prol da saúde mental da equipe, há resultados muito positivos. Dentre eles, sustentabilidade emocional e consequentemente financeira, ESG, melhoria dos quadros de transtornos mentais, além de conhecer e aplicar ferramentas apropriadas para o cuidado humanizado. A Caliandra está à disposição para ser sua parceira nesta jornada e implementar as melhores práticas relacionadas ao tema. Com nosso apoio, orientação e letramento, você poderá navegar por este desafio com confiança e eficácia. Entre em contato agora.