Autocuidado no ambiente de trabalho é essencial para a saúde física e mental

Estratégias práticas para implementar o autocuidado no ambiente de trabalho. Por Dr. Arthur Guerra, psiquiatra e cofundador da Caliandra Saúde Mental, empresa especializada em saúde mental e treinamento de lideranças. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental é um estado de bem-estar que permite ao indivíduo desenvolver suas habilidades, lidar com o estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com as pessoas ao seu redor. Nos últimos anos, o diálogo acerca da saúde mental tem ganhado destaque nas discussões sobre bem-estar, incluindo o ambiente corporativo. No contexto das iniciativas de apoio e promoção de saúde mental nas empresas, ressalto a importância do autocuidado para a saúde integral, que abrange tanto a saúde mental quanto a física. Um dos principais desafios ao autocuidado no trabalho é o ritmo acelerado da vida moderna, que faz com que tudo pareça urgente. A prática de multitarefas, frequentemente confundida com produtividade, traz desafios significativos, especialmente no que diz respeito à organização do tempo entre trabalho, tarefas obrigatórias, como o trânsito, e o descanso. Nesse cenário, o autocuidado algumas vezes é negligenciado ou facilmente deixado em segundo plano. Com essa correria do dia a dia, também não é raro que as pessoas deixem de priorizar as refeições. O que parece ser uma solução rápida nem sempre é saudável. Além disso, em momentos de estresse, consumir alimentos ricos em açúcar ou bebidas alcoólicas como uma “válvula de escape” pode resultar em consequências negativas para a saúde. Assim, é necessário refletir sobre a relação entre o comportamento alimentar e a saúde mental. Priorizar uma alimentação consciente e equilibrada não apenas nutre o corpo, mas também promove o bem-estar psicológico. Além dos aspectos físicos, o estresse pode intensificar sintomas como ansiedade e afetar o sono. Nessa realidade, a cultura organizacional e os relacionamentos interpessoais desempenham papéis cruciais: a falta de colaboração no ambiente de trabalho potencializa pressões diárias e pode agravar o desgaste emocional e comprometer ainda mais o bem-estar do indivíduo. Autocuidado na prática Estabelecer uma rotina de autocuidado pode ser desafiador, especialmente quando enfrentamos uma jornada de trabalho exaustiva e inúmeras demandas. No entanto, isso não deve nos impedir de abordar essa questão com atenção e determinação. Isso não significa que mudanças precisam ocorrer da noite para o dia; ao contrário, definir pequenas metas e, progressivamente, estabelecer uma rotina de autocuidado integrada ao cotidiano é uma das maneiras mais eficazes de adotar um estilo de vida mais saudável. Para cultivar essa rotina no ambiente de trabalho, apresento algumas sugestões práticas: Por fim, é importante destacar que para vivermos mais e melhor, não podemos negligenciar os cuidados com a saúde, tanto física quanto mental. Esse cuidado precisa ser um compromisso de todos nós. Lembre-se: pequenos gestos de autocuidado podem gerar grandes transformações. Experimente! Fonte: Mundo RH
Burnon: mais um alerta para a saúde mental dos colaboradores

O burnon, ainda pouco conhecido, destaca a necessidade de atenção ao estresse crônico no trabalho e à promoção de saúde mental nas empresas para prevenir o esgotamento profissional. Por Dra. Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental Recentemente, o termo “burnon” tem ganhado destaque. Embora ainda não seja uma síndrome cientificamente reconhecida, é um termo popularmente conhecido que indica exaustão no ambiente corporativo devido à dedicação excessiva ou “obsessão” pelo trabalho. Neste caso, a pessoa apresenta uma fixação e apego exagerado ao trabalho, chegando a romper relações sociais e a abandonar outras atividades por dificuldade em estabelecer limites. Apesar de ainda não haver estudos científicos aprofundados sobre o tema, o burnon é entendido como um mecanismo de estresse relacionado ao trabalho, com sintomas semelhantes aos do burnout — uma síndrome bem definida e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Diferente do burnout, no qual há percepção de fadiga e exaustão extrema, física, emocional e mental, no burnon parece não haver compreensão do adoecimento: a pessoa continua suas atividades, mesmo exausta, pois, apesar de cumprir suas tarefas, ainda sente que seu esforço é insuficiente. Além disso, no burnon, a pessoa perde o prazer em realizar atividades que não sejam relacionadas ao trabalho, uma vez que está exageradamente vinculada à rotina laboral, que parece trazer alívio por estar alinhada ao seu ideal de sujeito trabalhador. Por se tratar de um termo recente, ainda não há dados precisos sobre a prevalência desse problema. No entanto, o sofrimento mental associado ao estresse e à sobrecarga no ambiente de trabalho tem recebido maior atenção. Uma pesquisa conduzida pela Caliandra Saúde Mental revelou os principais temas e desafios relacionados à saúde mental enfrentados pelas empresas. Entre os 333 líderes, colaboradores e profissionais de RH entrevistados, 73% afirmam que o medo do julgamento e da discriminação são motivos para que as pessoas com problemas relacionados à saúde mental não busquem ajuda profissional. Outras barreiras citadas por cerca de 70% dos entrevistados foram o tabu em torno da saúde mental e o sentimento de insegurança ou vergonha. Entre os desafios relacionados à saúde mental que mais impactam o trabalho, destacam-se o desgaste, o cansaço e o estresse, representando 49% das respostas. Alterações de humor e falta de comunicação assertiva seguem com 22% e 10%, respectivamente. Vale salientar que, apesar do termo “burnon” ter ganhado espaço, isso reflete a necessidade contemporânea de criar patologias para o sofrimento humano. É necessário adotar uma visão mais ampla ao avaliar o estresse crônico no trabalho e suas manifestações, que geralmente decorrem de uma relação disfuncional do indivíduo com o seu trabalho, envolvendo múltiplos fatores causais. Esses fatores incluem desde aspectos relacionados à personalidade e às necessidades do indivíduo, até precariedades nas relações e condições de trabalho, falta de políticas de saúde mental nas empresas e a cultura neoliberal, pautada no individualismo, desempenho e competitividade em um contexto de crises diversas (política, econômica e socioambiental). Todo esse ecossistema gera sofrimento. As doenças relacionadas à sobrecarga de trabalho afetam a todos em uma cultura que valoriza o empreendedorismo, a competitividade e a hiperconectividade, mas cujas rápidas mudanças tecnológicas e econômicas contribuem para um clima de insegurança. Muitos profissionais atuam constantemente sob pressão, enfrentando grandes responsabilidades, dupla jornada, inversão de turno ou ambientes de trabalho com demandas excessivas, lideranças abusivas e equipes reduzidas, o que os coloca em maior risco de desenvolver algum prejuízo emocional. Para minimizar os impactos, algumas medidas são eficazes, como estabelecer limites claros, praticar o autocuidado e procurar apoio profissional ao perceber tal sofrimento. No processo de tratamento, é necessário reconhecer e reduzir os fatores que levam aos sintomas de estresse, sobrecarga e exaustão. Além do gerenciamento dos fatores estressantes, o tratamento pode incluir melhorias na alimentação, sono, exercícios, comunicação com chefias, psicoterapia para percepção das angústias e organização dos afetos, tempo para lazer e, quando necessário, prescrição de medicação. Para que o tratamento de casos de sofrimento relacionado ao ambiente de trabalho seja eficaz, é essencial que haja interlocução entre o indivíduo e a instituição, seja por meio do médico do trabalho, RH ou líder direto, para ajustes em suas atividades laborais. Ou seja, um tratamento efetivo desses casos depende de ações conjuntas entre colaborador, empresa e profissionais de saúde especializados. O tratamento deve ser individualizado e pode envolver diversas abordagens (terapia, mudanças no estilo de vida, manejo de estresse), dependendo da gravidade e dos sintomas apresentados. Mas é preciso reforçar que, além das estratégias centradas no indivíduo, ações de prevenção e assistência no ambiente laboral também devem ser adotadas. Isso ressalta a importância de investimentos em ações para os colaboradores, abordando o tema de maneira efetiva, promovendo o letramento em saúde mental e treinando líderes para intervir quando necessário. Para que um colaborador se sinta à vontade para conversar com seu gestor sobre esse tema, é preciso que a liderança seja acessível, o que pode ser construído a partir de sensibilização e treinamento das equipes. O melhor programa de saúde mental é aquele elaborado em parceria, customizado ao perfil da empresa e de seus diferentes níveis e setores. Ao adotar uma comunicação clara, empática e humana, pautada na ética médica e assegurando aos colaboradores a confidencialidade dos dados de saúde, aumentam-se as probabilidades de utilização das ferramentas oferecidas. Promover e proporcionar um serviço especializado em saúde mental contínuo significa quebrar barreiras para a busca por ajuda – essa prontidão no cuidado traz repercussões muito positivas para o indivíduo e para a empresa. Como costumamos dizer, o bem-estar emocional no ambiente de trabalho é uma responsabilidade compartilhada. Fonte: Mundo RH
Maus hábitos de saúde dos funcionários podem custar caro às empresas

Os resultados de uma empresa dependem de sua parte mais vital: as pessoas. Quando a saúde mental ou física dos funcionários está em risco, a companhia também pode arcar com as consequências. De acordo com um levantamento feito pela healthtech Pipo Saúde com 3.494 colaboradores, em cargos de níveis e áreas variadas, quase 64% dos homens têm problemas com sobrepeso e 45,5% fazem um alto ou excessivo consumo de bebidas alcoólicas. “Isso tem impacto direto no colaborador, que acaba sendo menos produtivo no dia a dia, já que a obesidade e abuso de álcool estão relacionados a distúrbios do sono e doenças crônicas”, afirma Thiago Liguori, Chief Medical Officer da Pipo Saúde. Maus hábitos de saúde são caros para as companhias. As perdas anuais de produtividade relacionadas à saúde custam aos empregadores US$ 530 bilhões (R$ 2,9 trilhões), segundo uma pesquisa publicada na revista científica Journal of Occupational and Environmental Medicine. O objetivo do estudo era testar a hipótese de que empresas que se destacam pelo compromisso com a saúde, segurança e bem-estar de seus funcionários obtêm um desempenho superior no mercado. Os pesquisadores analisaram o desempenho real no mercado de ações de um fundo de investimento composto por empresas de capital aberto selecionadas com base em evidências que demonstram seu comprometimento com uma cultura de saúde. O resultado: o fundo superou o mercado em 2% ao ano, com um retorno sobre o patrimônio líquido ponderado de 264%, em comparação com o retorno de 243% do S&P 500 em um período de 10 anos. Os custos de problemas de saúde mental também são altos. No Reino Unido, foram 45 bilhões de euros (R$ 253,5 bilhões) no último ano, segundo relatório da Deloitte. Mas o contrário também é verdadeiro: pesquisas mostram que os esforços das empresas para promover uma cultura de saúde e bem-estar valem a pena. Uma força de trabalho saudável gera menos custos com saúde e maior produtividade. Além disso, muitos estudos ligam a saúde e o bem-estar dos funcionários a métricas de negócios. “Empresas que apoiam o bem-estar de seus colaboradores promovem equipes mais felizes e engajadas e, como resultado, observam aumento na produtividade, redução da rotatividade e menores custos de saúde”, diz Priscila Siqueira, líder do Wellhub (antigo Gympass) no Brasil. O impacto da falta de saúde nos profissionais Profissionais que não se cuidam, têm uma vida sedentária, são estressados, dormem e se alimentam mal ou abusam do álcool podem prejudicar o próprio desempenho no trabalho. De acordo com um levantamento da faculdade de medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos EUA, pessoas com transtorno grave de uso de álcool relatam faltar 32 dias de trabalho a cada ano por causa de doença, lesão ou outros motivos, mais do que o dobro do número de dias perdidos por profissionais que não abusam da bebida. O sedentarismo, por sua vez, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, entre outras consequências. “Imagine um colaborador que é peça-chave em um time tendo que se afastar do trabalho, possivelmente por meses, porque teve um infarto ou um AVC”, diz Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental. Com efeitos a longo prazo, os hábitos afetam tanto o profissional quanto a empresa. De acordo com os especialistas, problemas de saúde podem impactar o desempenho no trabalho de diversas maneiras. Confira algumas: Absenteísmo (falta no trabalho)Presenteísmo (vai ao trabalho, mas com baixa produtividade)Maior rotatividadeRisco de acidentes no trabalhoProblemas de relacionamento com colegasComprometimento de metas do timeMenos energiaEstagnação de carreira Líderes nem sempre são bons exemplos Para Arthur Guerra, um dos principais desafios é que as médias e altas lideranças nem sempre são exemplos saudáveis para seus funcionários. “Quando a liderança esconde o problema, existem muitas chances de não dar certo”, diz. Segundo ele, a melhor maneira de ensinar é pelo exemplo. A negligência pode sair cara Empresas que escolhem negligenciar a saúde dos colaboradores podem sair perdendo nos resultados. Além da menor eficiência, as companhias podem ficar identificadas no mercado como lenientes em relação a questões de saúde e saúde mental e, até mesmo, perder talentos. “Os profissionais não vão querer trabalhar nem se identificar com uma empresa que nega problemas com seus funcionários”, explica Guerra. Prevenir é melhor do que remediar A prevenção pode ser a peça-chave para resolver essa situação nas empresas. Seja com benefícios de exercício, terapia e meditação, programas internos de ginástica laboral, workshops sobre alimentação saudável e até campanhas de conscientização, programas de bem-estar e saúde mental podem reduzir custos operacionais e melhorar a performance de funcionários. “Se a organização quer que a sua principal commodity, os recursos humanos, seja o seu maior bem, ela tem, sim, que investir em programas de prevenção”, afirma Arthur Guerra. Uma pesquisa da Wellhub aponta resultados positivos com a implementação de programas de bem-estar, segundo líderes de RH de todo o mundo. 93% afirmam que o custo de seus benefícios de saúde diminuiu como resultado de seu programa de bem-estar;95% observam que os funcionários tiram menos dias de licença médica como resultado de seu programa de bem-estar;93% afirmam que seu programa de bem-estar reduz a rotatividade. Fonte: Forbes
Os benefícios da corrida para a sua saúde mental

Não é preciso ser cientista nem médico para sentir os benefícios da corrida no corpo, na cabeça e na vida. Se você já corre, deve ter sentido uma sensação boa, de quase euforia, e ao mesmo tempo de relaxamento depois de um treino ou de uma prova. Já se sabe há um bom tempo que esse estado, conhecido como o “barato do corredor”, se deve em parte à explosão de endocanabinoides liberados durante o exercício. Endocanabioides são moléculas produzidas pelo corpo semelhantes aos canabinoides encontrados na maconha. Não por acaso nos sentimos felizes, relaxados. Mas o que eu quero falar aqui é sobre os benefícios da corrida para a nossa saúde mental. A primeira delas é bem óbvia, mas muito importante especialmente em grandes centros urbanos, em que existe mais dificuldade de conhecermos pessoas e onde as taxas de solidão são altas: a sociabilidade. Quase sempre, vemos pessoas correndo em grupos, inclusive “batendo um papo” (se o treino for leve, lógico). O esporte possibilita estarmos em contato com desconhecidos que têm algo em comum conosco. Eles rapidamente se tornam companheiros de treino e até amigos. A segunda diz respeito à construção de resiliência mental, algo que pode nos trazer boas repercussões no nosso dia a dia, especialmente para profissionais que passam longas horas fazendo trabalhos repetitivos, horas na frente de telas ou dedicam-se a funções que exigem foco por extensos períodos. A corrida feita de forma consistente não só ajuda a termos menor resposta ao estresse (sinal de resiliência), mostrou um estudo, como contribui para que domemos os demônios que costumam povoar os nossos pensamentos quando estamos fazendo uma atividade monótona. As passadas também nos ajudam a construir disciplina. Como especialista em saúde mental, posso dizer que poucas coisas são tão difíceis como construir e manter uma disciplina, porque esta não é uma competência inata, ou seja, não nascemos com ela. Com os treinos regulares, vamos aprendendo que há dias melhores do que outros, que às vezes nosso desempenho pode ser frustrante, mas que, se queremos seguir em frente, temos de nos manter consistentes. Ninguém corre a sua primeira prova de 5 ou 10 k, ou a sua primeira maratona, sem ter se mantido disciplinado. Assim também é na vida. Por fim, a corrida é uma ótima ferramenta para tratar problemas de saúde mental como depressão, dependências, TDAH, ansiedade, transtorno bipolar e até transtornos alimentares. Algo que vinha usando há mais de 20 anos com meus pacientes de forma empírica, e reunindo ótimos resultados, agora tem ganhado a comprovação da ciência. Nos últimos anos, cada vez mais estudos vêm comprovando isso: correr é um ótimo complemento para as terapias que buscam tratar essas condições, além de trazer a pessoas que convivem com esses transtornos e que muitas vezes são estigmatizadas algo essencial: autoestima e confiança. E você? Que tal calçar um tênis e iniciar neste esporte? Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental. Fonte: Forbes
Brasil enfrenta desafios na saúde mental: urgência em ambientes de trabalho

Especialistas alertam para a necessidade de ações efetivas nas empresas para melhorar o bem-estar mental dos colaboradores O Brasil se posiciona alarmantemente como o quarto país com os piores índices de saúde mental globalmente, segundo o recente estudo “The Mental State of the World” da Sapien Labs. Este levantamento, que envolveu mais de 500 mil pessoas em 71 países, revelou uma pontuação preocupante de 53 em uma escala de até 110 para o Brasil. Especialistas apontam para a necessidade urgente de endereçar essa questão crítica, especialmente no ambiente de trabalho. Um relatório da Vidalink, uma empresa que oferece planos de bem-estar corporativo, destaca a importância de programas de bem-estar ajustados às necessidades individuais dos colaboradores. Seus dados revelam que 63,1% dos profissionais brasileiros relatam sentir ansiedade ou angústia na maior parte dos dias, com quase 30% admitindo não tomar nenhuma ação para melhorar sua saúde mental. Adicionalmente, o primeiro semestre de 2023 registrou um aumento de 37% no uso de antidepressivos em comparação com o mesmo período do ano anterior, indicando um crescimento tanto no diagnóstico quanto no suporte a tratamentos de saúde mental nas empresas. Especialistas como Luis González, CEO da Vidalink, Nikolas Heine, médico psiquiatra, e Patrícia Pousa, Doutora em Mundo do Trabalho e Saúde Mental, enfatizam a importância do cuidado com a saúde mental no contexto corporativo. Argumentam que não se pode dissociar produtividade de bem-estar e destacam que empresas que valorizam a saúde mental dos funcionários não apenas cultivam um ambiente de trabalho positivo, mas também promovem lealdade e diminuem a rotatividade de pessoal. Os impactos da saúde mental no trabalho incluem desde a prevenção de doenças ocupacionais, como o burnout, até a promoção de uma liderança acolhedora que apoia o bem-estar contínuo dos colaboradores. Reconhecer os sinais de problemas de saúde mental é essencial, incluindo mudanças de humor, perda de interesse em atividades prazerosas, problemas de concentração, ansiedade prolongada, entre outros. Para enfrentar esses desafios, os especialistas propõem uma série de práticas visando a melhoria da saúde mental, como a promoção de exercícios físicos, nutrição equilibrada, qualidade do sono, mindfulness e meditação, conexões sociais fortes, hobbies e atividades de lazer, desenvolvimento pessoal e, quando necessário, tratamento medicamentoso adequado. A inclusão dessas práticas no dia a dia dos colaboradores, juntamente com o apoio das empresas, pode levar a um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Esse compromisso com o bem-estar não apenas beneficia os funcionários individualmente, mas também oferece vantagens competitivas para as empresas, incluindo maior engajamento, produtividade e retenção de talentos, além de fortalecer a marca empregadora no mercado. O Brasil, enfrentando uma das piores crises de saúde mental, necessita de uma atuação conjunta entre empresas, profissionais de saúde e políticas públicas, visando criar ambientes de trabalho que não apenas reconheçam, mas também atuem proativamente na promoção da saúde mental dos colaboradores. Este esforço conjunto pode ser um marco significativo na mudança de paradigmas sobre o bem-estar no trabalho, sinalizando um futuro mais saudável e equilibrado para o mercado de trabalho brasileiro. Fonte: Mundo RH
Saúde do colaborador: a saúde mental é responsabilidade compartilhada

Saúde do colaborador: a saúde mental é responsabilidade compartilhada Uma das competências humanas é a habilidade em gerenciar os pensamentos para otimizar sua rotina diária, inclusive no ambiente de trabalho. Contudo, muitos enfrentam desafios para manejar suas emoções no cotidiano, o que pode levar a sintomas de ansiedade, estresse, tristeza, desânimo, entre outros. Essa dificuldade pode aumentar o risco de desenvolver problemas emocionais. Desde janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece e classifica o burnout como uma condição ocupacional, atribuindo sua principal causa ao estresse e sobrecarga no ambiente de trabalho. O aumento significativo de 38% em 2023 nos afastamentos decorrentes de transtornos mentais e emocionais reflete a urgência em promover e aprimorar os cuidados e intervenções eficazes com a saúde mental. O Brasil ocupa a segunda posição com maior prevalência em transtorno de ansiedade, segundo a OMS. Além disso, 72% das pessoas se declaram estressadas no trabalho, de acordo com dados de uma pesquisa da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil). Quando o assunto é saúde mental do colaborador, de quem é a responsabilidade? É sobre isso que vamos falar nesse artigo. A saúde mental do colaborador não é responsabilidade exclusiva da liderança A saúde mental é uma responsabilidade compartilhada no ambiente de trabalho. Isso significa que, embora cada indivíduo deva cuidar de seu próprio bem-estar emocional, é importante que o empregador proporcione um ambiente de escuta ativa, respeito e cuidado humanizado, permitindo que os profissionais desempenhem suas funções mesmo em momentos de instabilidade emocional. Frequentemente, no ambiente corporativo, o colaborador tende a conversar com seu líder direto sobre desconfortos mentais ou emocionais antes mesmo de buscar ajuda especializada de um psicólogo ou psiquiatra. No entanto, surge uma questão crucial: o que ocorre se esse gestor, equipe de RH e lideranças não estiverem preparados para lidar com essa conversa? Dificuldades em manejar tais situações podem ter impactos como: Comunicação inadequada: Falta de clareza e sensibilidade. Aumento do conflito: Intensificação das tensões. Perda de confiança: Funcionários desmotivados e desconfiados. Decisões impulsivas: Ações mal pensadas e prejudiciais. Impacto negativo na cultura: Ambiente de trabalho tóxico. Perda de talentos: Funcionários insatisfeitos deixando a empresa. Portanto, é fundamental que gestores, RH e lideranças recebam treinamento adequado em comunicação, resolução de conflitos e manejo de situações difíceis. Além disso, ter um plano bem estruturado e uma abordagem empática e profissional pode fazer toda a diferença. Nem sempre a baixa produtividade é sinônimo de incompetência É importante entender que a baixa produtividade nem sempre é sinônimo de incompetência. Muitos profissionais podem diminuir o ritmo de trabalho devido ao cansaço e ao sofrimento mental, o que pode resultar em baixo engajamento. Sem o reconhecimento e a devida intervenção, isso pode intensificar os problemas e afetar negativamente a qualidade do trabalho e até levar a demissões. 5 boas práticas em prol da saúde do colaborador no ambiente de trabalho O dia a dia no ambiente de trabalho é muito dinâmico, o que pode dificultar a erradicação de fatores que ocasionalmente impactam a saúde mental do colaborador. Mas, por meio de boas práticas, é possível contribuir para o bem-estar físico e mental dos profissionais. Dentre as principais iniciativas, destacamos cinco: 1. Entender a saúde mental do colaborador como prioridade Um colaborador com desconfortos físicos e/ou mentais dificilmente vai conseguir contribuir no trabalho com o seu melhor desempenho. É fundamental priorizar o bem-estar do capital humano; afinal, são as pessoas que tornam o negócio funcional e mais atrativo. 2. Prepare a liderança para acolher os profissionais É importante que os líderes se mantenham próximos dos membros da própria equipe, conheçam as particularidades de cada um e saibam identificar quando algo não vai bem com relação à saúde emocional dos colaboradores. Porém, não com a condição de tratar, mas sim de, com apoio, treinamento e orientação adequada, prontamente encaminhar a pessoa que está sofrendo para a ajuda especializada, se for necessário. 3. Incluir o tema em reuniões estratégicas A saúde mental do colaborador é um tema que, sem dúvida, precisa ser abordado nas reuniões estratégicas da liderança, nas ações da área de Recursos Humanos, na pesquisa de clima organizacional e, inclusive, nos exames médicos periódicos. Esta estratégia contribui para reduzir os estigmas em torno do tema de saúde mental. 4. Tenha atenção à carga de trabalho Muitas organizações passam por períodos desafiadores que as forçam a aumentar entregas, às vezes com recursos financeiros limitados e equipe reduzida. Se isso reflete a situação do seu negócio, vale avaliar se os colaboradores estão ocupando posições alinhadas aos seus perfis e qualificações, bem como se o trabalho está distribuído de maneira adequada e se as metas estipuladas são possíveis. 5. Considere contar com o apoio de um parceiro especializado em saúde mental Nessa jornada de promoção de saúde mental no ambiente corporativo, os profissionais de Recursos Humanos cuidam dos líderes e de toda a equipe, mas essa não é uma responsabilidade exclusiva deles. É preciso que haja um apoio profissional especializado em saúde mental. Afinal, em qualquer esfera da vida, quem cuida também precisa de cuidados. E saúde mental não deve ser uma responsabilidade exclusiva do RH. Como observamos no decorrer da leitura, a saúde mental do colaborador no ambiente de trabalho é uma responsabilidade, um dever e um direito de todos, independentemente do nível hierárquico. É uma ação desafiadora que demanda bom senso, empatia, informação, detecção precoce, prontidão no atendimento e habilidade para gerir possíveis crises relacionadas a diversas situações. Quando uma empresa adota iniciativas em prol da saúde mental da equipe, há resultados muito positivos. Dentre eles, sustentabilidade emocional e consequentemente financeira, ESG, melhoria dos quadros de transtornos mentais, além de conhecer e aplicar ferramentas apropriadas para o cuidado humanizado. A Caliandra está à disposição para ser sua parceira nesta jornada e implementar as melhores práticas relacionadas ao tema. Com nosso apoio, orientação e letramento, você poderá navegar por este desafio com confiança e eficácia. Entre em contato agora.