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Saúde mental e financeira: relação, desafios e soluções

Mais da metade (55%) dos 1.766 consumidores brasileiros entrevistados para um estudo da Serasa Experian em agosto de 2024, revelaram já ter sofrido com problemas que impactaram a  saúde mental e também as finanças. De acordo com a pesquisa,   diante de uma crise financeira, as pessoas se sentem mal por pedir dinheiro emprestado a familiares e/ou amigos (resposta de 72% dos entrevistados), evitam ter conversas sobre dinheiro (69%) e isolam-se, ficando sem contato com amigos (61%). Dados como esses evidenciam que,  tratando-se de saúde mental do colaborador, é necessário que as organizações  ampliem suas reflexões para além do burnout, considerando outros fatores e desafios que afetam o bem-estar no ambiente de trabalho. E é sobre isso que falaremos neste artigo. Conexão entre saúde mental e financeira Ao longo da vida, muitos acontecimentos podem fazer com que uma pessoa fique emocionalmente fragilizada, afetando negativamente sua saúde mental. Entre esses fatores estão as crises financeiras, seja por desemprego, despesas inesperadas, mudanças na economia do país, falta de planejamento, investimentos mal sucedidos, golpes ou endividamentos.  Importante destacar que essa conexão é uma via de mão dupla, pois se trata tanto de uma questão ou dificuldade financeira que pode levar a um sofrimento emocional, como o contrário. Por exemplo, alguém que tem algum transtorno mental ou sofrimento importante que não é adequadamente cuidado e apresenta queda de produtividade, pode ter repercussões financeiras também – perda de emprego, queda na renda (se for autônomo, isso é uma relação ainda mais qdireta). Ou seja, pode acabar se tornando uma bola de neve – um impactando negativamente o outro. Por isso, diante de uma crise financeira, pode acontecer da pessoa   sofrer com estresse, preocupação, vergonha e ansiedade, além de perda de sono, de concentração e/ou de produtividade no trabalho, com impactos na saúde mental.   Papel das empresas na saúde financeira do colaborador Com relação ao ambiente corporativo, a pesquisa da Serasa Experian mapeou que uma pessoa endividada tende a trabalhar pensando nas contas a pagar,  com a maior parte do tempo preocupada, acreditando que pode resolver tudo sozinha. Tratam-se de situações que, inevitavelmente, impactam negativamente no desempenho, no engajamento e na produtividade no trabalho.  Diante deste cenário, muitas organizações se posicionaram como apoiadoras da saúde financeira dos seus colaboradores, oferecendo salários e benefícios compatíveis à média do que é praticado no mercado, além de oferecer workshops sobre gestão de orçamento pessoal e investimentos. Algumas dispõem de cooperativa de crédito para que os profissionais tenham acesso a empréstimos em casos de urgência e emergência. Há, ainda, companhias que, por meio de parceiros especializados em saúde mental, mantêm um criterioso e estruturado rastreio da saúde mental e emocional dos colaboradores a fim de identificar quando algo não vai bem, para que o cuidado seja ofertado precocemente. Paralelamente, promovem ações em prol do bem-estar e da saúde emocional de líderes e liderados. Estabilidade financeira e saúde mental são preocupações comuns de todos nós. Mas as organizações também reconhecem seu papel e compartilham a responsabilidade em prol dos colaboradores e do negócio.  Nós podemos apoiar a sua organização na jornada de bem-estar da equipe. Entre em contato.

Gestão de crises empresariais: 6 ações de apoio aos colaboradores

Toda organização em operação está sujeita a situações críticas que podem desafiar o seu funcionamento ou a sua estabilidade e sustentabilidade. Por isso, é fundamental que  desenvolvam um robusto plano de gestão de crises focado no cuidado com a equipe. Assim, a companhia se torna mais eficiente ao transitar por cenários adversos, como problemas financeiros, mudanças no mercado, abalo na reputação, desastres naturais ou conflitos internos, por exemplo. Por que a saúde mental da equipe deve integrar esse plano Situações que comprometem a tranquilidade dos colaboradores  no desempenho de suas funções podem impactar a saúde mental  , de maneira profunda e multifacetada. Ainda que não estejam diretamente envolvidos  ou severamente impactados, os profissionais podem, de alguma forma, se sentir vulneráveis. Em momentos  de crise, a empresa deve assegurar   que os profissionais sejam capazes de trabalhar de forma coordenada, o que   fortalece a resiliência corporativa. Para isso, além de uma comunicação transparente, recomendamos atenção especial à saúde mental da equipe, tendo em vista que um time saudável beneficia tanto o indivíduo quanto a companhia. No apoio aos colaboradores, o que a empresa pode fazer?   No ambiente corporativo, a saúde mental do colaborador é uma responsabilidade compartilhada.   Cada profissional deve zelar pelo próprio bem-estar, enquanto a companhia tem o papel de garantir   um ambiente que promova valorização, comunicação eficiente, apoio e acolhimento. Uma gestão de crise de saúde mental eficiente inclui ações para mitigar impactos emocionais da equipe, bem como, em determinados casos, prevenir a evolução para um transtorno de estresse pós-trauma. Aqui estão 6 práticas essenciais: 1. Comunicação clara e transparente: manter os colaboradores informados sobre os desafios e ações da empresa, o que promove a confiança e segurança, importantes em um momento de maior vulnerabilidade; 2. Reforçar o papel da liderança: letramento da liderança para reconhecer sinais de sofrimento emocional e oferecer suporte e direcionamento à equipe; 3. Criar grupos de apoio interno: grupos de apoio intermediados por profissionais de saúde, para compartilhar experiências e fortalecer laços; 4. Flexibilizar a jornada de trabalho: permitir horários e modelos de trabalho flexíveis contribuiu para aliviar a pressão e equilibrar demandas pessoais e profissionais; 5. Incentivar pausas para descanso: pausas regulares podem reduzir a exaustão e melhorar a produtividade e saúde mental; 6. Disponibilizar suporte de atendimento especializado: oferecer acesso a profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, para apoio imediato em momentos de crise.  Um ambiente corporativo saudável, inovador e resiliente   depende   de equipes que exploram todo o seu potencial. Ao   lidar com os desafios do dia a dia com resiliência, todos contribuem para um ambiente mais próspero e sustentável. Algo que só é possível com saúde mental. A Caliandra Saúde Mental é uma empresa especializada em soluções de cuidados com a saúde mental e treinamento de liderança. Nossos especialistas estão à disposição para apoiar o seu negócio nessa jornada, com o sigilo e a eficiência que o tema demanda. Entre em contato.

RH e Saúde Mental: uma integração vital

O dia a dia da área de Recursos Humanos está cada vez mais desafiador, diante das rápidas e constantes transformações no mundo. A necessidade de adaptação às novas demandas, como o trabalho remoto, a diversidade de gerações, o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores, somada à responsabilidade de alinhar os objetivos organizacionais às expectativas e necessidades de profissionais cada vez mais exigentes com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, faz com que a busca por estratégias inovadoras para atrair, engajar e reter talentos coloque pressão adicional sobre os profissionais de RH. Um estudo global, realizado pelo instituto Gallup, constatou que 77% dos profissionais entrevistados apresentaram algum nível de desengajamento em relação ao trabalho; destes, 62% comparecem ao local de trabalho, entregam o mínimo necessário sem inspiração, e os demais 15% estão desengajados e buscam novas oportunidades ativamente. . A pesquisa indica que esse comportamento representa US$ 8,9 trilhões em perda de produtividade em todo o mundo. Desengajamento nem sempre é falta de comprometimento Nossa experiência no atendimento a colaboradores de empresas parceiras revela que o desengajamento, em muitos casos, não está   necessariamente relacionado à  falta de comprometimento.O profissional  pode estar enfrentando esgotamento mental ou emocional que não foi devidamente identificado ou  gerenciado. Isso pode ocorrer por falta de autopercepção, medo de julgamento ou questões organizacionais que afetam  sua relação  com o trabalho. Em situações como essa, muitos sofrem  em silêncio, o que pode agravar o problema e impactar negativamente seu desempenho, o relacionamento com a equipe e a qualidade das entregas. Alguns são demitidos antes mesmo de um adoecimento mental ser identificado.  De quem é a responsabilidade da saúde mental do colaborador? Cada indivíduo deve ser responsável pelo cuidado com a própria saúde mental. No ambiente de trabalho, cabe à empresa oferecer um clima organizacional de apoio, respeito e acolhimento para que os profissionais possam desempenhar suas funções com tranquilidade, minimizando os sintomas que podem contribuir para o estresse, burnout e ansiedade, entre tantos outros desafios..   Essa responsabilidade compartilhada  promove o bem-estar no trabalho, refletindo ao final  de cada dia, redução do absenteísmo, melhor clima organizacional, aumento da produtividade, engajamento, inovação e criatividade. 4 boas práticas da empresa em prol da saúde mental da equipe A conscientização sobre o real significado de saúde mental e bem-estar no trabalho é o primeiro passo para que os integrantes de uma companhia possam estar  atentos aos próprios comportamentos e de quem estiver ao redor.   Quatro boas práticas se mostram bastante úteis: 1. Compreender o bem-estar no trabalho como parte das estratégias do negócio A saúde mental  deve ser  pauta recorrente nas reuniões estratégicas da alta liderança e dos gestores, nas ações da área de Recursos Humanos, na pesquisa de clima organizacional e nos exames médicos periódicos. 2. Considerar o apoio de um parceiro especializado em saúde mental Contar com o apoio de um parceiro especializado em saúde mental faz toda a diferença na superação dos desafios relacionados ao bem-estar no trabalho. Além de oferecer consultoria sobre boas práticas para a área de Recursos Humanos, esse parceiro também atua como rede de apoio essencial para líderes e colaboradores que enfrentam sofrimento emocional. Ainda, em situações que podem evoluir para uma crise de saúde mental, os especialistas conseguem gerenciar as ações de maneira mais ágil e coordenada. 3.  Letramento da liderança Não são raros os casos em que colaboradores em sofrimento emocional buscam seus gestores diretos antes de procurar o apoio de um especialista. É fundamental que os líderes sejam letrados para desenvolver habilidades de comunicação empática, a fim de proporcionar um ambiente de confiança e acolhimento. Ao identificar os sinais: como mudanças de comportamento, diminuição da produtividade ou isolamento social, o papel do líder é o de oferecer apoio emocional, orientar e encaminhar o colaborador para um profissional especializado, garantindo que ele receba o tratamento adequado. 4. Investir   na saúde mental de quem cuida Algumas organizações preocupadas com a saúde mental de seus colaboradores investem massivamente em ações externas para os profissionais das camadas iniciais da pirâmide organizacional. No entanto, é fundamental lembrar da importância de cuidar também de quem cuida, ou seja, dos gestores e dos integrantes da equipe de RH. Assim como na analogia da máscara no avião, onde é necessário colocá-la em si mesmo antes de ajudar os outros, os líderes e a equipe de RH precisam zelar por sua própria saúde mental para, então, oferecer um apoio eficaz aos colaboradores. A saúde mental no trabalho é uma responsabilidade, um dever e um direito de todos. É uma ação desafiadora que demanda bom senso, empatia, informação, detecção precoce, prontidão no atendimento e habilidade para gerir possíveis crises relacionadas ao problema.  A Caliandra Saúde Mental é uma empresa especializada em soluções de cuidados com a saúde mental e treinamento de liderança. Nossos especialistas estão à disposição para apoiar o seu negócio nessa jornada, com o sigilo e a eficiência que o tema demanda. Entre em contato agora.

Tragédia aérea: apoio psicológico em momentos de crise

No início de agosto de 2024, o Brasil foi impactado com a notícia da queda de um avião em uma área residencial de Vinhedo, no interior de São Paulo, levando a óbito 62 pessoas. A fatalidade com a aeronave, que partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, é considerada a pior tragédia aérea no País nos últimos 17 anos. Em situações como essa, as vítimas não se restringem apenas àquelas que perderam a vida. Familiares, amigos, colegas de trabalho dos passageiros e tripulação, bem como a população da área afetada, são profundamente impactados e podem enfrentar questões emocionais que exigem atenção e suporte de profissionais especializados. Uma tragédia aérea tem consequências emocionais que podem sensibilizar não apenas as pessoas envolvidas, mas também seus espectadores. A rápida disseminação de informações, fotos e vídeos por meio de sites, redes sociais ou aplicativos de mensagens, amplifica as especulações e incertezas. Essas informações, quando constantes, podem intensificar sintomas de ansiedade, agravar fobias e despertar um sentimento de medo ou insegurança. Esses fatores combinados podem levar ao comprometimento do bem-estar físico e emocional individual ou coletivo.  Os profissionais de companhias aéreas, como pilotos, comissários de bordo e equipes de suporte, também podem sofrer esgotamento emocional, apresentar sinais de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ou um conjunto de sintomas que    podem comprometer aspectos da vida pessoal e profissional.   Por isso, é fundamental que um suporte adequado seja oferecido,   orientações sobre autocuidado, incentivo a pausas regulares e acesso a  apoio psicológico,  quando necessário. Monitorar os níveis de estresse desse grupo, com é uma estratégia eficiente para que se estabeleça um ambiente de trabalho psicologicamente seguro.    Como mencionado, a queda do avião em Vinhedo não causou impactos emocionais apenas nos moradores da região, mas também trouxe perda e luto para os  habitantes de Cascavel e em todo o Brasil, considerando a cidade natal dos ocupantes da aeronave,   seus amigos e familiares. Mesmo aqueles que acompanham as notícias à distância sentem o sofrimento, seja pela empatia ou pela sensação de impotência diante de tanta dor . Essa situação exige uma abordagem sensível, personalizada e diferenciada, considerando o contexto de cada pessoa direta ou indiretamente afetada. Os enlutados precisam de um espaço de apoio para compartilhar suas emoções livremente, sem julgamentos e com orientações psicológicas adequadas. Aos que acompanham os desdobramentos dos fatos, a recomendação é praticar a autorregulação do consumo de informações, especialmente nas redes sociais, onde há excessos e rápida disseminação de conteúdos.  SOS Saúde Mental:  acolher os envolvidos de maneira imediata é essencial para que se inicie um processo de compreensão e recuperação. Esse apoio pode ser oferecido por Governos, entidades, empresas e comunidades, e deve envolver uma comunicação eficiente para evitar incertezas que podem agravar o sentimento de desamparo. É essencial que as pessoas tenham acesso a informações claras e precisas sobre o acidente, os esforços para esclarecer as causas e o andamento das investigações. Disponibilizar um canal para o esclarecimento de dúvidas e o envio de informações também é recomendado,evitando rumores, suposições e desinformação. A comunicação aos parentes das vítimas deve ser respeitosa, pessoal e privativa.  Em momentos de crise, a saúde emocional fica fragilizada, e estratégias como sessões de terapia individual ou em grupo podem ser úteis para o compartilhamento e a validação de emoções. Exercícios de respiração e mindfulness, em um ambiente de acolhimento, tendem a  reduzir a ansiedade e o estresse. Os enlutados podem  ser orientados sobre a importância de manter uma rotina diária, mesmo que adaptada às circunstâncias, além da prática do autocuidado, com uma alimentação adequada e sono suficiente. Essas medidas  proporcionam um senso de normalidade e controle, ajudando-os  a gerenciar suas emoções e responsabilidades. Além disso, é imprescindível que a empresa envolvida no acidente aéreo ofereça aos familiares das vítimas apoio financeiro, logístico e jurídico para a resolução de questões relacionadas ao traslado e/ou sepultamento dos corpos, entre outras questões burocráticas. Também é importante a cooperação  com as investigações, apresentando  documentos, informações e depoimentos que contribuam  para esclarecer  as causas do acidente  de maneira coordenada, rápida e eficaz.Recuperar-se emocionalmente após uma crise é um processo gradual que requer suporte contínuo. Com apoio psicológico e social, as pessoas envolvidas terão um ambiente mais propício para processar o trauma, compartilhar experiências, obter suporte e desenvolver estratégias de enfrentamento, preparando-se para lidar melhor com futuros desafios.

Trabalho e saúde mental: qual é o segredo?

Uma pesquisa realizada pelo Gallup mostrou que 41% dos profissionais entrevistados relataram sentir “muito estresse” no ambiente de trabalho. Esse nível varia de acordo com a qualidade da gestão: empresas com práticas de gestão ineficientes têm 60% mais chances de sofrerem estresse em comparação àqueles em ambientes com boa gestão. Outro ponto destacado foi que o estresse é 30% mais comum entre os que trabalham sob má gestão do que entre os desempregados. Outro mapeamento do Instituto estima que o baixo engajamento dos colaboradores com as atividades profissionais custam à economia mundial 8,9 bilhões de dólares, ou seja, 9% do PIB global. Os dados refletem que os transtornos mentais relacionados ao trabalho são  um tema cada vez mais presente no mundo corporativo. Consequentemente, cresce o empenho das organizações e da alta liderança em compreender e implementar práticas que promovam um ambiente mentalmente saudável para a equipe. O caminho para desmistificar essa pauta não é curto nem fácil, pois exige ações coordenadas entre diferentes áreas e integração entre políticas e culturas organizacionais saudáveis, mas certamente traz recompensas no sentido de produtividade e sustentabilidade dos negócios. Principais transtornos mentais relacionados ao trabalho Até recentemente, era incomum associar “trabalho” e “saúde mental”, apesar disso, o cenário tem mudado rapidamente. Compreende-se que empresas competitivas, produtivas e inovadoras são aquelas que também priorizam o bem-estar psicológico de seus colaboradores.  Nessas organizações, a saúde mental recebe atenção especial, com foco na promoção e prevenção do sofrimento emocional, independente da origem,, como: Depressão A depressão é uma doença psiquiátrica crônica, cujos principais sintomas são tristeza profunda e persistente, e perda de interesse em atividades que a pessoa, geralmente, gostava. Outros sinais comuns são a falta de ânimo e do prazer, mudanças no apetite e no sono, sentimento de culpa ou desesperança e baixa autoestima. Em alguns casos, há pensamentos de autoagressão ou suicídio. Mas é importante destacar que nem todas as pessoas com depressão apresentam os mesmos sintomas, que podem variar em gravidade, frequência e duração. Síndrome de burnout O burnout é   um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao estresse crônico no contexto profissional, conforme define a Organização Mundial da Saúde (OMS). O diagnóstico  leva em consideração três dimensões de sintomas: sentimento de exaustão ou diminuição da energia; sentimento de negativismo ou cinismo relacionado ao trabalho; e diminuição na eficácia profissional. Ansiedade A ansiedade é uma preocupação persistente e duradoura, que pode se manifestar sem motivo e, às vezes, há dificuldade para verbalizá-la. Quando passa a ser patológica, geralmente, desencadeia sintomas físicos, como tensão muscular e aumento da frequência cardíaca e da transpiração. Nesses momentos, a pessoa pode ter queda no desempenho das atividades do dia a dia e na capacidade de se concentrar em algo ou alguém. Em vez de nos estimular a resolver o que nos aflige (como uma ansiedade comum), ela nos paralisa. 5 iniciativas em prol da harmonia entre trabalho e saúde mental As pessoas tendem a ser mais felizes, produtivas e mentalmente saudáveis em um ambiente de trabalho que promove  segurança psicológica, apoio e acolhimento. Para a conquista desse clima organizacional, com mais chances de mitigar os casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho, 5 boas práticas se destacam:  É importante atuar de maneira proativa na detecção dos sintomas de depressão, ansiedade, síndrome de burnout ou consumo abusivo de álcool ou substâncias entre os colaboradores. Esse mapeamento deve ser realizado a partir do desejo genuíno de cuidar do outro, de acolhê-lo e não de “perseguição” ou invasão de privacidade. Por isso, é imprescindível que o sigilo seja preservado e, de preferência, realizado por uma instituição idônea.  O letramento em saúde mental que conscientiza a equipe é uma medida essencial para quebrar diferentes tabus a respeito do tema. É uma maneira de  abordar o tema com empatia e incentivo ao autocuidado e à atenção a algum colega que esteja enfrentando sofrimento mental.  Líderes conscientes sobre a importância do cuidado à saúde  mental tendem a  identificar melhor as próprias emoções, incentivar que os liderados se cuidem e a apoiar melhor quem estiver com sinais de sofrimento emocional. Essa gestão humanizada reflete diretamente no clima organizacional. Para que o tema se torne amplo e faça parte do cotidiano, é preciso  estabelecer   confiança e  desmistificar as questões de saúde mental na empresa. Nesse sentido, é interessante adotar ações coletivas, como a promoção de rodas de conversas com especialistas, proporcionando um canal aberto para sanar dúvidas e contribuir com sugestões. A saúde mental deve ser uma prioridade no ambiente de trabalho e uma preocupação extensível a profissionais de todos os níveis hierárquicos. Dessa forma, é primordial que os profissionais sejam devidamente comunicados sobre as ações e incentivados a participar de cada iniciativa.   Os cuidados com a saúde mental devem ser contínuos e consistentes, não se limitando ao espaço laboral e a momentos pontuais, como Janeiro Branco e Setembro Amarelo, por exemplo. Isso porque transtornos mentais relacionados ao trabalho podem se manifestar em qualquer época do ano. A Caliandra Saúde Mental é uma empresa especializada em soluções de cuidados com a saúde mental e treinamento de liderança. Nossos especialistas estão à disposição para apoiar o seu negócio nessa jornada, com o sigilo e a eficiência que o tema demanda. Entre em contato.

Setembro amarelo também reforça a saúde mental pós-luto

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, em 2023 o Brasil registrou cerca de 38 suicídios por dia. Diante deste cenário, especialistas da Caliandra Saúde Mental, empresa que atua com saúde mental e treinamento de lideranças destacaram alguns pontos importantes para a construção de um espaço de compreensão e acolhimento  aos enlutados. Para a Dra. Camila Magalhães Silveira, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental, a posvenção é um passo importante que consiste nos primeiros socorros psicológicos após um suicídio ou tentativa. No ambiente corporativo, o processo envolve suporte a gestores para lidar com as consequências do ocorrido entre colaboradores, o que inclui proporcionar acolhimento, apoio emocional, orientações e atendimento personalizado. “É importante desenvolver as ações em prol do bem-estar de toda a equipe para que saibam lidar com este desafio. Mas, é necessário ter atenção à maneira que o assunto é abordado, favorecendo o diálogo e expressão de sentimentos de modo claro e sem julgamentos. Neste diálogo, pode haver a discussão dos mitos e estigmas sobre o suicídio a fim de elaborarem em conjunto com especialistas em saúde mental, as estratégias de enfrentamento ao luto”, complementa a especialista.  Erica Siu, CEO da Caliandra Saúde Mental, destaca que é essencial orientar as empresas para estabelecer estratégias de curto, médio e longo prazo para os casos de posvenção. As medidas imediatas ao ocorrido englobam estratégias de isolamento do local, caso o fato tenha ocorrido na empresa, além de acolhimento e comunicação empática com a equipe. Em médio prazo, recomenda-se que sejam realizadas ações de prevenção e suporte emocional, especialmente para que casos de sofrimento emocional sejam identificados e tratados precocemente. Já em longo prazo, é preciso consolidar uma cultura de cuidado e apoio, a partir do letramento e sensibilização para o tema e recursos de cuidado de qualidade. Esses cuidados são cruciais para auxiliar a organização a enfrentar o episódio e prevenir novos incidentes. Vale ressaltar que independentemente do local, é essencial estabelecer um plano de acolhimento para os “sobreviventes” e envolvidos, complementa. Dra. Camila afirma que proporcionar um atendimento 24×7 é garantir um canal de apoio muito importante para as empresas e funcionários. “Em situações extremas, como crises coletivas, tragédias e catástrofes naturais, o atendimento presencial e outros recursos aplicados pela equipe se tornam primordiais”, comenta.  A Caliandra Saúde Mental conta com o SOS Saúde Mental, que consiste em disponibilizar acolhimento emocional emergencial 24 horas por dia, 7 dias da semana. A partir dessa triagem inicial, o caso pode ser encaminhado ao ambulatório virtual de saúde mental, com atendimento especializado (teleconsultas psiquiátricas e psicológicas). Vale destacar que este serviço pode ser feito tanto em empresas quanto em escolas, sempre mantendo o sigilo e anonimato de quem o utiliza.  Além disso, garante um cuidado de saúde mental, já que o paciente não precisa aguardar por uma consulta médica agendada e, muitas vezes, a janela de oportunidade para essa oferta de cuidado é curta. Barreiras como o preconceito dificultam a busca por ajuda, tornando crucial estar disponível quando essa pessoa procura apoio.  Sobre a Caliandra Saúde Mental Fundada pelos psiquiatras Dr. Arthur Guerra de Andrade e Dra. Camila Magalhães Silveira, a Caliandra Saúde Mental atua na gestão de crises que impactam a saúde emocional, desde crises situacionais (como luto, suicídio, assédio) a coletivas, incluindo desastres naturais, acidentes aéreos, crises econômicas, entre outros. A Caliandra oferece programas a partir de soluções integradas de cuidados em saúde mental com a prevenção, que é realizada a partir do letramento e sensibilização, com treinamentos de lideranças, rodas de conversas e palestras.  A Caliandra conta com um Ambulatório Virtual para atendimentos eletivos em saúde mental e nutrição, oferecendo consultas com psiquiatras, psicólogos e nutricionistas, além do serviço SOS Saúde Mental, que garante acolhimento emocional emergencial, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, proporcionando um atendimento em momentos críticos. Fonte: Terra

“Quando as lideranças estão adoecidas, a equipe toda fica doente”

Dr. Arthur Guerra, psiquiatra e cofundador da Caliandra Saúde Mental, fala sobre burnout, excesso de conectividade, a importância do sono e como ter uma empresa saudável. As empresas, assim como as pessoas, também podem adoecer. E a liderança é responsável por criar um ambiente de bem-estar, observar mudanças de comportamento da equipe e oferecer ajuda profissional. É essa a visão do psiquiatra Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, com ampla experiência clínica e de coordenação de políticas públicas. Ele também é autor, junto com o publicitário Nizan Guanaes, do livro Você aguenta ser feliz? em que os dois falam sobre a importância da atividade física para a saúde mental. Guerra era psiquiatra de Nizan e lhe receitou a corrida como remédio contra a depressão. Nizan gostou tanto que virou um entusiasta e divulgador do novo estilo de vida. Há quatro anos, Arthur Guerra fundou, com a também psiquiatra Camila Magalhães, a Caliandra Saúde Mental, para cuidar da saúde mental das empresas. Fazem isso por meio de atendimento emergencial em casos graves como suicídio, burnout ou desastres naturais, ou em projetos maiores, para preparar a liderança da empresa para se conscientizar do seu papel na busca de uma empresa mais saudável. “Começamos a cuidar da empresa como se fosse um paciente. Não só o executivo, o líder, o diretor, mas a empresa como um todo”, disse Arthur nesta entrevista à [EXP]. Muitas vezes, porém, tudo começa com os executivos. “Vemos que o sofrimento nuclear da empresa acaba sendo com a liderança, com os gerentes, supervisores. Quando essas pessoas estão adoecidas, a equipe toda fica doente”, afirma. Como fazer o caminho contrário, em direção a uma empresa mais saudável? Essa é uma das questões que ele responde nesta entrevista. Dr. Arthur, o senhor já tem muita experiência clínica, em projetos de saúde pública, como professor e há quatro anos fundou a Caliandra. Qual foi a lacuna que notou no mercado? Arthur Guerra – Uma parte importante dos pacientes que temos são executivos altamente adoecidos, estressados, angustiados, depressivos, que consomem álcool, drogas, não se cuidam. Os próprios executivos começaram a nos cutucar, pedindo palestras, e, quando fomos olhar o mercado, vimos que não havia nada desse tipo estruturado, com a nossa expertise, para fazer o diagnóstico e abordar de uma forma moderna e ágil problemas graves que encontrávamos na saúde mental das empresas. Nós começamos a cuidar da empresa como se fosse um paciente. Não só o executivo, o líder, o diretor, mas a empresa como um todo. E a partir daí começaram a aparecer empresas grandes, modernas. Está sendo uma experiência muito, muito bacana. Como vocês atuam? Qual é o papel da liderança nesse processo de saúde mental na empresa? O primeiro passo é ouvir a dor da empresa. Por que eles estão nos chamando? É alguma coisa um pouco mais prática? Nós trabalhamos com empresas que têm problemas emergenciais, como suicídio, ou que lidam com calamidades, problemas graves que precisam de uma atuação imediata, e conseguimos atuar com essa prontidão. O primeiro passo é fazer um diagnóstico. Muitas vezes vemos que o sofrimento nuclear da empresa acaba sendo com a liderança, os gerentes, os supervisores. Quando essas pessoas estão adoecidas, a equipe toda fica doente. Tem um ditado que eu gosto de falar: quando o maestro desafina, a orquestra toda desafina. E esse maestro pode estar nos diferentes níveis hierárquicos. Um gerente que cuida de 15 pessoas é superimportante, porque se ele não estiver bem, se estiver com depressão, ou ansioso, as 15 pessoas da equipe vão estar comprometidas também. O mesmo vale para líderes com equipes de 50, 100, 300 pessoas, ou presidentes de empresas com 30 mil pessoas. “Nós começamos a cuidar da empresa como se fosse um paciente. Não só o executivo, o líder, o diretor, mas a empresa como um todo.” É aquela frase do avião, né? Coloque a máscara em você antes de cuidar dos outros. Isso vale também para essa situação? Exatamente. Essa frase é perfeita. Tem um ditado que eu gosto de falar que é o seguinte: o exemplo não é a melhor forma de você ensinar alguma coisa para alguém. É a única. Então, se o exemplo não vier de você, líder, não vai vir de outros lugares. É você que está na liderança e que pode identificar e fazer o encaminhamento para o tratamento. O que a gente vê na prática é que muitos líderes estão sobrecarregados e não têm esse autocuidado. Pessoas que trabalham demais e glorificam isso. E exigem, com palavras ou pelo próprio exemplo, que toda a equipe faça o mesmo. Como cuidar num ambiente desses? De forma geral a empresa é composta por seus recursos humanos. O valor da empresa são as pessoas. E elas, de forma geral, não estão dissociadas do mundo onde vivemos. As lideranças, seja na área empresarial, artística, esportiva, ou cultural são muito frágeis. Elas acabam adoecidas não só pela empresa, mas também pelo mundo em que vivem, que está doente. São pessoas que já têm um transtorno, com ou sem a empresa. Algumas empresas são cruéis, apertam e sugam toda sua energia. Se você bater a meta, você é um cara legal. Se não, tchau. Custe o que custar. Por isso temos tantos casos de burnout, as pessoas não aguentam. O burnout é sempre ligado ao trabalho ou não só? Burnout é uma doença crônica, ligada ao ambiente de trabalho. Burnout é um quadro em que a pessoa manifesta depressão, cansaço, irritabilidade, falta de eficiência. Ela não tem mais energia pra nada, pensa na morte e pode até tentar se matar. Mas tudo ligado a um ambiente insalubre, onde a pessoa não consegue render bem. Quando as empresas procuram a Caliandra, quais são as principais queixas que elas trazem? Normalmente é algo que impacta toda a comunidade, como um suicídio, ou um burnout. Ou em caso de calamidades, como a que ocorreu em Recife, no começo do ano, depois em Petrópolis. As pessoas morrem e as empresas precisam lidar com aquilo. Muitas vezes os líderes

A importância do apoio de saúde mental no trabalho

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 15% dos adultos em todo o mundo já enfrentaram algum sintoma de saúde mental. Esse dado destaca a necessidade de promover apoio  à saúde mental no ambiente de trabalho.  É importante que as empresas estejam preparadas para lidar com o estresse cotidiano e possíveis situações de crise de saúde mental, que podem ocorrer tanto no dia a dia quanto em situações inesperadas. No entanto, não importa a origem, se profissional ou pessoal, um sintoma de saúde mental certamente irá afetar a produtividade e realização das atividades.  Por isso, é importante oferecer apoio, mesmo quando as situações não são graves. Sem dúvidas, estar preparado para essa gama de situações em que o sofrimento emocional pode aparecer significa estar a postos para ajudar – faça chuva ou faça sol. A importância do suporte aos colaboradores em momentos de sofrimento emocional Um colaborador em sofrimento emocional tende a apresentar dificuldades para realizar as demandas do dia a dia ou tomar decisões adequadas. Em alguns casos, o desconforto pode ser  físico, como dores de cabeça e insônia, influenciando a  motivação,  eficiência e   produtividade. Cada indivíduo tem a responsabilidade de zelar pelo seu bem-estar físico e emocional. No entanto, no ambiente de trabalho, é comum que, antes de recorrer a um profissional especializado, o colaborador procure seu líder imediato para compartilhar conflitos emocionais ou desafios relacionados à vida pessoal. Nesse contexto, um gestor preparado para oferecer um acolhimento adequado faz toda a diferença. Para isso, algumas ações podem ser realizadas:  Quando bem planejadas e executadas, no curto, médio e longo prazo, essas experiências tendem a beneficiar o ambiente corporativo e toda a equipe com: Treinamento de liderança: um ponto-chave nesse processo Um líder inspirador tem potencial para motivar sua equipe a alcançar objetivos comuns, mas isso só acontece quando existe um ambiente saudável de apoio e acolhimento, mesmo em  momentos de maior demanda e pressão por resultados.  Gestores que proporcionam esse ambiente, impulsionam a produtividade, promovem o bem-estar, fomentando uma cultura organizacional onde cada membro se sente valorizado e apto a contribuir plenamente para o sucesso coletivo.   No entanto,o dia a dia da liderança não se limita à responsabilidade de cuidar de pessoas. Esses gestores enfrentam  altas  expectativas  de desempenho, pressão por resultados, sobrecarga do trabalho, e  não é raro que sofram um desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, fatores que impactam negativamente seu próprio bem-estar. Diante desse cenário, é recomendado que o treinamento de liderança faça parte dos planos de apoio à saúde mental das organizações. O objetivo é que os líderes tenham a oportunidade de participar de capacitações que lhes permitam trocar experiências e receber informações sobre autocuidado e apoio à equipe no quesito bem-estar e saúde emocional. Esses gestores precisam estar preparados para identificar, compreender e validar a relevância das situações de sofrimento emocional, respeitando as experiências individuais e oferecendo suporte aos colaboradores. Empresas verdadeiramente produtivas e competitivas, que valorizam  seus colaboradores, reconhecem  a saúde mental da equipe como parte fundamental das estratégias para gestão de crise e do negócio em geral. Esse tema deve ser  pauta constante nas reuniões da liderança, nas ações da área de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas, bem como nas pesquisas de clima organizacional. A Caliandra Saúde Mental é uma empresa especializada em soluções de cuidados com a saúde mental e treinamento de liderança. Nossos especialistas estão à disposição para apoiar o seu negócio nessa jornada, com o sigilo e a eficiência que o tema demanda. Entre em contato agora.

Burnon: mais um alerta para a saúde mental dos colaboradores

O burnon, ainda pouco conhecido, destaca a necessidade de atenção ao estresse crônico no trabalho e à promoção de saúde mental nas empresas para prevenir o esgotamento profissional. Por Dra. Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental Recentemente, o termo “burnon” tem ganhado destaque. Embora ainda não seja uma síndrome cientificamente reconhecida, é um termo popularmente conhecido que indica exaustão no ambiente corporativo devido à dedicação excessiva ou “obsessão” pelo trabalho. Neste caso, a pessoa apresenta uma fixação e apego exagerado ao trabalho, chegando a romper relações sociais e a abandonar outras atividades por dificuldade em estabelecer limites. Apesar de ainda não haver estudos científicos aprofundados sobre o tema, o burnon é entendido como um mecanismo de estresse relacionado ao trabalho, com sintomas semelhantes aos do burnout — uma síndrome bem definida e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Diferente do burnout, no qual há percepção de fadiga e exaustão extrema, física, emocional e mental, no burnon parece não haver compreensão do adoecimento: a pessoa continua suas atividades, mesmo exausta, pois, apesar de cumprir suas tarefas, ainda sente que seu esforço é insuficiente. Além disso, no burnon, a pessoa perde o prazer em realizar atividades que não sejam relacionadas ao trabalho, uma vez que está exageradamente vinculada à rotina laboral, que parece trazer alívio por estar alinhada ao seu ideal de sujeito trabalhador. Por se tratar de um termo recente, ainda não há dados precisos sobre a prevalência desse problema. No entanto, o sofrimento mental associado ao estresse e à sobrecarga no ambiente de trabalho tem recebido maior atenção. Uma pesquisa conduzida pela Caliandra Saúde Mental revelou os principais temas e desafios relacionados à saúde mental enfrentados pelas empresas. Entre os 333 líderes, colaboradores e profissionais de RH entrevistados, 73% afirmam que o medo do julgamento e da discriminação são motivos para que as pessoas com problemas relacionados à saúde mental não busquem ajuda profissional. Outras barreiras citadas por cerca de 70% dos entrevistados foram o tabu em torno da saúde mental e o sentimento de insegurança ou vergonha. Entre os desafios relacionados à saúde mental que mais impactam o trabalho, destacam-se o desgaste, o cansaço e o estresse, representando 49% das respostas. Alterações de humor e falta de comunicação assertiva seguem com 22% e 10%, respectivamente. Vale salientar que, apesar do termo “burnon” ter ganhado espaço, isso reflete a necessidade contemporânea de criar patologias para o sofrimento humano. É necessário adotar uma visão mais ampla ao avaliar o estresse crônico no trabalho e suas manifestações, que geralmente decorrem de uma relação disfuncional do indivíduo com o seu trabalho, envolvendo múltiplos fatores causais. Esses fatores incluem desde aspectos relacionados à personalidade e às necessidades do indivíduo, até precariedades nas relações e condições de trabalho, falta de políticas de saúde mental nas empresas e a cultura neoliberal, pautada no individualismo, desempenho e competitividade em um contexto de crises diversas (política, econômica e socioambiental). Todo esse ecossistema gera sofrimento. As doenças relacionadas à sobrecarga de trabalho afetam a todos em uma cultura que valoriza o empreendedorismo, a competitividade e a hiperconectividade, mas cujas rápidas mudanças tecnológicas e econômicas contribuem para um clima de insegurança. Muitos profissionais atuam constantemente sob pressão, enfrentando grandes responsabilidades, dupla jornada, inversão de turno ou ambientes de trabalho com demandas excessivas, lideranças abusivas e equipes reduzidas, o que os coloca em maior risco de desenvolver algum prejuízo emocional. Para minimizar os impactos, algumas medidas são eficazes, como estabelecer limites claros, praticar o autocuidado e procurar apoio profissional ao perceber tal sofrimento. No processo de tratamento, é necessário reconhecer e reduzir os fatores que levam aos sintomas de estresse, sobrecarga e exaustão. Além do gerenciamento dos fatores estressantes, o tratamento pode incluir melhorias na alimentação, sono, exercícios, comunicação com chefias, psicoterapia para percepção das angústias e organização dos afetos, tempo para lazer e, quando necessário, prescrição de medicação. Para que o tratamento de casos de sofrimento relacionado ao ambiente de trabalho seja eficaz, é essencial que haja interlocução entre o indivíduo e a instituição, seja por meio do médico do trabalho, RH ou líder direto, para ajustes em suas atividades laborais. Ou seja, um tratamento efetivo desses casos depende de ações conjuntas entre colaborador, empresa e profissionais de saúde especializados. O tratamento deve ser individualizado e pode envolver diversas abordagens (terapia, mudanças no estilo de vida, manejo de estresse), dependendo da gravidade e dos sintomas apresentados. Mas é preciso reforçar que, além das estratégias centradas no indivíduo, ações de prevenção e assistência no ambiente laboral também devem ser adotadas. Isso ressalta a importância de investimentos em ações para os colaboradores, abordando o tema de maneira efetiva, promovendo o letramento em saúde mental e treinando líderes para intervir quando necessário. Para que um colaborador se sinta à vontade para conversar com seu gestor sobre esse tema, é preciso que a liderança seja acessível, o que pode ser construído a partir de sensibilização e treinamento das equipes. O melhor programa de saúde mental é aquele elaborado em parceria, customizado ao perfil da empresa e de seus diferentes níveis e setores. Ao adotar uma comunicação clara, empática e humana, pautada na ética médica e assegurando aos colaboradores a confidencialidade dos dados de saúde, aumentam-se as probabilidades de utilização das ferramentas oferecidas. Promover e proporcionar um serviço especializado em saúde mental contínuo significa quebrar barreiras para a busca por ajuda – essa prontidão no cuidado traz repercussões muito positivas para o indivíduo e para a empresa. Como costumamos dizer, o bem-estar emocional no ambiente de trabalho é uma responsabilidade compartilhada. Fonte: Mundo RH

Profissionais da geração Z lideram o uso de medicamentos para saúde mental

Segundo levantamento da Vidalink, trabalhadores de 19 a 23 anos representam a maior porcentagem de compras de medicamentos para saúde mental (28,5%) – especialistas analisam o cenário. Uso de medicamentos para saúde mental é maior na faixa etária de 19 a 23 anos (28,5%), seguido da faixa entre 24 a 29 (22,7%), aponta levantamento da  Vidalink, empresa de plano de bem-estar corporativo. Os dados fazem parte da análise da compra de medicamentos de 196.677 funcionários entre 250 empresas no Brasil. Além disso, o Panorama da Saúde Mental, desenvolvido pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, aponta que jovens brasileiros com idades entre 16 e 24 anos estão entre os mais afetados por problemas de saúde mental. Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, destaca a preocupação em apoiar as novas gerações que chegam ao mercado de trabalho. “A Geração Z é digitalmente nativa e, com isso, teve que crescer em uma realidade de  cyberbullying, abusos online e comparações potencializadoras de problemas de autoestima e ansiedade crônica. Além disso, são em grande parte conscientes das questões globais e possuem preocupações inerentes sobre o futuro. Tudo isso faz parte da construção de uma geração mais sensível ao tópico da saúde mental, embora não seja a única afetada”, declara Luis González. Nikolas Heine, médico psiquiatra e Coordenador de Psiquiatria da Caliandra Saúde Mental,  destaca o impacto da imprevisibilidade do mercado de trabalho na saúde mental dos jovens: “O impacto da automação e da IA no trabalho gera uma incerteza que dificulta para os jovens se estruturarem para o futuro. Isso, geralmente, resulta em sobrecarga emocional, manifestando-se em sintomas ansiosos, depressivos, impulsivos e psicossomáticos”. Para o psiquiatra, tanto a maior disponibilidade de profissionais capazes de fazer o diagnóstico quanto o modo como a geração Z foi criada são fatores que contribuem  para maior incidência de problemas de saúde mental. “Nossa cultura de parentalidade, focada no cuidado emocional, muitas vezes impede que os jovens experimentem frustrações durante o desenvolvimento, deixando-os menos preparados para lidar com elas na vida adulta. Isso faz com que cada vez mais jovens percebam sintomas emocionais como doenças. Além disso, hoje temos mais profissionais para realizar diagnósticos, o que não era comum em gerações anteriores”, complementa o Dr. As novas gerações demonstram maior aceitação e estão reduzindo os estigmas relacionados à saúde mental, reconhecem a importância de cuidar da mente   e estão mais dispostas a aderir  ao tratamento medicamentoso, quando necessário. O levantamento da Vidalink revela que o menor índice de uso dos medicamentos de saúde mental (14,8%) ocorre em colaboradores  com mais de 59 anos. “Em muitos casos, isso pode ser explicado pelo tabu ainda existente entre gerações mais velhas para falar de saúde mental”, diz González. Por outro lado, a compra dos antidepressivos  é maior nas faixas etárias da geração X e dos Millennials, entre colaboradores de 39 a 43 anos (19,8%), seguidos da faixa de 44 a 48 anos (16,5%). “Embora a geração Z seja mais ativa em assuntos de saúde mental, cada geração enfrenta seus próprios conjuntos de desafios sobre o tema, moldados por experiências de vida únicas, expectativas sociais e tecnológicas em evolução”, complementa o executivo. Segundo os especialistas, as demandas da geração Z, a busca por  equilíbrio entre vida pessoal e profissional, são grandes impulsionadores do conceito de bem-estar para o futuro do trabalho. “As gerações mais velhas costumam apresentar quadros psiquiátricos de transtornos adaptativos ou sobrecargas emocionais que geram estresse agudo, mas não procuram ajuda, pois consideram os sintomas uma reação normal. Pode-se dizer, então, que a popularização do debate sobre saúde mental pela geração Z reflete diretamente na desmistificação do tratamento para as demais gerações”, explica o Dr. Nikolas. A medicação, no entanto, não é o único fator para lidar com a saúde mental no ambiente de trabalho: “O apoio financeiro das empresas no subsídio de medicamentos para os colaboradores é fundamental a fim de garantir a continuidade do tratamento, mas é importante ter em mente a diferença que uma cultura faz na forma como esses profissionais se sentirão acolhidos. Um cenário de liderança tóxica pode agravar o quadro depressivo, por exemplo.”, alerta Luis González. Mudanças de rotina e comportamento como sono adequado, alimentação equilibrada, práticas de exercícios físicos, pausas durante o dia, acompanhamento psicológico, contato social e exposição regular ao sol são recomendadas pelo psiquiatra. “Os benefícios corporativos entram em cena para que esses trabalhadores tenham os insumos necessários para mudar o  estilo de vida e cuidar da saúde, juntamente com o subsídio de medicamentos”, esclarece González. “Todas essas medidas preventivas devem ser disseminadas em campanhas de conscientização nas empresas. No entanto, é importante reforçar que esses profissionais, principalmente a geração Z, geralmente mais autoconsciente sobre suas dores, precisam buscar um diagnóstico de um psiquiatra qualificado antes de confundir o cuidado com saúde mental com quadros de doenças mentais”, finaliza Dr. Nikolas Heine. Fonte: Mundo RH