Caliandra

Burnon: mais um alerta para a saúde mental dos colaboradores

O burnon, ainda pouco conhecido, destaca a necessidade de atenção ao estresse crônico no trabalho e à promoção de saúde mental nas empresas para prevenir o esgotamento profissional. Por Dra. Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental Recentemente, o termo “burnon” tem ganhado destaque. Embora ainda não seja uma síndrome cientificamente reconhecida, é um termo popularmente conhecido que indica exaustão no ambiente corporativo devido à dedicação excessiva ou “obsessão” pelo trabalho. Neste caso, a pessoa apresenta uma fixação e apego exagerado ao trabalho, chegando a romper relações sociais e a abandonar outras atividades por dificuldade em estabelecer limites. Apesar de ainda não haver estudos científicos aprofundados sobre o tema, o burnon é entendido como um mecanismo de estresse relacionado ao trabalho, com sintomas semelhantes aos do burnout — uma síndrome bem definida e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Diferente do burnout, no qual há percepção de fadiga e exaustão extrema, física, emocional e mental, no burnon parece não haver compreensão do adoecimento: a pessoa continua suas atividades, mesmo exausta, pois, apesar de cumprir suas tarefas, ainda sente que seu esforço é insuficiente. Além disso, no burnon, a pessoa perde o prazer em realizar atividades que não sejam relacionadas ao trabalho, uma vez que está exageradamente vinculada à rotina laboral, que parece trazer alívio por estar alinhada ao seu ideal de sujeito trabalhador. Por se tratar de um termo recente, ainda não há dados precisos sobre a prevalência desse problema. No entanto, o sofrimento mental associado ao estresse e à sobrecarga no ambiente de trabalho tem recebido maior atenção. Uma pesquisa conduzida pela Caliandra Saúde Mental revelou os principais temas e desafios relacionados à saúde mental enfrentados pelas empresas. Entre os 333 líderes, colaboradores e profissionais de RH entrevistados, 73% afirmam que o medo do julgamento e da discriminação são motivos para que as pessoas com problemas relacionados à saúde mental não busquem ajuda profissional. Outras barreiras citadas por cerca de 70% dos entrevistados foram o tabu em torno da saúde mental e o sentimento de insegurança ou vergonha. Entre os desafios relacionados à saúde mental que mais impactam o trabalho, destacam-se o desgaste, o cansaço e o estresse, representando 49% das respostas. Alterações de humor e falta de comunicação assertiva seguem com 22% e 10%, respectivamente. Vale salientar que, apesar do termo “burnon” ter ganhado espaço, isso reflete a necessidade contemporânea de criar patologias para o sofrimento humano. É necessário adotar uma visão mais ampla ao avaliar o estresse crônico no trabalho e suas manifestações, que geralmente decorrem de uma relação disfuncional do indivíduo com o seu trabalho, envolvendo múltiplos fatores causais. Esses fatores incluem desde aspectos relacionados à personalidade e às necessidades do indivíduo, até precariedades nas relações e condições de trabalho, falta de políticas de saúde mental nas empresas e a cultura neoliberal, pautada no individualismo, desempenho e competitividade em um contexto de crises diversas (política, econômica e socioambiental). Todo esse ecossistema gera sofrimento. As doenças relacionadas à sobrecarga de trabalho afetam a todos em uma cultura que valoriza o empreendedorismo, a competitividade e a hiperconectividade, mas cujas rápidas mudanças tecnológicas e econômicas contribuem para um clima de insegurança. Muitos profissionais atuam constantemente sob pressão, enfrentando grandes responsabilidades, dupla jornada, inversão de turno ou ambientes de trabalho com demandas excessivas, lideranças abusivas e equipes reduzidas, o que os coloca em maior risco de desenvolver algum prejuízo emocional. Para minimizar os impactos, algumas medidas são eficazes, como estabelecer limites claros, praticar o autocuidado e procurar apoio profissional ao perceber tal sofrimento. No processo de tratamento, é necessário reconhecer e reduzir os fatores que levam aos sintomas de estresse, sobrecarga e exaustão. Além do gerenciamento dos fatores estressantes, o tratamento pode incluir melhorias na alimentação, sono, exercícios, comunicação com chefias, psicoterapia para percepção das angústias e organização dos afetos, tempo para lazer e, quando necessário, prescrição de medicação. Para que o tratamento de casos de sofrimento relacionado ao ambiente de trabalho seja eficaz, é essencial que haja interlocução entre o indivíduo e a instituição, seja por meio do médico do trabalho, RH ou líder direto, para ajustes em suas atividades laborais. Ou seja, um tratamento efetivo desses casos depende de ações conjuntas entre colaborador, empresa e profissionais de saúde especializados. O tratamento deve ser individualizado e pode envolver diversas abordagens (terapia, mudanças no estilo de vida, manejo de estresse), dependendo da gravidade e dos sintomas apresentados. Mas é preciso reforçar que, além das estratégias centradas no indivíduo, ações de prevenção e assistência no ambiente laboral também devem ser adotadas. Isso ressalta a importância de investimentos em ações para os colaboradores, abordando o tema de maneira efetiva, promovendo o letramento em saúde mental e treinando líderes para intervir quando necessário. Para que um colaborador se sinta à vontade para conversar com seu gestor sobre esse tema, é preciso que a liderança seja acessível, o que pode ser construído a partir de sensibilização e treinamento das equipes. O melhor programa de saúde mental é aquele elaborado em parceria, customizado ao perfil da empresa e de seus diferentes níveis e setores. Ao adotar uma comunicação clara, empática e humana, pautada na ética médica e assegurando aos colaboradores a confidencialidade dos dados de saúde, aumentam-se as probabilidades de utilização das ferramentas oferecidas. Promover e proporcionar um serviço especializado em saúde mental contínuo significa quebrar barreiras para a busca por ajuda – essa prontidão no cuidado traz repercussões muito positivas para o indivíduo e para a empresa. Como costumamos dizer, o bem-estar emocional no ambiente de trabalho é uma responsabilidade compartilhada. Fonte: Mundo RH

Profissionais da geração Z lideram o uso de medicamentos para saúde mental

Segundo levantamento da Vidalink, trabalhadores de 19 a 23 anos representam a maior porcentagem de compras de medicamentos para saúde mental (28,5%) – especialistas analisam o cenário. Uso de medicamentos para saúde mental é maior na faixa etária de 19 a 23 anos (28,5%), seguido da faixa entre 24 a 29 (22,7%), aponta levantamento da  Vidalink, empresa de plano de bem-estar corporativo. Os dados fazem parte da análise da compra de medicamentos de 196.677 funcionários entre 250 empresas no Brasil. Além disso, o Panorama da Saúde Mental, desenvolvido pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, aponta que jovens brasileiros com idades entre 16 e 24 anos estão entre os mais afetados por problemas de saúde mental. Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, destaca a preocupação em apoiar as novas gerações que chegam ao mercado de trabalho. “A Geração Z é digitalmente nativa e, com isso, teve que crescer em uma realidade de  cyberbullying, abusos online e comparações potencializadoras de problemas de autoestima e ansiedade crônica. Além disso, são em grande parte conscientes das questões globais e possuem preocupações inerentes sobre o futuro. Tudo isso faz parte da construção de uma geração mais sensível ao tópico da saúde mental, embora não seja a única afetada”, declara Luis González. Nikolas Heine, médico psiquiatra e Coordenador de Psiquiatria da Caliandra Saúde Mental,  destaca o impacto da imprevisibilidade do mercado de trabalho na saúde mental dos jovens: “O impacto da automação e da IA no trabalho gera uma incerteza que dificulta para os jovens se estruturarem para o futuro. Isso, geralmente, resulta em sobrecarga emocional, manifestando-se em sintomas ansiosos, depressivos, impulsivos e psicossomáticos”. Para o psiquiatra, tanto a maior disponibilidade de profissionais capazes de fazer o diagnóstico quanto o modo como a geração Z foi criada são fatores que contribuem  para maior incidência de problemas de saúde mental. “Nossa cultura de parentalidade, focada no cuidado emocional, muitas vezes impede que os jovens experimentem frustrações durante o desenvolvimento, deixando-os menos preparados para lidar com elas na vida adulta. Isso faz com que cada vez mais jovens percebam sintomas emocionais como doenças. Além disso, hoje temos mais profissionais para realizar diagnósticos, o que não era comum em gerações anteriores”, complementa o Dr. As novas gerações demonstram maior aceitação e estão reduzindo os estigmas relacionados à saúde mental, reconhecem a importância de cuidar da mente   e estão mais dispostas a aderir  ao tratamento medicamentoso, quando necessário. O levantamento da Vidalink revela que o menor índice de uso dos medicamentos de saúde mental (14,8%) ocorre em colaboradores  com mais de 59 anos. “Em muitos casos, isso pode ser explicado pelo tabu ainda existente entre gerações mais velhas para falar de saúde mental”, diz González. Por outro lado, a compra dos antidepressivos  é maior nas faixas etárias da geração X e dos Millennials, entre colaboradores de 39 a 43 anos (19,8%), seguidos da faixa de 44 a 48 anos (16,5%). “Embora a geração Z seja mais ativa em assuntos de saúde mental, cada geração enfrenta seus próprios conjuntos de desafios sobre o tema, moldados por experiências de vida únicas, expectativas sociais e tecnológicas em evolução”, complementa o executivo. Segundo os especialistas, as demandas da geração Z, a busca por  equilíbrio entre vida pessoal e profissional, são grandes impulsionadores do conceito de bem-estar para o futuro do trabalho. “As gerações mais velhas costumam apresentar quadros psiquiátricos de transtornos adaptativos ou sobrecargas emocionais que geram estresse agudo, mas não procuram ajuda, pois consideram os sintomas uma reação normal. Pode-se dizer, então, que a popularização do debate sobre saúde mental pela geração Z reflete diretamente na desmistificação do tratamento para as demais gerações”, explica o Dr. Nikolas. A medicação, no entanto, não é o único fator para lidar com a saúde mental no ambiente de trabalho: “O apoio financeiro das empresas no subsídio de medicamentos para os colaboradores é fundamental a fim de garantir a continuidade do tratamento, mas é importante ter em mente a diferença que uma cultura faz na forma como esses profissionais se sentirão acolhidos. Um cenário de liderança tóxica pode agravar o quadro depressivo, por exemplo.”, alerta Luis González. Mudanças de rotina e comportamento como sono adequado, alimentação equilibrada, práticas de exercícios físicos, pausas durante o dia, acompanhamento psicológico, contato social e exposição regular ao sol são recomendadas pelo psiquiatra. “Os benefícios corporativos entram em cena para que esses trabalhadores tenham os insumos necessários para mudar o  estilo de vida e cuidar da saúde, juntamente com o subsídio de medicamentos”, esclarece González. “Todas essas medidas preventivas devem ser disseminadas em campanhas de conscientização nas empresas. No entanto, é importante reforçar que esses profissionais, principalmente a geração Z, geralmente mais autoconsciente sobre suas dores, precisam buscar um diagnóstico de um psiquiatra qualificado antes de confundir o cuidado com saúde mental com quadros de doenças mentais”, finaliza Dr. Nikolas Heine. Fonte: Mundo RH

Lei de Certificação de saúde mental fortalece o tema

Recentemente, entrou em vigor a Lei 14.831/2024, que estabelece o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Este é um marco significativo para o ambiente corporativo, pois reconhece as organizações empenhadas no cuidado de saúde mental dos colaboradores. A lei define diretrizes claras, como a oferta de recursos de apoio psicológico e psiquiátrico para a equipe, a conscientização sobre o tema e o treinamento das lideranças. Em 2022, a OMS destacou o ambiente de trabalho como um lugar privilegiado para promoção da saúde mental, ressaltando que o cuidado com os colaboradores resulta em melhorias no clima organizacional, na produtividade da equipe e na qualidade das entregas. O trabalho exerce um impacto significativo no funcionamento psíquico do trabalhador, podendo gerar prazer ou sofrimento, dependendo da relevância das tarefas, das relações de reconhecimento, valorização (sentido do trabalho), cooperação, confiança e solidariedade com colegas e lideranças. Com a nova certificação, as empresas são incentivadas a repensar sua abordagem em relação à saúde mental e implementar iniciativas para o desenvolvimento de ambientes de trabalho genuinamente saudáveis e sustentáveis. É necessário transformar as organizações por meio do letramento coletivo e do cuidado individualizado e de alta qualidade em saúde mental. As estratégias e ações contribuem também para o empoderamento de equipes e líderes no tema, impulsionando a sustentabilidade emocional e mental no ambiente corporativo. Sendo assim, é preciso adaptar cada solução às necessidades específicas de cada empresa, para impulsionar uma cultura de saúde aliada à performance, com clima mais acolhedor, produtivo e com colaboradores engajados e prontos para os desafios do dia a dia. Para que essas ações sejam eficientes, é preciso inicialmente superar as barreiras do estigma, aumentar o conhecimento e a sensibilização, inclusive para facilitar a busca por tratamento e a identificação precoce do sofrimento emocional. Quando os colaboradores entendem que cuidar da saúde mental é uma prática valorizada pela empresa, sentem-se incentivados a cuidar do próprio bem-estar. De acordo com levantamento da Data Sus, os custos diretos e indiretos com problemas de saúde mental são estimados em 4-6% do PIB Global, o que representa mais do que a carga combinada de câncer, diabetes e doenças respiratórias. Vale ressaltar que, ao promover um ambiente corporativo saudável, o investimento gera um retorno financeiro significativo. Claro, apesar de não ser o principal foco de um programa de saúde mental, é um indicador importante para tornar os projetos mais eficientes, auxiliando no planejamento e ajustes das ações, visando economias a partir da melhora da saúde dos colaboradores (redução de absenteísmo, afastamentos e turnover, assim como aumento da produtividade). Por fim, destaco que, embora a saúde mental seja um tema amplamente discutido, requer atenção e não pode ser tratada de forma simplista. É importante compreender que a certificação será concedida após evidências de resultados efetivos no ambiente corporativo. Sendo assim, é indispensável mensurar estes resultados adequadamente. Por exemplo, ao longo de 12 meses de atuação em uma determinada empresa,  93% dos pacientes relataram uma melhora dos sintomas que os fizeram procurar o apoio em saúde mental. Ainda, ao analisar os casos e tempo de tratamento, pacientes com quadros graves tiveram uma média de 9 consultas psiquiátricas e alcançaram melhora em 4 meses, mostrando (ao contrário do que muitos pensam) que é possível uma melhora de sintomas em um relativo curto espaço de tempo. A mensuração precisa dos resultados é essencial para garantir que as intervenções atendam às necessidades dos colaboradores e promovam um ambiente de trabalho saudável e produtivo. A certificação representa um avanço importante e deve ser encarada com respeito e seriedade. É fundamental manter o bom senso e empatia para compreender as necessidades da empresa, bem como o perfil e a cultura dos colaboradores. Somente assim os projetos farão sentido e trarão bons resultados. Por Dra. Camila Magalhães, psiquiatra.  Fonte: RH PRA VOCÊ

Os benefícios da corrida para a sua saúde mental

Não é preciso ser cientista nem médico para sentir os benefícios da corrida no corpo, na cabeça e na vida. Se você já corre, deve ter sentido uma sensação boa, de quase euforia, e ao mesmo tempo de relaxamento depois de um treino ou de uma prova. Já se sabe há um bom tempo que esse estado, conhecido como o “barato do corredor”, se deve em parte à explosão de endocanabinoides liberados durante o exercício. Endocanabioides são moléculas produzidas pelo corpo semelhantes aos canabinoides encontrados na maconha. Não por acaso nos sentimos felizes, relaxados. Mas o que eu quero falar aqui é sobre os benefícios da corrida para a nossa saúde mental. A primeira delas é bem óbvia, mas muito importante especialmente em grandes centros urbanos, em que existe mais dificuldade de conhecermos pessoas e onde as taxas de solidão são altas: a sociabilidade. Quase sempre, vemos pessoas correndo em grupos, inclusive “batendo um papo” (se o treino for leve, lógico). O esporte possibilita estarmos em contato com desconhecidos que têm algo em comum conosco. Eles rapidamente se tornam companheiros de treino e até amigos. A segunda diz respeito à construção de resiliência mental, algo que pode nos trazer boas repercussões no nosso dia a dia, especialmente para profissionais que passam longas horas fazendo trabalhos repetitivos, horas na frente de telas ou dedicam-se a funções que exigem foco por extensos períodos. A corrida feita de forma consistente não só ajuda a termos menor resposta ao estresse (sinal de resiliência), mostrou um estudo, como contribui para que domemos os demônios que costumam povoar os nossos pensamentos quando estamos fazendo uma atividade monótona. As passadas também nos ajudam a construir disciplina. Como especialista em saúde mental, posso dizer que poucas coisas são tão difíceis como construir e manter uma disciplina, porque esta não é uma competência inata, ou seja, não nascemos com ela. Com os treinos regulares, vamos aprendendo que há dias melhores do que outros, que às vezes nosso desempenho pode ser frustrante, mas que, se queremos seguir em frente, temos de nos manter consistentes. Ninguém corre a sua primeira prova de 5 ou 10 k, ou a sua primeira maratona, sem ter se mantido disciplinado. Assim também é na vida. Por fim, a corrida é uma ótima ferramenta para tratar problemas de saúde mental como depressão, dependências, TDAH, ansiedade, transtorno bipolar e até transtornos alimentares. Algo que vinha usando há mais de 20 anos com meus pacientes de forma empírica, e reunindo ótimos resultados, agora tem ganhado a comprovação da ciência. Nos últimos anos, cada vez mais estudos vêm comprovando isso: correr é um ótimo complemento para as terapias que buscam tratar essas condições, além de trazer a pessoas que convivem com esses transtornos e que muitas vezes são estigmatizadas algo essencial: autoestima e confiança. E você? Que tal calçar um tênis e iniciar neste esporte? Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental. Fonte: Forbes

O que a Olimpíada de Paris já está nos ensinando sobre saúde mental

Há 4 anos, na Olimpíada de Tóquio, vimos uma das maiores atletas da ginástica artística da atualidade, a americana Simone Biles, tomar a difícil decisão de não continuar na disputa porque queria um tempo só para ela, para cuidar de sua saúde mental. De lá para cá muita coisa parece ter mudado. Temos testemunhado um grande número de profissionais do esporte – inclusive técnicos – vindo a público para falar de suas questões de saúde mental, que vão de depressões e ansiedades mais ou menos graves a síndromes do pânico. Agora, às vésperas do início de mais uma Olimpíada, a de Paris, no próximo dia 26, o Comitê Olímpico anunciou algumas semanas atrás que a vila olímpica vai incluir instalações para as famílias dos atletas. Em Tóquio, familiares, amigos e até patrocinadores estavam proibidos de entrar na vila. Sozinhos com seus demônios mentais, eles não podiam contar com as redes de apoio mais importantes que há no caso de algo não ir bem: a família e os amigos. Ao contrário do que o próprio Comitê pregava, comprovou-se que, por exemplo, separar atletas mães de seus filhos (e eles delas) durante o período de competição não é a melhor solução para a saúde mental, assim como separar esses profissionais de seus pais, mães e parceiros/parceiras. A questão da saúde mental entre atletas não é nenhuma novidade, mas, assim como boa parte de nós faz – inclusive no ambiente corporativo -, o problema sempre foi jogado (me desculpem o trocadilho) para debaixo do tapete. Existia – e ainda existe (porque a questão não foi sanada com essas novas decisões) – estigma em relação ao tema saúde mental. Por que profissionais do esporte, que sofrem tremenda pressão por resultados de seus patrocinadores e deles mesmos, não se sentiriam iguais a um profissional qualquer que se dedicou a vida toda e hoje é pressionado pela empresa na qual trabalha a entregar metas muitas vezes difíceis de serem alcançadas? Por que eles não teriam burnout, ansiedades diversas e depressão, abusariam do álcool como os demais trabalhadores? Observando desde outra perspectiva, assim como os esportistas só chegam a uma Olimpíada se conseguirem o índice para a sua prova, altas lideranças só alcançam a posição porque, digamos assim, também conseguiram demonstrar terem alcançado um índice profissional, de competência e de resultados. Por que elas, ao assumirem o novo cargo, não carregariam o fardo da expectativa da obrigação de serem bem-sucedidas, algo que já se mostrou ser extremamente debilitante tanto quanto é para os atletas olímpicos? Por que estilos de treinamento opressivos, que procuram enquadrar o atleta em regras que muitas vezes se assemelham ao bullying moral e vão minando a saúde mental desses profissionais não são parecidos com os que encontramos em algumas organizações, com o mesmo impacto negativo sobre os colaboradores que ali trabalham? Se é algo que a Olimpíada de Tóquio nos ensinou é os atletas precisam falar mais, dar mais voz ao sofrimento deles, buscar ajuda. Pois só assim as mudanças começam a acontecer, como já estamos vendo em Paris. Por que não deveríamos fazer o mesmo? Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental. Fonte: Forbes

Burnout: por que as pessoas evitam procurar ajuda?

Nos últimos 10 anos, o número de pessoas diagnosticadas com problemas de saúde mental tem alcançado seu nível mais alto. Essa é a declaração de Jon Clifton, CEO da consultoria Gallup, na nota de abertura do tradicional estudo State of The Global Workplace 2024. A saúde mental do colaborador, com destaque ao burnout, tem estado no holofote dos debates corporativos, do governo e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Compreende-se que a prevenção e o cuidado com a saúde mental não  se limitam às ações pontuais, é importante uma abordagem que envolva a implementação de uma cultura de trabalho que valorize e  priorize o bem-estar emocional e físico de todos os colaboradores. Isso inclui um ambiente de trabalho saudável, em que a comunicação aberta e o apoio mútuo são incentivados, além da oferta de recursos e programas contínuos de saúde mental, possibilitando o equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais, resultando em aumento da satisfação e produtividade.  Quer saber mais sobre esse tema? Então não deixe de ler esse artigo. O que é burnout e como diagnosticar Como detalha a Dra. Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental, o burnout é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao estresse crônico no contexto profissional. Dentre as principais características dessa condição, três se destacam: exaustão emocional extrema, despersonalização e baixa realização pessoal e profissional. O burnout apresenta sintomas significativos de esgotamento mental que impactam o funcionamento cotidiano, podendo resultar em afastamento médico. O reconhecimento e o diagnóstico são essenciais e devem ser realizados por um profissional de saúde mental, que pode realizar uma avaliação clínica minuciosa para confirmar o diagnóstico e, se necessário, recomendar uma licença médica para permitir a recuperação do indivíduo. Síndrome já é reconhecida como condição de saúde ocupacional A urgência da saúde mental no ambiente de trabalho é tamanha que a Organização Mundial de Saúde incluiu a síndrome de burnout na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional. Pela definição da OMS, “burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”, ressaltando que o termo se refere especificamente a fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicado para descrever experiências em outras áreas da vida.  Em novembro de 2023, a Portaria GM/MS Nº 1.999 atualizou a lista de acidentes de trabalho no Brasil, que incluiu o burnout. Isso quer dizer que, sob a ótica do Ministério do Trabalho, o colaborador diagnosticado com burnout tem os mesmos direitos trabalhistas daqueles com outras doenças e acidentes decorrentes de atividades profissionais.    Por que a saúde mental ainda é tabu nas empresas?  Muitos profissionais ainda não buscam ajuda especializada para tratar a doença, principalmente por desconhecimento, preconceito com relação a doenças de saúde mental, medo do julgamento e estigmatização, vergonha em admitir vulnerabilidades e a  falta de apoio e acolhimento no ambiente corporativo. Esses fatores combinados contribuem para que o colaborador hesite em procurar apoio e resultam em afastamentos que poderiam ter sido evitados.   De que forma a cultura de trabalho pode ajudar Sintomas de sofrimento emocional, como o burnout, têm mais chance de serem diagnosticados, evitados e tratados quando o colaborador faz parte de uma organização em que: Como é comum e ocorre em outras doenças, a identificação rápida dos sinais e o diagnóstico precoce do burnout permite intervenções eficazes, minimiza os impactos e contribui para uma melhor recuperação. Além disso, aliado a um tratamento personalizado e adequado, conduzido por profissionais especializados, garante que as necessidades individuais sejam atendidas, promovendo um retorno ao bem-estar emocional e físico mais rápido e sustentável. A Caliandra Saúde Mental é uma empresa especializada em soluções de cuidados com a saúde mental e treinamento de liderança. Nossos especialistas estão à disposição para apoiar o seu negócio nessa jornada, com o sigilo e a eficiência que o tema demanda. Entre em contato agora.

Brasil enfrenta desafios na saúde mental: urgência em ambientes de trabalho

Especialistas alertam para a necessidade de ações efetivas nas empresas para melhorar o bem-estar mental dos colaboradores O Brasil se posiciona alarmantemente como o quarto país com os piores índices de saúde mental globalmente, segundo o recente estudo “The Mental State of the World” da Sapien Labs. Este levantamento, que envolveu mais de 500 mil pessoas em 71 países, revelou uma pontuação preocupante de 53 em uma escala de até 110 para o Brasil. Especialistas apontam para a necessidade urgente de endereçar essa questão crítica, especialmente no ambiente de trabalho. Um relatório da  Vidalink, uma empresa que oferece planos de bem-estar corporativo, destaca a importância de programas de bem-estar ajustados às necessidades individuais dos colaboradores. Seus dados revelam que 63,1% dos profissionais brasileiros relatam sentir ansiedade ou angústia na maior parte dos dias, com quase 30% admitindo não tomar nenhuma ação para melhorar sua saúde mental. Adicionalmente, o primeiro semestre de 2023 registrou um aumento de 37% no uso de antidepressivos em comparação com o mesmo período do ano anterior, indicando um crescimento tanto no diagnóstico quanto no suporte a tratamentos de saúde mental nas empresas. Especialistas como Luis González, CEO da  Vidalink, Nikolas Heine, médico psiquiatra, e Patrícia Pousa, Doutora em Mundo do Trabalho e Saúde Mental, enfatizam a importância do cuidado com a saúde mental no contexto corporativo. Argumentam que não se pode dissociar produtividade de bem-estar e destacam que empresas que valorizam a saúde mental dos funcionários não apenas cultivam um ambiente de trabalho positivo, mas também promovem lealdade e diminuem a rotatividade de pessoal. Os impactos da saúde mental no trabalho incluem desde a prevenção de doenças ocupacionais, como o burnout, até a promoção de uma liderança acolhedora que apoia o bem-estar contínuo dos colaboradores. Reconhecer os sinais de problemas de saúde mental é essencial, incluindo mudanças de humor, perda de interesse em atividades prazerosas, problemas de concentração, ansiedade prolongada, entre outros. Para enfrentar esses desafios, os especialistas propõem uma série de práticas visando a melhoria da saúde mental, como a promoção de exercícios físicos, nutrição equilibrada, qualidade do sono, mindfulness e meditação, conexões sociais fortes, hobbies e atividades de lazer, desenvolvimento pessoal e, quando necessário, tratamento medicamentoso adequado. A inclusão dessas práticas no dia a dia dos colaboradores, juntamente com o apoio das empresas, pode levar a um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Esse compromisso com o bem-estar não apenas beneficia os funcionários individualmente, mas também oferece vantagens competitivas para as empresas, incluindo maior engajamento, produtividade e retenção de talentos, além de fortalecer a marca empregadora no mercado. O Brasil, enfrentando uma das piores crises de saúde mental, necessita de uma atuação conjunta entre empresas, profissionais de saúde e políticas públicas, visando criar ambientes de trabalho que não apenas reconheçam, mas também atuem proativamente na promoção da saúde mental dos colaboradores. Este esforço conjunto pode ser um marco significativo na mudança de paradigmas sobre o bem-estar no trabalho, sinalizando um futuro mais saudável e equilibrado para o mercado de trabalho brasileiro. Fonte: Mundo RH

Burnon vem antes do burnout e dá sinais de alerta; veja como identificar

Nos últimos anos, a rotina da publicitária Adriana*, 37, podia ser resumida da seguinte forma: ela trabalhava cerca de 12 horas por dia, vivia cansada, não dormia o suficiente para se recuperar e abusava do consumo de cafeína. Apesar da exaustão, ela sentia uma euforia anormal para cumprir metas e avançar na carreira. Por um tempo, funcionou. Adriana progredia na empresa e acreditava que estava gerenciando tudo. Até que, “de repente”, o esgotamento surgiu, impossibilitando-a de seguir nesse ritmo frenético. É claro que o colapso não é algo que ocorre da noite para o dia. Depois de semanas, meses ou até anos de esforço excessivo no trabalho, a pessoa pode atingir o ponto de ruptura físico e mental conhecido como esgotamento. No entanto, embora muito tenha sido falado sobre o burnout, a fase de esgotamento em si, pouco se fala sobre a fase que vem antes: o burnon. Esse termo foi criado por pesquisadores alemães (Timo Schiele e Bert te Wildt) para descrever o estado de pessoas com níveis elevados de estresse, já capaz de trazer prejuízos para rotina, bem-estar e saúde mental, mas no qual o indivíduo consegue manter um certo nível de eficácia. No burnon, as pessoas trabalham e seguem suas vidas como se tudo estivesse normal, embora se sintam frequentemente exaustas. Os indivíduos permanecem funcionais e podem ter dificuldade para perceber que já se encontram diante de um estado que precisa ser remediado para evitar o colapso. Como identificar De acordo com Camila Magalhães, doutora em psiquiatria pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), embora ainda não exista um debruçar científico para esse tema, entende-se o burnon como um mecanismo de estresse relacionado ao trabalho com sintomas semelhantes aos de burnout. Ela explica que, geralmente, por conta da “compulsão em trabalho”, o paciente revela um sentimento de exaustão física e mental crônica, redução do prazer nas atividades fora do ambiente corporativo, desconexão emocional e persistência de sintomas físicos, como tensão muscular e dores de cabeça constantes. “Ao meu ver, a relação disfuncional do sujeito com seu trabalho tem múltiplos fatores causais: aspectos pertinentes ao indivíduo (personalidade, desejos, necessidades), precariedade nas relações e condições de trabalho, falta de políticas de saúde mental nas empresas, assim como aspectos da cultura neoliberal pautada no individualismo, desempenho e competitividade em um contexto de indefinições e crises de diversas naturezas (politica, econômica e socioambiental). Todo esse ecossistema gera sofrimento”, avalia Magalhães. Além disso, segundo ela, no burnon o sujeito também parece se identificar com a antiga máxima do “trabalha que passa”, “o trabalho dignifica o homem”, entre outras formas de domínio do sujeito para vinculá-lo ainda mais à produtividade. O que fazer para evitar Conseguir estabelecer limites saudáveis em relação ao trabalho é um fator importante de prevenção. Outras estratégias incluem investir no autocuidado, ter momentos de qualidade com amigos e familiares e respeitar e priorizar o descanso e a desconexão. Para Cleyson Monteiro, psicólogo e professor do curso de psicologia da Uninassau, é essencial reservar tempo para atividades que proporcionem prazer e satisfação pessoal. “Um grande problema da sociedade contemporânea é a falta de tempo dedicado a si mesmo. Muitas vezes, as pessoas priorizam o tempo para os outros —filhos, trabalho, cônjuge—, mas negligenciam a si mesmas”, ressalta ele. Além disso, vale sempre buscar ajuda de profissionais especializados em saúde mental para evitar que a situação se agrave. Responsabilidade das empresas Segundo Thaís Gameiro, neurocientista pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e sócia da consultoria Nêmesis, investir numa cultura que prioriza a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores é uma das melhores formas de protegê-los do adoecimento associado ao estresse. “As empresas podem fazer isso de muitas formas, por exemplo: capacitar líderes para terem práticas de gestão anti-burnout, desenvolver os colaboradores para que aprimorem suas habilidades de autogestão, priorização e gestão do tempo, incentivar rotinas e acordos que respeitem o equilíbrio de vida, evitar a cultura da urgência e da conexão 24 horas, estimular pilares como segurança psicológica, confiança e colaboração entre os times etc.”, enumera Gameiro. Para a especialista, de maneira geral, as empresas precisam apostar em ações e práticas preventivas, ou seja, que evitem o adoecimento das pessoas. “Oferecer suporte emocional e psicoterapêutico também é uma ação importante, no entanto, muitas vezes isso acontece apenas quando os profissionais já estão doentes”, afirma. Fonte: Viva Bem – UOL

Executivos brasileiros se alimentam mal e são estressados, aponta pesquisa

Pesquisa da operadora de saúde Omint avaliou as condições de saúde de 15 mil executivos que ocupam cargos de média gerência e alto escalão. O estudo revelou que 95,5% não possuem uma alimentação adequada, o que faz com que 38,6% estejam acima do peso. Além disso, 44% são sedentários e 31,7% possuem um nível de estresse elevado. Já a ansiedade teve um aumento de 24%, quando comparada com um estudo anterior, realizado em 2019. O último mapeamento global de transtornos mentais divulgado em 2022 pela OMS (Organização Mundial de Saúde) revelou que o Brasil possui a população mais ansiosa do mundo. De acordo com relatório da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMS), 90% da população mundial foi diagnosticada com estresse. No Brasil, além do estresse, ansiedade e depressão, segundo um estudo da Fiocruz, 72% da população sofre de insônia. De acordo com a Dra. Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental, isso pode estar relacionado ao estilo de vida das pessoas, especialmente no universo corporativo, onde muitos vivenciam uma rotina exaustiva de trabalho e não conseguem priorizar os cuidados com a saúde física e principalmente a saúde mental. “O excesso de demandas, reuniões, prazos apertados e a pressão cada vez mais assídua por resultados, com o tempo impacta drasticamente a qualidade de vida e a saúde emocional de qualquer colaborador ou  líder de uma empresa. É preciso buscar o equilíbrio e dividir as tarefas e momentos do dia. Por exemplo: aos finais de semana é aconselhável evitar assuntos relacionados ao trabalho, a menos que seja uma situação de real urgência”, explica a especialista. Cuidado com a saúde mental nas empresas é essencial Para as empresas, é necessário compreender as  características de cada colaborador para direcionar o mapeamento das necessidades e práticas de saúde mental. Nessa jornada de promover bem-estar emocional no ambiente organizacional, é essencial preparar e articular uma rede de apoio entre profissionais de Recursos Humanos, líderes e colaboradores. “A saúde mental da equipe se tornou prioridade em empresas que desejam manter a produtividade e competitividade do negócio. Este, sem dúvida, é um tema que precisa ser abordado nas reuniões estratégicas dos líderes, nas ações da área de Recursos Humanos, na pesquisa de clima organizacional e, inclusive, nos exames médicos periódicos”, finaliza a psiquiatra. Fonte: Isto é Dinheiro

Sintomas de burnout: como evoluem e quais podem indicar esgotamento

A combinação de falta de motivação com a sensação de exaustão constante nem sempre é sinônimo de uma “fase ruim” no trabalho. Na verdade, essa é a fórmula básica da chamada síndrome de burnout. Essa condição, cada vez mais comum nos dias de hoje, afeta a saúde física e mental de muitos trabalhadores, especialmente aqueles que estão expostos a altos níveis de estresse profissional. A síndrome é derivada exclusivamente da sobrecarga de uma rotina e cultura de trabalho disfuncional, ou seja, que coloca em risco a qualidade de vida e bem-estar do indivíduo ativo profissionalmente. Muito além de um quadro de estresse e cansaço excessivo, esse problema se manifesta por meio de uma série de sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa. Não à toa o diagnóstico é complexo, feito de forma minuciosa por um profissional especializado na área de saúde mental, como médico psiquiatra e/ou psicólogo clínico. Principais sintomas de burnoutPor ser classificado como uma síndrome, o burnout é, na verdade, um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao estresse crônico no contexto profissional. Portanto, é possível que a pessoa sinta esses efeitos em diversas esferas de sua vida. Entre os principais sintomas de burnout estão: Sintomas físicos Sintomas cognitivos Sintomas comportamentais Sintomas emocionais No lado psicológico, há também a possibilidade de despersonalização, ou seja, a pessoa passa a desenvolver atitudes e sentimentos resultantes de pensamentos negativos recorrentes em relação ao trabalho, colegas de trabalho e clientes. Isso faz com que haja a manifestação de cinismo, sarcasmo e distanciamento emocional. Primeiros sintomas de burnoutGeralmente, as pessoas que são acometidas pelo burnout pensam que estão apenas cansadas ou que enfrentam um mal-estar passageiro. Além disso, na maioria dos casos, os sintomas aparecem de forma lenta e gradual, evoluindo com o passar do tempo. Outro ponto é que o início do burnout pode ser diferente para cada indivíduo, pois irá depender de aspectos biológicos, psicológicos, sociais e emocionais. Mesmo assim, alguns sintomas comuns que costumam ser associados ao quadro inicial incluem: Como o burnout evolui? O desenvolvimento do burnout, em geral, passa por vários estágios: Estágio 1, quando ainda não há o burnout, são observados sinais de riscos associados à síndrome, mas sem prejuízos à saúde. Nesta etapa, ainda há satisfação no trabalho, aceitação das responsabilidades, níveis de energia sustentados e compromisso com as atividades profissionais. Porém, pode haver sinais de compulsão para provar a si mesmo sua capacidade e altos níveis de produtividade. Estágio 2, outros sinais começam a aparecer, com queda na produtividade e consequências negativas para a saúde. Entre eles, é possível observar redução da qualidade do sono, dor de cabeça, dificuldade de concentração, irritabilidade, ansiedade e falta de interação social. Estágios 3 e 4: os sinais progressivamente se intensificam. Então, a pessoa começa a sentir cansaço persistente, tem o sono muito prejudicado, sofre com dores crônicas e passa a ter mudanças de comportamento e humor, além de ter sentimento de ameaça e pressão. Estágio 5: com sinais claros de estresse crônico relacionados ao trabalho, o quadro engloba tristeza crônica, fadiga mental, esgotamento físico e distanciamento do trabalho (com negativismo ou cinismo), já com a produtividade também prejudicada. Burnout pode ser confundido com outras doenças?Por afetar diversos aspectos da saúde física e mental do indivíduo, o burnout pode ser confundido com diversas doenças e condições. Na verdade, de acordo com, a síndrome deve ser identificada por meio de um diagnóstico de exclusão, ou seja, após cuidadosa avaliação e exclusão de outras causas que possam ser responsáveis pelos sintomas que a pessoa está apresentando. Os principais quadros que podem se parecer com o burnout são, principalmente, os transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e transtornos de adaptação. É importante também garantir que não há comorbidades físicas precedentes que possam influenciar nos sintomas, como no caso de gastrite, dermatites, hipertensão e hipotireoidismo, entre outras). Ao investigar o quadro, o especialista também busca saber se não há um problema existente importante na vida pessoal daquela pessoa – e que pode estar gerando um grande estresse emocional. Por isso, uma avaliação detalhada e o diagnóstico correto são fundamentais, tendo em vista que a depender do quadro diagnosticado os tratamentos e intervenções serão diferentes. Qual é a diferença entre estresse e burnout? O estresse nada mais é que uma resposta natural do organismo diante de situações percebidas como perigosas ou ameaçadoras. É um mecanismo que coloca o ser humano em estado de alerta, preparando-o física e mentalmente para lidar com desafios ou adversidades. Isso pode acontecer tanto na vida pessoal quanto profissional e, geralmente, as situações de estresse agudas são superadas com momentos de descanso, férias ou quando o problema é solucionado. Já o burnout é algo mais crônico e intenso, e envolve especificamente a vida profissional. Caso não seja tratado, pode desencadear outros sintomas psicológicos, impactando, assim, a vida pessoal. Caso não seja tratado, pode desencadear outros sintomas psicológicos, impactando, assim, a vida pessoal também. Quando é preciso buscar ajuda? Qualquer pessoa que esteja enfrentando sinais persistentes de exaustão emocional e desmotivação no trabalho deve se preocupar com a possibilidade de burnout. Se você notar uma deterioração constante em seu bem-estar mental e físico, é importante consultar um especialista em saúde mental. Fonte: Viva Bem – UOL