Programas de apoio emocional corporativo são e sempre serão ações importantes dentro de uma companhia. É fundamental lembrar, porém, que sentimentos de tristeza e raiva fazem parte da nossa existência. É algo natural e esperado diante, por exemplo, de situações de perda, frustração ou decepção.
Devemos sempre lembrar que vivenciar tais sentimentos não significa que algo esteja “errado”, mas é imprescindível manter atenção à saúde mental para que as emoções não se tornem persistentes e difíceis de controlar, afetando a qualidade de vida e as relações pessoais e profissionais do colaborador.
Dados de um recente estudo da Gallup indicam que o Brasil é o quarto país da América Latina com o maior número de profissionais que sentem tristeza e raiva diariamente. No relatório, Jon Clifton, CEO da consultoria, destaca que o número de profissionais que expressam estresse, tristeza, ansiedade, raiva ou preocupação tem aumentado, atingindo seu nível mais alto desde o início das pesquisas da consultoria.
Diante desse cenário, produzimos esse conteúdo com foco na crise de ansiedade no trabalho. Não deixe de ler.
O que é uma crise de ansiedade?
A ansiedade patológica é um dos principais transtornos mentais relacionados ao trabalho. Trata-se de uma resposta emocional caracterizada por uma preocupação persistente e duradoura, que pode se manifestar sem motivo aparente. Essa condição, além de gerar sofrimento emocional, pode desencadear sintomas físicos, como tensão muscular, aumento da frequência cardíaca e da transpiração.
Nesses momentos, pode ocorrer queda na produtividade, no desempenho das atividades do dia a dia e na capacidade de se concentrar em algo ou alguém. Em vez de nos estimular a resolver o que nos aflige (como uma ansiedade comum), a ansiedade patológica nos paralisa. A crise é um episódio súbito e intenso.
Quais os principais fatores desencadeantes de crise de ansiedade no trabalho?
O ambiente de trabalho exige um alto nível de proatividade e capacidade de resolução de problemas e superar desafios. As empresas buscam talentos que contribuam para o crescimento organizacional, a inovação e o alcance de metas e resultados. Embora esse cenário ofereça oportunidades de desenvolvimento e realização, também pode resultar em um nível elevado de estresse.
Nessa dinâmica, uma crise de ansiedade no trabalho pode ser desencadeada por diferentes fatores. Veja alguns exemplos:
- Carga de trabalho excessiva – muito comum em situações de equipe mal dimensionada, prazos apertados e metas difíceis de serem atingidas;
- Ambiente de trabalho tóxico – nesse ponto, é importante destacar que o bem-estar e a saúde emocional do colaborador pode ser negativamente impactada pela gestão inadequada, ausência de apoio e falta de reconhecimento;
- Falta de comunicação clara diante de mudanças – toda mudança ou instabilidade mal comunicada pode gerar ansiedade e insegurança nos colaboradores, como contratações, demissões ou movimentações inesperadas, reestruturação, entrada de projetos, fusões, aquisições, crises financeiras ou alta rotatividade;
- Falta de suporte – é fundamental que o colaborador saiba com quem conversar e/ou buscar apoio profissional diante de um momento desafiador, que pode, inclusive, ser um desconforto emocional;
- Ausência ou não valorização da cultura com relação à saúde mental no trabalho – por meio de programas de apoio emocional corporativo, as organizações podem proporcionar um ambiente em que o bem-estar emocional é um tema compreendido e acolhido pelos membros de toda a companhia.
Como gerenciar uma crise de ansiedade?
Diferentemente da preocupação, caracterizada por pensamentos que podem ser verbalizados e não nos impedem de agir, a ansiedade é acompanhada de diversos sintomas físicos, como os descritos no início desse texto, que impactam o nosso desempenho, a nossa produtividade e a nossa capacidade de concentração.
Dessa forma, diante de uma crise de ansiedade no trabalho, é útil que a pessoa busque, de maneira imediata:
- Controlar a respiração – A respiração profunda e controlada ajuda a acalmar o sistema nervoso, reduzindo a frequência cardíaca e promovendo um estado de relaxamento;
- Mudar o foco – o demasiado foco no pensamento que gerou a crise tende a estressar a mente e agravar os sintomas de ansiedade;
- Relaxar os músculos – involuntariamente, diante de um desconforto emocional, a pessoa tende a contrair os músculos, elevando a sensação de incômodo.
Uma vez superada a crise, é essencial investir em um cuidado contínuo da saúde mental. Compreender os fatores que contribuíram para o episódio e implementar hábitos saudáveis são passos importantes para prevenir e promover o bem-estar emocional. Nessa jornada, a recomendação é:
- Procurar ajuda especializada – psicólogos e psiquiatras são os profissionais qualificados para diagnosticar questões de saúde mental, indicar tratamentos e, se necessário, prescrever medicações, enquanto acompanham o progresso do paciente;
- Rever a rotina – hábitos saudáveis, como sono regular e reparador, práticas de exercícios físicos, fazer pausas entre os compromissos do dia, se alimentar adequadamente, beber água durante o dia e se expor regularmente ao sol;
- Interagir com outras pessoas – é fundamental evitar o isolamento social, tendo em vista que quando conversamos com outras pessoas temos a oportunidade de validar e/ou ajustar pensamentos, percepções e sentimentos.
Prevenção: construindo um ambiente de trabalho saudável
Os cuidados com a saúde mental no trabalho devem ser contínuos e consistentes, não se limitando a ações pontuais, como campanhas do Janeiro Branco ou do Setembro Amarelo, por exemplo. É preciso promover ações de desenvolvimento e letramento das lideranças e de autocuidado de todo o time.
Como e quando buscar ajuda profissional?
É importante e ressaltamos a importância de procurar um profissional de saúde mental sempre que sentir algum desconforto emocional persistente que esteja agregando alguma complexidade para as ações do dia a dia. A terapia é um convite para uma jornada de autoconhecimento, na qual os pensamentos, emoções e comportamentos serão explorados, com objetivo de encontrar estratégias para lidar com as demandas de uma maneira mais saudável e construtiva.
Em um ambiente corporativo, profissionais de todas as gerações, de diferentes cargos e níveis hierárquicos podem vivenciar transtornos mentais, como uma crise de ansiedade no trabalho. A atenção da organização se faz necessária para que esses colaboradores tenham mais recursos para mitigar desconfortos emocionais e lidar melhor com emoções que se apresentem no dia a dia.
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