Sintomas de burnout: como evoluem e quais podem indicar esgotamento

A combinação de falta de motivação com a sensação de exaustão constante nem sempre é sinônimo de uma “fase ruim” no trabalho. Na verdade, essa é a fórmula básica da chamada síndrome de burnout. Essa condição, cada vez mais comum nos dias de hoje, afeta a saúde física e mental de muitos trabalhadores, especialmente aqueles que estão expostos a altos níveis de estresse profissional. A síndrome é derivada exclusivamente da sobrecarga de uma rotina e cultura de trabalho disfuncional, ou seja, que coloca em risco a qualidade de vida e bem-estar do indivíduo ativo profissionalmente. Muito além de um quadro de estresse e cansaço excessivo, esse problema se manifesta por meio de uma série de sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa. Não à toa o diagnóstico é complexo, feito de forma minuciosa por um profissional especializado na área de saúde mental, como médico psiquiatra e/ou psicólogo clínico. Principais sintomas de burnoutPor ser classificado como uma síndrome, o burnout é, na verdade, um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao estresse crônico no contexto profissional. Portanto, é possível que a pessoa sinta esses efeitos em diversas esferas de sua vida. Entre os principais sintomas de burnout estão: Sintomas físicos Sintomas cognitivos Sintomas comportamentais Sintomas emocionais No lado psicológico, há também a possibilidade de despersonalização, ou seja, a pessoa passa a desenvolver atitudes e sentimentos resultantes de pensamentos negativos recorrentes em relação ao trabalho, colegas de trabalho e clientes. Isso faz com que haja a manifestação de cinismo, sarcasmo e distanciamento emocional. Primeiros sintomas de burnoutGeralmente, as pessoas que são acometidas pelo burnout pensam que estão apenas cansadas ou que enfrentam um mal-estar passageiro. Além disso, na maioria dos casos, os sintomas aparecem de forma lenta e gradual, evoluindo com o passar do tempo. Outro ponto é que o início do burnout pode ser diferente para cada indivíduo, pois irá depender de aspectos biológicos, psicológicos, sociais e emocionais. Mesmo assim, alguns sintomas comuns que costumam ser associados ao quadro inicial incluem: Como o burnout evolui? O desenvolvimento do burnout, em geral, passa por vários estágios: Estágio 1, quando ainda não há o burnout, são observados sinais de riscos associados à síndrome, mas sem prejuízos à saúde. Nesta etapa, ainda há satisfação no trabalho, aceitação das responsabilidades, níveis de energia sustentados e compromisso com as atividades profissionais. Porém, pode haver sinais de compulsão para provar a si mesmo sua capacidade e altos níveis de produtividade. Estágio 2, outros sinais começam a aparecer, com queda na produtividade e consequências negativas para a saúde. Entre eles, é possível observar redução da qualidade do sono, dor de cabeça, dificuldade de concentração, irritabilidade, ansiedade e falta de interação social. Estágios 3 e 4: os sinais progressivamente se intensificam. Então, a pessoa começa a sentir cansaço persistente, tem o sono muito prejudicado, sofre com dores crônicas e passa a ter mudanças de comportamento e humor, além de ter sentimento de ameaça e pressão. Estágio 5: com sinais claros de estresse crônico relacionados ao trabalho, o quadro engloba tristeza crônica, fadiga mental, esgotamento físico e distanciamento do trabalho (com negativismo ou cinismo), já com a produtividade também prejudicada. Burnout pode ser confundido com outras doenças?Por afetar diversos aspectos da saúde física e mental do indivíduo, o burnout pode ser confundido com diversas doenças e condições. Na verdade, de acordo com, a síndrome deve ser identificada por meio de um diagnóstico de exclusão, ou seja, após cuidadosa avaliação e exclusão de outras causas que possam ser responsáveis pelos sintomas que a pessoa está apresentando. Os principais quadros que podem se parecer com o burnout são, principalmente, os transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e transtornos de adaptação. É importante também garantir que não há comorbidades físicas precedentes que possam influenciar nos sintomas, como no caso de gastrite, dermatites, hipertensão e hipotireoidismo, entre outras). Ao investigar o quadro, o especialista também busca saber se não há um problema existente importante na vida pessoal daquela pessoa – e que pode estar gerando um grande estresse emocional. Por isso, uma avaliação detalhada e o diagnóstico correto são fundamentais, tendo em vista que a depender do quadro diagnosticado os tratamentos e intervenções serão diferentes. Qual é a diferença entre estresse e burnout? O estresse nada mais é que uma resposta natural do organismo diante de situações percebidas como perigosas ou ameaçadoras. É um mecanismo que coloca o ser humano em estado de alerta, preparando-o física e mentalmente para lidar com desafios ou adversidades. Isso pode acontecer tanto na vida pessoal quanto profissional e, geralmente, as situações de estresse agudas são superadas com momentos de descanso, férias ou quando o problema é solucionado. Já o burnout é algo mais crônico e intenso, e envolve especificamente a vida profissional. Caso não seja tratado, pode desencadear outros sintomas psicológicos, impactando, assim, a vida pessoal. Caso não seja tratado, pode desencadear outros sintomas psicológicos, impactando, assim, a vida pessoal também. Quando é preciso buscar ajuda? Qualquer pessoa que esteja enfrentando sinais persistentes de exaustão emocional e desmotivação no trabalho deve se preocupar com a possibilidade de burnout. Se você notar uma deterioração constante em seu bem-estar mental e físico, é importante consultar um especialista em saúde mental. Fonte: Viva Bem – UOL