Janeiro Seco: 6 estratégias para beber menos álcool

É crescente no mundo o número de pessoas que estão parando ou diminuindo o consumo de bebida. Algumas dicas ajudam a embarcar nessa onda que faz bem à saúde É só olhar ao redor para constatar: muitas pessoas estão parando ou diminuindo o consumo de álcool. O movimento conhecido como sober curious, ou curioso sóbrio, em tradução livre, é confirmado pelas estatísticas. O levantamento O Dossiê das Bebidas, feito pela MindMiners, apontou que 41% dos brasileiros entrevistados em 2024 alteraram o volume de ingestão alcoólica nos últimos 12 meses, sendo que 33% reduziram o consumo. Os mais jovens são os menos interessados em beber. Dentre os entrevistados da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), 45% não tomam uma gota. Os benefícios de abraçar essa causa são diversos. O consumo de álcool está associado a câncer, doenças cardiovasculares, problemas gastrointestinais, distúrbios mentais e risco de lesões resultantes de acidentes e violências, só para citar alguns exemplos. Estudos têm mostrado malefícios até mesmo com doses baixas. Vivemos uma fase de transição cultural. Ao mesmo tempo em que temos mais informações sobre os prejuízos associados aos tragos, o hábito de beber ainda é aceito e incentivado socialmente. Segundo o psiquiatra Arthur Guerra, cofundador da Caliandra Saúde Mental, alguns indivíduos são mais vulneráveis ao líquido, como aqueles com casos de dependência na família. “Essas pessoas talvez tenham uma enzima no fígado que metaboliza o álcool com facilidade maior. Em um mundo estressante e competitivo, com ansiedade, depressão e insônia, se elas tiverem a chance de usar álcool como uma bengala, podem ter dificuldade no futuro. O álcool não emite sinal de que está fazendo mal. Quando começa a dar problema, talvez seja tarde demais.” — Arthur Guerra, psiquiatra Guerra vê com bons olhos ações como o Janeiro Seco, um movimento em prol da sobriedade temporária que nasceu no Reino Unido em 2013 e tem ganhado novos adeptos ano a ano. Muitas pessoas acreditam, erroneamente, que apenas a abstinência a longo prazo traz benefícios. “Na primeira semana, você já começa a perder peso, porque o álcool é muito calórico. Na segunda, o sono fica mais reparador e menos entrecortado. O intestino funciona melhor e diminui a irritabilidade também”, enumera o psiquiatra. Para quem quer embarcar nessa onda, algumas ações podem ajudar a cortar ou reduzir o consumo da bebida. Identificar o motivo Qual é a sua motivação para beber menos? Você quer ficar com o corpo menos inchado? Um exame apontou um índice alterado? É possível também que o álcool esteja prejudicando as suas relações ou o seu trabalho, por exemplo. As razões podem ser inúmeras. Identificar a sua a ajudará a manter o foco. Monitorar o quanto você bebe Ao registrar o que e quanto bebe por algumas semanas, você poderá entender seu padrão de ingestão. Guerra recomenda baixar o app Reframe. “O aplicativo ajuda a monitorar o consumo e até mesmo os gastos relacionados ao hábito, porque o álcool é caro”, diz. Procurar a sua turma Segundo o psiquiatra, é uma boa ideia se aproximar de pessoas que bebem pouco ou nada. Se os encontros da sua galera giram em torno da birita, vai ficar mais difícil resistir à tentação. Buscar uma nova fonte de prazer Algumas pessoas estão tão acostumadas a beber nos momentos de lazer, que não sabem mais se divertir sem um trago. Existem outras formas tanto de relaxamento quanto de euforia, como os esportes. A dica anterior, de procurar uma turma mais alinhada com a sua nova versão, pode ser útil nesse caso também. Praticar dizer não Você não deve satisfação a ninguém, mas ter uma resposta curta na ponta da língua pode ajudar a minimizar a atenção ao fato de que você não tem um drinque alcoólico na mão. Antes de ir a um evento regado a bebida, é uma boa ideia preparar o que vai dizer quando chegar lá. Diminuir o ritmo Uma das dicas da campanha britânica Dry January, que deu origem ao Janeiro Seco, é aproveitar cada dose lentamente. “Pode ajudar beber apenas o que você realmente gosta e pular o que você está bebendo só por beber. E vale a pena ter em mente que as doses que você serve em casa costumam ser maiores do que as dos bares”, orienta o site do movimento. Fonte: Marie Claire