Os Riscos Ocultos da Terapia Via IA para Adolescentes

Doze milhões de pessoas já usam a inteligência artificial para fazer terapia no Brasil, segundo estimativas do UOL com base em um relatório da Talk Inc, empresa de pesquisa focada em comportamento. Muitas pessoas buscam essa alternativa porque as plataformas de IA estão acessíveis a qualquer um com internet, a qualquer hora do dia. Já os profissionais de saúde mental muitas vezes não estão acessíveis 24 horas nem em pequenas cidades dos interiores do país. A IA também oferece anonimato, quebrando a barreira do estigma. Mas o que eu quero chamar atenção é que as diferentes terapias do mundo psi funcionam e trazem benefícios justamente porque são uma troca humana, mesmo que online. A relação entre o terapeuta e o paciente é a base de sua efetividade. E isso não acontece com uma IA. Quando o paciente está frente a frente com o terapeuta, o que ele transmite não são só queixas e histórias. Especialmente com adolescentes, que têm grande dificuldade em expressar o turbilhão de coisas que sentem, a leitura das pausas, dos silêncios, de um olho marejado ao falar de um assunto, de um roer de unhas ou sorriso encabulado diz muito sobre o sofrimento daquele jovem. A IA simplesmente não é capaz de captar esses sinais não-verbais, tão vitais quando estamos frente a frente com um paciente. Outro problema está no modo de comunicação. Quando conversamos com outra pessoa (por exemplo, o terapeuta), prestamos atenção a sua postura. Se a pessoa manifesta desconforto ou muda de assunto, isso costuma ser um sinal de alerta sobre sua confiança. A máquina, por outro lado, fornece respostas quase automáticas, o que podem criar a ilusão de que tudo o que ela responde é confiável. E não é. Os chatbots podem “alucinar”, ou seja, fornecer informações incorretas ou tendenciosas. Imagine o potencial perigo de um adolescente ler um conselho equivocado de uma IA sobre o seu estado emocional. Adolescentes não têm tantas ferramentas quanto os adultos para avaliar riscos com precisão (é bom dizer que adultos também são falíveis), e uma resposta imprecisa ou distorcida pode funcionar como gatilho para uma crise de saúde mental, com consequências que não conseguimos sequer mensurar. Já há dados que apontam que os bots podem falhar ao identificar uma questão mais grave, como a ideia de suicídio, a menos que a pessoa escreva a palavra expressamente. A tentativa de tirar a própria vida – algo que sabemos tem sido mais frequente entre os jovens – é a condição de maior urgência para a medicina. Quando pensamos que a IA pode falhar nessa identificação e quando pensamos que uma máquina jamais será capaz de acudir alguém, os riscos tornam-se ainda maiores. A inteligência artificial pode ser mais assertiva em diagnósticos do que os próprios médicos. Se o adolescente busca um nome para um conjunto de sintomas, a máquina pode fornecer uma resposta rápida. Mas muitos problemas de saúde mental compartilham sintomas semelhantes. Daí a importância do olhar humano para separar o joio do trigo. Mas e quanto às causas de um sofrimento? A IA seria capaz de chegar às raízes dele? Faltam às máquinas algo essencial: emoções. Um dos aspectos mais transformadores e curativos da terapia é justamente a conexão verdadeira entre terapeuta e paciente. Isso, nenhuma inteligência artificial será capaz de fazer – não por enquanto, pelo menos. Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental. Fonte: Forbes
Buscar sintomas de doença no Google pode virar um problema de saúde

A cena é comum: basta uma dor de cabeça persistente, uma coceira diferente ou um sintoma inesperado para que muitas pessoas recorram ao Google em busca de respostas. Em poucos cliques, o que era uma dúvida simples se transforma em pânico. As páginas que aparecem nos resultados das buscas – repletas de termos médicos complexos e doenças graves – alimentam o medo de estar com algo sério, mesmo sem qualquer diagnóstico profissional. Esse comportamento tem nome: cibercondria, uma forma de ansiedade provocada por buscas excessivas sobre sintomas e doenças na Internet. O fenômeno vem crescendo à medida que a saúde digital se torna mais acessível, e levanta um alerta importante sobre os riscos de confiar cegamente em informações encontradas online, sem o devido acompanhamento médico. Embora a Internet possa ser uma aliada na disseminação de informações sobre saúde, o excesso de buscas sem orientação médica pode ter efeitos negativos. Entre os riscos mais comuns estão o aumento da ansiedade, a automedicação e até o atraso em diagnósticos reais, quando o paciente passa a ignorar sinais importantes por já ter “certeza” do que tem. Para o psiquiatra Arthur Guerra, professor da USP e da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental, “a busca por sintomas no Google pode parecer um gesto de autocuidado, mas frequentemente se transforma em combustível para a ansiedade, principalmente quando não há um filtro crítico sobre o que está sendo lido”. Especialistas alertam que, em casos mais graves, o uso compulsivo do chamado “Dr. Google” pode evoluir para um transtorno psicológico, exigindo acompanhamento profissional. Tudo sobre cibercondria: veja o índice O TechTudo reuniu seis coisas que você precisa saber sobre cibercondria na lista abaixo. A seguir, confira os tópicos que serão abordados neste guia. 1. O que é cibercondria? O termo cibercondria é uma junção das palavras “cibernético” e “hipocondria”. Ele descreve um comportamento cada vez mais frequente: o hábito de buscar sintomas de saúde na Internet e, a partir disso, acreditar estar com uma doença grave – mesmo sem diagnóstico médico. A prática se intensificou com o acesso facilitado a informações médicas online, mas pode gerar mais medo do que clareza. Segundo especialistas, o comportamento se diferencia de uma simples curiosidade quando há exagero, ansiedade constante e dificuldade em confiar na avaliação de profissionais. A pessoa com cibercondria tende a fazer buscas repetidas, consultar vários sites em sequência e acreditar nas hipóteses mais graves, o que alimenta um ciclo de preocupação e angústia. Embora não seja oficialmente reconhecida como um transtorno no CID-11 (classificação da OMS), a cibercondria já é tratada na prática clínica como um comportamento com impacto significativo na saúde emocional. Segundo Arthur Guerra, trata-se de uma ansiedade que se retroalimenta: quanto mais a pessoa busca, mais ela se assusta, e quanto mais se assusta, mais sente necessidade de buscar. 2. Quais os riscos de buscar sintomas online o tempo todo? A prática do autodiagnóstico via Internet pode parecer inofensiva à primeira vista, mas traz uma série de riscos para a saúde mental e física. O mais comum é o aumento da ansiedade – um sintoma que, ironicamente, pode levar a mais buscas, reforçando o ciclo da cibercondria. Além disso, interpretar mal um sintoma pode levar a diagnósticos incorretos, automedicação perigosa ou, ainda, ao pânico desnecessário. Em alguns casos, o medo de estar doente paralisa a pessoa, fazendo com que ela evite procurar um médico de verdade ou negligencie o tratamento adequado. A Internet democratizou o acesso à informação, o que é ótimo. Mas, ao mesmo tempo, criou um terreno fértil para o medo infundado. Nem toda dor de cabeça é sinal de algo grave, mas quem está em estado de ansiedade extrema tende a buscar sempre o pior cenário”. — Arthur Guerra, psiquiatra e professor da USP e da Faculdade de Medicina do ABC 3. Quando o comportamento vira um problema de saúde mental? Nem toda pesquisa sobre saúde na Internet indica cibercondria. Mas há sinais de alerta importantes: quando a busca se torna compulsiva, interfere na rotina, no humor, no sono ou nos relacionamentos, pode ser o momento de procurar ajuda. A obsessão por saber “o que eu tenho” toma conta da vida da pessoa, que muitas vezes ignora as orientações médicas e volta ao Google logo após uma consulta. Esse padrão de comportamento pode indicar um transtorno de ansiedade relacionado à saúde. “Há pacientes que chegam ao consultório com uma lista de doenças raras, convencidos de que têm todas. Isso mostra o impacto emocional e psicológico dessas buscas excessivas”, afirma o psiquiatra. 4. O que os especialistas recomendam? A primeira orientação é simples, mas essencial: não se baseie apenas no que encontra na Internet para tirar conclusões sobre sua saúde. Mesmo sites confiáveis não substituem a escuta e avaliação clínica. Buscar informações é legítimo – e até útil –, mas é importante filtrar as fontes e evitar fóruns, vídeos amadores e diagnósticos “automáticos”. Se o medo persistente estiver atrapalhando sua vida, o ideal é procurar ajuda psicológica. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, é uma das abordagens indicadas para tratar a cibercondria. Ela ajuda o paciente a identificar padrões de pensamento distorcidos e a lidar melhor com a ansiedade. Informar-se é saudável, mas preocupar-se o tempo todo com a saúde pode ser um sintoma de algo mais profundo. Buscar ajuda profissional não é sinal de fraqueza, é um passo importante para retomar o equilíbrio emocional”. — Arthur Guerra 5. Como usar o Google para pesquisas sobre saúde sem se prejudicar 6. 5 sinais de que você pode estar sofrendo de cibercondria Se você se identificou com dois ou mais sinais acima, vale a pena conversar com um psicólogo. Fonte: Techtudo
Vício em bets prejudica saúde mental e produtividade no trabalho

Que as apostas se tornaram uma febre no Brasil, não há dúvidas. Mas os impactos reais para a saúde mental da população e, por consequência, para o ambiente de trabalho, ainda estão sendo gradualmente mensurados. O que já se pode afirmar com segurança é que essa prática, muitas vezes iniciada como lazer ou entretenimento, tem revelado consequências complexas e crescentes no bem-estar dos trabalhadores. De acordo com um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 10,9 milhões de brasileiros com mais de 14 anos já jogam de forma a gerar problemas emocionais, familiares, econômicos ou com o trabalho. Desses, cerca de 1,4 milhão de pessoas já apresentaram um padrão de apostas compatível com o diagnóstico de transtorno do jogo, uma condição marcada pelo de desejo incontrolável de jogar, mesmo diante de perdas significativas. Outro dado que reforça esse cenário é o da Anbima, em pesquisa realizada com o Datafolha, que aponta que uma em cada dez pessoas que apostaram em 2024 apresentaram também alta tendência ao vício nesse tipo de jogo. A comunicação massiva e a acessibilidade às plataformas de bets reforça o risco de banalização de um comportamento que pode se transformar em transtorno. O transtorno do jogo, ou ludopatia, já é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma condição de saúde mental, com impacto direto no bem-estar emocional, nas relações pessoais e também na vida profissional. Um problema que ultrapassa a esfera individual A diferença entre uso frequente e um quadro de transtorno do jogo está no grau de prejuízo funcional causado pelo comportamento. Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-11), “transtorno de jogo” é caracterizado por um padrão persistente de comportamento relacionado a jogos, que envolve: Outros sinais incluem irritabilidade, ansiedade ou inquietação quando impedido de jogar (sintomas de abstinência),isolamento social ou negligência de autocuidados e responsabilidades. Para configurar transtorno, esses comportamentos devem persistir por pelo menos 12 meses, causando prejuízo significativo no funcionamento pessoal, social ou ocupacional. Do ponto de vista neurológico, a dependência de jogo ativa o sistema de recompensa do cérebro de forma muito semelhante às drogas e ao álcool. Isso gera um ciclo de reforço difícil de interromper, com alterações nas áreas responsáveis pela tomada de decisão, controle de impulsos e regulação emocional. Consequentemente, o transtorno do jogo torna ainda mais difusa a fronteira entre vida pessoal e profissional, afetando diretamente aprodutividade e o equilíbrio emocional dos colaboradores. No contexto organizacional, esse quadro se manifesta por meio de faltas frequentes, distração excessiva, queda de rendimento, atrasos, dificuldade de concentração e conflitos interpessoais. Além disso, colaboradores que enfrentam esse tipo de compulsão tendem a estar mais vulneráveis ao estresse crônico e ao adoecimento psíquico. Conforme novo estudo realizado pelo Intercept Brasil, as casas de apostas virtuais foram responsáveis por um aumento de mais de 2.300% nos pedidos de auxílio-doença por ludopatia no Brasil, entre junho de 2023 e abril de 2025. Comorbidades como ansiedade, depressão e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)frequentemente acompanham o transtorno de jogo. Em pessoas ansiosas, o jogo pode funcionar como válvula de escape para o estresse; na depressão, pode representar uma tentativa de preencher vazio emocional; e, no TDAH, a busca por estímulos constantes pode levar ao envolvimento rápido e intenso com as apostas. Essas condições aumentam a complexidade do tratamento, exigindo avaliação clínica abrangente e plano terapêutico interdisciplinar(psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional e rede de apoio familiar). A saúde financeira como parte da saúde mental Dados da fintech Klavi mostram que o número de apostadores inadimplentes no Brasil mais do que dobrou entre 2023e 2024, passando de 4% para 10,6%, um salto de 163%. A insegurança financeira está entre os principais fatores de estresse emocional, e seus efeitos são perceptíveis no cotidiano das empresas. Segundo a pesquisa PwC’s 2023 Employee Financial Wellness Survey, 56% dos trabalhadores que enfrentam dificuldades financeiras gastam três horas ou mais por semana lidando com essas preocupações durante o expediente. Trata-se de um tempo não apenas desvinculado da produtividade, mas frequentemente atravessado por angústia, dificuldade de concentração, tomada de decisão comprometida e retraimento social. Embora não seja papel do setor de recursos humanos resolver pendências pessoais dos trabalhadores, uma empresa comprometida com a promoção de saúde e bem-estar precisa reconhecer que a saúde financeira é parte indissociável da saúde mental. Isso significa criar condições para que as pessoas tenham acesso a recursos que favoreçam o cuidado com sua saúde e também a de seus dependentes, além de oferecer informação confiável sobre boas práticas em relação ao uso do dinheiro. Não se trata de assumir responsabilidades individuais, mas de construir uma cultura organizacional que acolhe, informa e atua de forma preventiva, entendendo que o bem-estar no trabalho começa, muitas vezes, fora dele. Compromisso com a saúde mental no trabalho Diante desse cenário, é fundamental que empresas e lideranças estejam atentas não apenas aos resultados aparentes, mas aos sinais menos visíveis que comprometem a sustentabilidade emocional dos times. Cuidar da saúde mental no trabalho também significa compreender a pluralidade de desafios que as pessoas carregam para além do expediente. Não se trata de responsabilizar as empresas por fenômenos sociais complexos, mas de reconhecer que elas têm um papel fundamental na construção de um ambiente psicologicamente seguro. Isso exige escuta, acolhimento e um olhar sistêmico para fatores que afetam a vida dos colaboradores de forma direta, mesmo que não estejam expressos em relatórios ou indicadores tradicionais. A dependência de jogo não é um problema individual isolado: é uma questão de saúde pública, que exige atenção, conhecimento e compromisso coletivo. As empresas não poderão resolver sozinhas todos os desafios, mas podem — e devem — ser parte da solução. Fonte: VocêRH
Ponto de atenção: por que RH precisa ficar de olho em funcionários hiperprodutivos?

Se você é do time de recursos humanos, provavelmente já ouviu falar sobre aquele profissional dedicado que, frequentemente, entrega mais do que o esperado. E apesar de parecer contraditório, isso nem sempre é positivo para as empresas. Os profissionais hiperprodutivos já foram muito celebrados dentro dos times, mas, de um tempo para cá, lideranças, equipes de recursos humanos e os próprios colaboradores começaram a perceber que performance extrema não significa sempre excelência. Na verdade, pode ser um sinal de alerta. O excesso de entrega, quando faltam equilíbrio e suporte, pode levar a ansiedade, burnout, desmotivação, perda de talentos e prejuízos organizacionais a médio e longo prazo. Para discutir como a hiperprodutividade pode afetar equipes de trabalho e qual é a função do RH nesse contexto, a Flash conversou com a psicóloga Julianne Castiglioni Giacomino, da Caliandra Saúde Mental, e com a consultora em Recursos Humanos Camila Paoletti, da Wepeople, especialista em processos de aprendizagem. O que caracteriza um colaborador hiperprodutivo A hiperprodutividade é um estado em que o colaborador mantém níveis elevados e constantes de entrega, frequentemente ultrapassando os limites saudáveis de esforço e tempo, segundo a psicóloga Julianne Giacomino. Em um primeiro momento, pode parecer positivo ter alguém na equipe que está sempre disponível e apresentando resultados além dos esperados. Mas a hiperprodutividade, a longo prazo, tende a mascarar sinais de adoecimento psíquico, como ansiedade, esgotamento e perda de sentido no trabalho. “A hiperprodutividade é muito diferente do engajamento”, diz Julianne. “O engajamento é quando você tem a motivação, tem a entrega e isso não vai afetar diretamente outras áreas da sua vida. Na hiperprodutividade, o colaborador extrapola. Você até sabe que é importante fazer pausas, evitar hora extra…mas não se sente culpado e acaba extrapolando. Não respeita os seus limites.” Trabalhar além do expediente de forma sistemática, assumir voluntariamente tarefas que extrapolam sua função, responder a mensagens e e-mails em horários não comerciais, recusar férias e folgas e demonstrar desconforto com o descanso são comportamentos que caracterizam o perfil hiperprodutivo. Existem diversos motivos por trás dessa postura, como a busca incessante por reconhecimento, o medo de demissão, o perfeccionismo ou uma cultura organizacional que valoriza mais a atividade do que a efetividade. O trabalho na era do multitasking e da hiperconectividade Tanto o modelo de trabalho quanto a hiperconectividade (incluindo muitas telas e redes sociais) acabam influenciando os colaboradores a não descansarem e a continuarem preocupados com as múltiplas tarefas e entregas, mesmo fora do horário e do ambiente laboral. Para Julianne, “a hiperconexão alimenta a ideia de que estar disponível o tempo todo é um valor profissional”. “Isso é um mito. O cérebro humano precisa de pausas para manter a criatividade, o foco e a tomada de decisão. Por isso, controlar o acesso não significa atrapalhar o trabalho, mas otimizá-lo”, afirma a psicóloga. A consultora Camila Paoletti cita o escritor Daniel Coleman, que em seu livro “Foco” explica que o cérebro humano não foi feito para pensar em múltiplas tarefas o tempo todo. Segundo Paoletti, o foco do ser humano é único, como se fosse um “fio” saindo da mente de cada pessoa. Ao executar diversas tarefas ao mesmo tempo, isto gera uma perda na qualidade das entregas. “Estamos diluindo e dissipando a nossa atenção e não estamos presentes em quase nada. E isso gera um superaquecimento neuronal. O burnout vem por esse superaquecimento.” Somado ao excesso de tarefas simultâneas, a sociedade contemporânea foi moldada, nos últimos anos, para dizer sim e promover uma cultura de que somos capazes de dar conta de tudo. Na prática, isto não é sustentável, segundo a consultora. Riscos da hiperprodutividade Diferentemente do que se imagina, manter funcionários em altíssimo desempenho por um longo período não é benéfico para as empresas. Pelo contrário: esse comportamento, se não monitorado, pode levar a quadros de esgotamento, queda de produtividade da equipe, ambiente de trabalho tóxico e alta rotatividade. Entre os riscos associados à hiperprodutividade, estão: O que o RH deve fazer para identificar o colaborador hiperprodutivo O desafio para o RH está justamente em identificar quando o alto desempenho deixa de ser saudável e passa a sinalizar uma sobrecarga emocional ou psicológica. A identificação precoce é fundamental para evitar danos maiores. O RH precisa estar atento a comportamentos como: Papel estratégico do RH para evitar problemas ligados à hiperprodutividade Na análise de especialistas, muitos profissionais hiperprodutivos podem estar mascarando ansiedade, baixa autoestima ou uma tentativa de compensar a falta de apoio ou estrutura da empresa. Por isso, o papel do RH é avaliar não apenas o comportamento e resultados dos colaboradores, mas também o modelo de trabalho dentro da empresa. “Que elementos da cultura organizacional estão favorecendo e premiando a hiperprodutividade? De que maneira o sistema e a cultura exigem que as pessoas ultrapassem os próprios limites? Temos que pensar no modelo de trabalho que precisa ser desenhado para que a sobrecarga não seja normalizada”, diz Camila. Mais do que reconhecer a hiperprodutividade como uma ameaça disfarçada de eficiência, o RH precisa atuar de forma estratégica. Uma das ações mais importantes é ouvir os colaboradores. Camila aponta que as avaliações do ambiente de trabalho devem ser feitas em curtos intervalos de tempo, para evitar o agravamento dos casos. Alguns tópicos a serem considerados na avaliação são a quantidade esforço aplicado nas atividades, estresse, o quanto a pessoa sente que é encorajada a ter momentos de pausa e de aprendizagem no trabalho, além discutir sobre metas e a forma como as lideranças motivam seus times. A psicóloga Julianne sugere ainda a implementação de screenings de saúde mental, que são breves questionários validados cientificamente que ajudam a identificar sinais precoces de estresse crônico, burnout, ansiedade e depressão. “Esses instrumentos devem ser aplicados de forma ética, confidencial e voluntária, com suporte profissional para encaminhamentos quando necessário”, complementa. Outros exemplos práticos de ações que o RH deve adotar quando o assunto é hiperprodutividade: Como medir a produtividade de forma inteligente e ética Desenvolver uma metodologia para medir a produtividade é importante para evitar problemas que aparecem como consequência da hiperprodutividade. O relatório “Estratégias eficazes para monitorar e medir a produtividade da força de trabalho”, da consultoria Gartner, indica que
O Que as Empresas Podem Fazer para Evitar que Profissionais Trabalhem Doentes

O presenteísmo, situação em que o profissional vai ao trabalho, mas rende menos por estar doente, tornou-se uma epidemia silenciosa nas empresas. Uma pesquisa da Bamboo HR, plataforma de software voltada para gestão de recursos humanos, revelou que quase 90% dos profissionais nos Estados Unidos trabalharam doentes em 2023, mesmo tendo direito à licença médica. Para as empresas, os prejuízos vão muito além da queda de produtividade. Uma pesquisa com 29 mil adultos, chamada Auditoria de Produtividade Americana, estima que o presenteísmo custa até US$ 150 bilhões por ano à economia só nos EUA — quase dez vezes mais que o absenteísmo. Outro estudo da Harvard Business Review aponta que funcionários que trabalham doentes perdem o foco, cometem mais erros e comprometem o desempenho das equipes. Além disso, aumentam o risco de disseminação de doenças, afastamentos prolongados e até pedidos de demissão. “A produtividade cai, os erros aumentam e o risco de acidentes de trabalho cresce, o que pode levar à perda de talentos e até à judicialização”, aponta Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental. Apesar do impacto, muitos líderes ainda subestimam o presenteísmo. O desafio, segundo os pesquisadores que realizaram o estudo, está em reconhecer que o problema não é apenas uma questão de saúde, mas sim um sintoma de algo mais profundo: como os cargos são estruturados, quais expectativas são reforçadas e como a cultura organizacional valoriza (ou não) o bem-estar. Por que profissionais trabalham doentes? A pesquisa da Harvard Business Review aponta que o presenteísmo é resultado de um desequilíbrio entre duas forças. De um lado, estão as demandas que exigem esforço constante — como prazos apertados, jornadas rígidas e a expectativa de disponibilidade total. Do outro, os recursos que poderiam contrabalançar essa pressão — como flexibilidade, autonomia, apoio da liderança e equipes reservas. Quando as demandas superam os recursos de forma contínua, os profissionais continuam trabalhando mesmo quando não estão bem. “Muitas vezes, o medo de perder o emprego ou parecer menos produtivo faz com que a pessoa continue trabalhando, mesmo sem condições físicas ou emocionais”, diz Guerra. O papel das lideranças Para enfrentar o problema, o estudo propõe três estratégias para líderes e empresas: 1. Mapear os desequilíbrios entre demandas e recursos por cargo Diagnósticos com pesquisas rápidas, grupos focais e ferramentas visuais, como mapas de calor, ajudam a identificar onde o risco de presenteísmo é mais alto. A partir daí, é possível intervir diretamente: redistribuir tarefas, ajustar expectativas e fortalecer os recursos disponíveis. 2. Treinar gestores para identificar sinais de alerta Líderes devem estar atentos a sinais como a insistência em trabalhar doente, e-mails enviados de madrugada ou hesitação em pedir afastamento. “As lideranças precisam ser treinadas para identificar quando alguém está doente e abordar a situação com empatia”, diz Guerra. “O exemplo não é a melhor forma de ensinar — é a única. Se o líder não demonstra isso na prática, quem vai conseguir?” 3. Criar mecanismos de escuta e resposta Pesquisas curtas e frequentes, acompanhadas de ações ágeis, demonstram que a liderança está atenta. A Microsoft, por exemplo, adotou enquetes diárias com os funcionários durante a pandemia e, com base nas respostas, ajustou prazos, reduziu reuniões e redistribuiu tarefas. Esse tipo de resposta rápida não só evita o esgotamento como fortalece a confiança da equipe. “Criar uma cultura organizacional que valorize o cuidado com a saúde é essencial. As empresas precisam deixar claro que não glorificam a exaustão.” Guerra reforça que simplificar os processos de afastamento, eliminar burocracias desnecessárias e não penalizar quem precisa se ausentar são alguns passos para gerar segurança psicológica e evitar o presenteísmo. Empresas que seguem ignorando o problema como algo pontual ou individual correm o risco de cultivar ambientes tóxicos, perder talentos e comprometer sua reputação. “Quando a exaustão se torna normalizada, a companhia entra na lógica da produtividade a qualquer custo — e isso tem um alto preço ético, financeiro e humano”, afirma Dr. Arthur Guerra. Fonte: Forbes
Janeiro Seco: 6 estratégias para beber menos álcool

É crescente no mundo o número de pessoas que estão parando ou diminuindo o consumo de bebida. Algumas dicas ajudam a embarcar nessa onda que faz bem à saúde É só olhar ao redor para constatar: muitas pessoas estão parando ou diminuindo o consumo de álcool. O movimento conhecido como sober curious, ou curioso sóbrio, em tradução livre, é confirmado pelas estatísticas. O levantamento O Dossiê das Bebidas, feito pela MindMiners, apontou que 41% dos brasileiros entrevistados em 2024 alteraram o volume de ingestão alcoólica nos últimos 12 meses, sendo que 33% reduziram o consumo. Os mais jovens são os menos interessados em beber. Dentre os entrevistados da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), 45% não tomam uma gota. Os benefícios de abraçar essa causa são diversos. O consumo de álcool está associado a câncer, doenças cardiovasculares, problemas gastrointestinais, distúrbios mentais e risco de lesões resultantes de acidentes e violências, só para citar alguns exemplos. Estudos têm mostrado malefícios até mesmo com doses baixas. Vivemos uma fase de transição cultural. Ao mesmo tempo em que temos mais informações sobre os prejuízos associados aos tragos, o hábito de beber ainda é aceito e incentivado socialmente. Segundo o psiquiatra Arthur Guerra, cofundador da Caliandra Saúde Mental, alguns indivíduos são mais vulneráveis ao líquido, como aqueles com casos de dependência na família. “Essas pessoas talvez tenham uma enzima no fígado que metaboliza o álcool com facilidade maior. Em um mundo estressante e competitivo, com ansiedade, depressão e insônia, se elas tiverem a chance de usar álcool como uma bengala, podem ter dificuldade no futuro. O álcool não emite sinal de que está fazendo mal. Quando começa a dar problema, talvez seja tarde demais.” — Arthur Guerra, psiquiatra Guerra vê com bons olhos ações como o Janeiro Seco, um movimento em prol da sobriedade temporária que nasceu no Reino Unido em 2013 e tem ganhado novos adeptos ano a ano. Muitas pessoas acreditam, erroneamente, que apenas a abstinência a longo prazo traz benefícios. “Na primeira semana, você já começa a perder peso, porque o álcool é muito calórico. Na segunda, o sono fica mais reparador e menos entrecortado. O intestino funciona melhor e diminui a irritabilidade também”, enumera o psiquiatra. Para quem quer embarcar nessa onda, algumas ações podem ajudar a cortar ou reduzir o consumo da bebida. Identificar o motivo Qual é a sua motivação para beber menos? Você quer ficar com o corpo menos inchado? Um exame apontou um índice alterado? É possível também que o álcool esteja prejudicando as suas relações ou o seu trabalho, por exemplo. As razões podem ser inúmeras. Identificar a sua a ajudará a manter o foco. Monitorar o quanto você bebe Ao registrar o que e quanto bebe por algumas semanas, você poderá entender seu padrão de ingestão. Guerra recomenda baixar o app Reframe. “O aplicativo ajuda a monitorar o consumo e até mesmo os gastos relacionados ao hábito, porque o álcool é caro”, diz. Procurar a sua turma Segundo o psiquiatra, é uma boa ideia se aproximar de pessoas que bebem pouco ou nada. Se os encontros da sua galera giram em torno da birita, vai ficar mais difícil resistir à tentação. Buscar uma nova fonte de prazer Algumas pessoas estão tão acostumadas a beber nos momentos de lazer, que não sabem mais se divertir sem um trago. Existem outras formas tanto de relaxamento quanto de euforia, como os esportes. A dica anterior, de procurar uma turma mais alinhada com a sua nova versão, pode ser útil nesse caso também. Praticar dizer não Você não deve satisfação a ninguém, mas ter uma resposta curta na ponta da língua pode ajudar a minimizar a atenção ao fato de que você não tem um drinque alcoólico na mão. Antes de ir a um evento regado a bebida, é uma boa ideia preparar o que vai dizer quando chegar lá. Diminuir o ritmo Uma das dicas da campanha britânica Dry January, que deu origem ao Janeiro Seco, é aproveitar cada dose lentamente. “Pode ajudar beber apenas o que você realmente gosta e pular o que você está bebendo só por beber. E vale a pena ter em mente que as doses que você serve em casa costumam ser maiores do que as dos bares”, orienta o site do movimento. Fonte: Marie Claire
Autocuidado no ambiente de trabalho é essencial para a saúde física e mental

Estratégias práticas para implementar o autocuidado no ambiente de trabalho. Por Dr. Arthur Guerra, psiquiatra e cofundador da Caliandra Saúde Mental, empresa especializada em saúde mental e treinamento de lideranças. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental é um estado de bem-estar que permite ao indivíduo desenvolver suas habilidades, lidar com o estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com as pessoas ao seu redor. Nos últimos anos, o diálogo acerca da saúde mental tem ganhado destaque nas discussões sobre bem-estar, incluindo o ambiente corporativo. No contexto das iniciativas de apoio e promoção de saúde mental nas empresas, ressalto a importância do autocuidado para a saúde integral, que abrange tanto a saúde mental quanto a física. Um dos principais desafios ao autocuidado no trabalho é o ritmo acelerado da vida moderna, que faz com que tudo pareça urgente. A prática de multitarefas, frequentemente confundida com produtividade, traz desafios significativos, especialmente no que diz respeito à organização do tempo entre trabalho, tarefas obrigatórias, como o trânsito, e o descanso. Nesse cenário, o autocuidado algumas vezes é negligenciado ou facilmente deixado em segundo plano. Com essa correria do dia a dia, também não é raro que as pessoas deixem de priorizar as refeições. O que parece ser uma solução rápida nem sempre é saudável. Além disso, em momentos de estresse, consumir alimentos ricos em açúcar ou bebidas alcoólicas como uma “válvula de escape” pode resultar em consequências negativas para a saúde. Assim, é necessário refletir sobre a relação entre o comportamento alimentar e a saúde mental. Priorizar uma alimentação consciente e equilibrada não apenas nutre o corpo, mas também promove o bem-estar psicológico. Além dos aspectos físicos, o estresse pode intensificar sintomas como ansiedade e afetar o sono. Nessa realidade, a cultura organizacional e os relacionamentos interpessoais desempenham papéis cruciais: a falta de colaboração no ambiente de trabalho potencializa pressões diárias e pode agravar o desgaste emocional e comprometer ainda mais o bem-estar do indivíduo. Autocuidado na prática Estabelecer uma rotina de autocuidado pode ser desafiador, especialmente quando enfrentamos uma jornada de trabalho exaustiva e inúmeras demandas. No entanto, isso não deve nos impedir de abordar essa questão com atenção e determinação. Isso não significa que mudanças precisam ocorrer da noite para o dia; ao contrário, definir pequenas metas e, progressivamente, estabelecer uma rotina de autocuidado integrada ao cotidiano é uma das maneiras mais eficazes de adotar um estilo de vida mais saudável. Para cultivar essa rotina no ambiente de trabalho, apresento algumas sugestões práticas: Por fim, é importante destacar que para vivermos mais e melhor, não podemos negligenciar os cuidados com a saúde, tanto física quanto mental. Esse cuidado precisa ser um compromisso de todos nós. Lembre-se: pequenos gestos de autocuidado podem gerar grandes transformações. Experimente! Fonte: Mundo RH
Documentário retrata impacto das desigualdades sociais na saúde mental

Obra destaca histórias reais de mulheres periféricas que, por meio de um projeto social, se tornaram líderes comunitárias O Instituto Beja e a empresa Caliandra Saúde Mental, especializada em soluções de cuidados à saúde mental, lançarão na próxima quarta-feira, 4 de dezembro, o documentário “Jardim de Retalhos”.Dirigido por Alma André Castilho e Nicoly Cruvinel, a obra abordará a jornada de três mulheres da periferia de São Paulo na busca por bem-estar psicológico e emocional. De acordo com os produtores, a ideia é lançar um olhar sensível e urgente sobre o impacto das desigualdades sociais na saúde mental, expondo a realidade de uma população frequentemente marginalizada. Nesse sentido, o documentário contará como o projeto social “Gente Que Precisa Da Gente”, desenvolvido na periferia da capital paulista, impulsionou essas mulheres a se tornarem líderes comunitárias, unidas pela causa da saúde mental feminina. CEO da Caliandra, Erica Siu ressaltou o histórico por trás do projeto. “Esta iniciativa nasceu a partir do encontro de pessoas pela via acadêmica, atuação nos serviços de acolhimento da rede socioassistencial de Sapopemba e pelos coletivos de diferentes inserções na área social”, disse. Por meio de narrativas pessoais, “Jardim de Retalhos” promete ao público uma reflexão empírica sobre a importância do apoio comunitário e das políticas públicas eficazes na promoção da saúde mental em áreas de periferia. Atualmente, o “Gente Que Precisa Da Gente” atende mulheres sem restrição de idade, e articula junto às lideranças femininas locais e os profissionais da rede socioassistencial. Dentre as atividades estão prevenção, promoção e cuidados da saúde mental através de oficinas, rodas terapêuticas, acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Toda a ação é supervisionada pela psiquiatra e cofundadora da Caliandra, Dra. Camila Magalhães. Além disso, o projeto foi estruturado em colaboração com a psicóloga Heloísa de Souza Dantas e lideranças do Instituto Beja, a partir da participação ativa de representantes da comunidade assistida. A estreia da obra está prevista para às 19h, no Cinesala, que fica no bairro de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Fonte: Veja Radar
‘Jardim de Retalhos’: documentário aborda saúde mental feminina e resiliência na periferia de São Paulo

Filme inspirado no projeto “Gente Precisa de Gente” estreia dia 4 de dezembro, destacando a força de mulheres periféricas na luta por saúde mental e liderança comunitária. O documentário “Jardim de Retalhos”, dirigido por Alma André Castilho e Nicoly Cruvinel, será exibido em estreia especial nesta quarta-feira (4), às 19h, no Cinesala, em São Paulo. A obra acompanha a jornada de três mulheres da periferia paulistana que, com o apoio de um projeto social inovador, transformaram suas vidas e se tornaram líderes comunitárias. Inspirado no Projeto Social “Gente Precisa de Gente”, o filme revela as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na periferia de São Paulo, onde as desigualdades sociais intensificam os desafios da saúde mental. Ao mesmo tempo, o documentário destaca a força e a solidariedade que surgem nesses contextos, promovendo um olhar sensível e reflexivo sobre a importância do apoio comunitário e de políticas públicas eficazes. No documentário, as histórias das mulheres participantes mostram como o apoio comunitário e o acesso a serviços especializados podem gerar mudanças significativas em vidas marcadas por adversidades. O filme destaca, ainda, o poder da rede de solidariedade feminina na superação de traumas e no fortalecimento emocional. Impacto do projeto na vida das participantes O projeto “Gente Precisa de Gente”, idealizado pelo Instituto Beja e pela Caliandra Saúde Mental, tem como objetivo atender mulheres em situação de alta vulnerabilidade social no bairro de Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. Desde sua criação, o projeto já impactou a vida de 150 mulheres a partir de acolhimento, fortalecimento da rede de apoio, oficinas terapêuticas e acompanhamento psicológico e psiquiátrico. As atividades são orientadas por uma equipe multidisciplinar liderada pela médica Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra, e pela psicóloga Elisangela Miranda, que coordena os trabalhos na comunidade. “Implantar um trabalho desses em uma região de alta vulnerabilidade requer um olhar atento às demandas específicas de famílias, mulheres e crianças afetadas pela violência ou em risco emocional”, explica Elisangela. O trailer de “Jardim de Retalhos” já está disponível no YouTube, e a estreia promete emocionar e provocar reflexões sobre a urgência de iniciativas que promovam saúde mental e igualdade social nas periferias do Brasil. Serviço Lançamento documentário “Jardim de retalhos” Quando: 4 de dezembro Horário: às 19h Onde: Cinesala – Rua Fradique Coutinho, 361 – Pinheiros (SP) Fonte: Alma Preta
Quais são as moedas de troca quando se fala de bem-estar no trabalho?

O crescimento, a inovação e a sustentabilidade de uma organização são fatores diretamente influenciados pela qualidade da saúde mental de seus colaboradores e, consequentemente, seu bem-estar no trabalho. Profissionais que desfrutam de bem-estar emocional tendem a realizar suas atividades laborais com foco, colaboração e motivação. Dessa forma, a entrega para a empresa é mais do que o tempo do colaborador. Atualmente (e felizmente!), estamos mais conscientes das questões de bem-estar no trabalho e atentos à necessidade do constante cuidado com a saúde física e mental. Conforme um estudo da consultoria de recrutamento Michael Page, 56% dos brasileiros entrevistados afirmam “estarem dispostos a rejeitar uma promoção se acreditarem que as novas responsabilidades terão um efeito negativo em seu bem-estar”. Equílibrio entre vida pessoal e profissional Na mesma pesquisa, quando questionados sobre “quais fatores têm mais poder para influenciar a satisfação no trabalho”, 52% dos brasileiros destacam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Vale ressaltar que esse fator aparece à frente de salários competitivos (opção citada por 43% dos entrevistados) e progressão na carreira (33%). Anteriormente, uma escala de prioridade como essa não era considerada, tendo em vista que sentimentos e emoções não tinham espaço no ambiente corporativo. Não há mais dúvidas que o bem-estar emocional tem impacto significativo no dia a dia da empresa, nas relações corporativas e nos resultados do negócio. Um time emocionalmente saudável favorece um ambiente de trabalho positivo, produtivo e sustentável, o que eleva o valor da organização. Nós somos responsáveis Claro, cada um de nós deve ser responsável pelo cuidado com sua própria saúde mental. Mas, considerando o ambiente de trabalho, é dever da empresa compartilhar essa responsabilidade a partir de programas de promoção de saúde mental condizentes com sua cultura e seu negócio. A demanda é por uma jornada consistente e contínua de prevenção, diagnóstico e tratamento. Desde a atuação transversal de profissionais de saúde ocupacional junto às equipes, passando pela identificação e conexão de pessoas com sofrimento emocional aos serviços de saúde mental. Bem como até o letramento da liderança e das equipes para aumentar o conhecimento sobre o tema e diminuir as barreiras para os cuidados. As moedas de troca do bem-estar no trabalho equivalem, na verdade, a um investimento com retorno. A saúde mental dos colaboradores se traduz em produtividade, retenção de talentos e um ambiente de trabalho mais sustentável e positivo. De nada adiantam salários atraentes, bônus generosos ou promoções se a pressão e o estresse levarem o time à exaustão. Trocar o bem-estar por resultados imediatos funciona apenas por um curto prazo. Logo, a conta chega e os juros da exaustão podem ser altíssimos. Priorizar a saúde mental é investir em um futuro próspero e sustentável para a empresa, o colaborador e a sociedade. Fonte: RH Pra Você