Janeiro Seco: 6 estratégias para beber menos álcool

É crescente no mundo o número de pessoas que estão parando ou diminuindo o consumo de bebida. Algumas dicas ajudam a embarcar nessa onda que faz bem à saúde É só olhar ao redor para constatar: muitas pessoas estão parando ou diminuindo o consumo de álcool. O movimento conhecido como sober curious, ou curioso sóbrio, em tradução livre, é confirmado pelas estatísticas. O levantamento O Dossiê das Bebidas, feito pela MindMiners, apontou que 41% dos brasileiros entrevistados em 2024 alteraram o volume de ingestão alcoólica nos últimos 12 meses, sendo que 33% reduziram o consumo. Os mais jovens são os menos interessados em beber. Dentre os entrevistados da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), 45% não tomam uma gota. Os benefícios de abraçar essa causa são diversos. O consumo de álcool está associado a câncer, doenças cardiovasculares, problemas gastrointestinais, distúrbios mentais e risco de lesões resultantes de acidentes e violências, só para citar alguns exemplos. Estudos têm mostrado malefícios até mesmo com doses baixas. Vivemos uma fase de transição cultural. Ao mesmo tempo em que temos mais informações sobre os prejuízos associados aos tragos, o hábito de beber ainda é aceito e incentivado socialmente. Segundo o psiquiatra Arthur Guerra, cofundador da Caliandra Saúde Mental, alguns indivíduos são mais vulneráveis ao líquido, como aqueles com casos de dependência na família. “Essas pessoas talvez tenham uma enzima no fígado que metaboliza o álcool com facilidade maior. Em um mundo estressante e competitivo, com ansiedade, depressão e insônia, se elas tiverem a chance de usar álcool como uma bengala, podem ter dificuldade no futuro. O álcool não emite sinal de que está fazendo mal. Quando começa a dar problema, talvez seja tarde demais.” — Arthur Guerra, psiquiatra Guerra vê com bons olhos ações como o Janeiro Seco, um movimento em prol da sobriedade temporária que nasceu no Reino Unido em 2013 e tem ganhado novos adeptos ano a ano. Muitas pessoas acreditam, erroneamente, que apenas a abstinência a longo prazo traz benefícios. “Na primeira semana, você já começa a perder peso, porque o álcool é muito calórico. Na segunda, o sono fica mais reparador e menos entrecortado. O intestino funciona melhor e diminui a irritabilidade também”, enumera o psiquiatra. Para quem quer embarcar nessa onda, algumas ações podem ajudar a cortar ou reduzir o consumo da bebida. Identificar o motivo Qual é a sua motivação para beber menos? Você quer ficar com o corpo menos inchado? Um exame apontou um índice alterado? É possível também que o álcool esteja prejudicando as suas relações ou o seu trabalho, por exemplo. As razões podem ser inúmeras. Identificar a sua a ajudará a manter o foco. Monitorar o quanto você bebe Ao registrar o que e quanto bebe por algumas semanas, você poderá entender seu padrão de ingestão. Guerra recomenda baixar o app Reframe. “O aplicativo ajuda a monitorar o consumo e até mesmo os gastos relacionados ao hábito, porque o álcool é caro”, diz. Procurar a sua turma Segundo o psiquiatra, é uma boa ideia se aproximar de pessoas que bebem pouco ou nada. Se os encontros da sua galera giram em torno da birita, vai ficar mais difícil resistir à tentação. Buscar uma nova fonte de prazer Algumas pessoas estão tão acostumadas a beber nos momentos de lazer, que não sabem mais se divertir sem um trago. Existem outras formas tanto de relaxamento quanto de euforia, como os esportes. A dica anterior, de procurar uma turma mais alinhada com a sua nova versão, pode ser útil nesse caso também. Praticar dizer não Você não deve satisfação a ninguém, mas ter uma resposta curta na ponta da língua pode ajudar a minimizar a atenção ao fato de que você não tem um drinque alcoólico na mão. Antes de ir a um evento regado a bebida, é uma boa ideia preparar o que vai dizer quando chegar lá. Diminuir o ritmo Uma das dicas da campanha britânica Dry January, que deu origem ao Janeiro Seco, é aproveitar cada dose lentamente. “Pode ajudar beber apenas o que você realmente gosta e pular o que você está bebendo só por beber. E vale a pena ter em mente que as doses que você serve em casa costumam ser maiores do que as dos bares”, orienta o site do movimento. Fonte: Marie Claire
Autocuidado no ambiente de trabalho é essencial para a saúde física e mental

Estratégias práticas para implementar o autocuidado no ambiente de trabalho. Por Dr. Arthur Guerra, psiquiatra e cofundador da Caliandra Saúde Mental, empresa especializada em saúde mental e treinamento de lideranças. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental é um estado de bem-estar que permite ao indivíduo desenvolver suas habilidades, lidar com o estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com as pessoas ao seu redor. Nos últimos anos, o diálogo acerca da saúde mental tem ganhado destaque nas discussões sobre bem-estar, incluindo o ambiente corporativo. No contexto das iniciativas de apoio e promoção de saúde mental nas empresas, ressalto a importância do autocuidado para a saúde integral, que abrange tanto a saúde mental quanto a física. Um dos principais desafios ao autocuidado no trabalho é o ritmo acelerado da vida moderna, que faz com que tudo pareça urgente. A prática de multitarefas, frequentemente confundida com produtividade, traz desafios significativos, especialmente no que diz respeito à organização do tempo entre trabalho, tarefas obrigatórias, como o trânsito, e o descanso. Nesse cenário, o autocuidado algumas vezes é negligenciado ou facilmente deixado em segundo plano. Com essa correria do dia a dia, também não é raro que as pessoas deixem de priorizar as refeições. O que parece ser uma solução rápida nem sempre é saudável. Além disso, em momentos de estresse, consumir alimentos ricos em açúcar ou bebidas alcoólicas como uma “válvula de escape” pode resultar em consequências negativas para a saúde. Assim, é necessário refletir sobre a relação entre o comportamento alimentar e a saúde mental. Priorizar uma alimentação consciente e equilibrada não apenas nutre o corpo, mas também promove o bem-estar psicológico. Além dos aspectos físicos, o estresse pode intensificar sintomas como ansiedade e afetar o sono. Nessa realidade, a cultura organizacional e os relacionamentos interpessoais desempenham papéis cruciais: a falta de colaboração no ambiente de trabalho potencializa pressões diárias e pode agravar o desgaste emocional e comprometer ainda mais o bem-estar do indivíduo. Autocuidado na prática Estabelecer uma rotina de autocuidado pode ser desafiador, especialmente quando enfrentamos uma jornada de trabalho exaustiva e inúmeras demandas. No entanto, isso não deve nos impedir de abordar essa questão com atenção e determinação. Isso não significa que mudanças precisam ocorrer da noite para o dia; ao contrário, definir pequenas metas e, progressivamente, estabelecer uma rotina de autocuidado integrada ao cotidiano é uma das maneiras mais eficazes de adotar um estilo de vida mais saudável. Para cultivar essa rotina no ambiente de trabalho, apresento algumas sugestões práticas: Por fim, é importante destacar que para vivermos mais e melhor, não podemos negligenciar os cuidados com a saúde, tanto física quanto mental. Esse cuidado precisa ser um compromisso de todos nós. Lembre-se: pequenos gestos de autocuidado podem gerar grandes transformações. Experimente! Fonte: Mundo RH
Documentário retrata impacto das desigualdades sociais na saúde mental

Obra destaca histórias reais de mulheres periféricas que, por meio de um projeto social, se tornaram líderes comunitárias O Instituto Beja e a empresa Caliandra Saúde Mental, especializada em soluções de cuidados à saúde mental, lançarão na próxima quarta-feira, 4 de dezembro, o documentário “Jardim de Retalhos”.Dirigido por Alma André Castilho e Nicoly Cruvinel, a obra abordará a jornada de três mulheres da periferia de São Paulo na busca por bem-estar psicológico e emocional. De acordo com os produtores, a ideia é lançar um olhar sensível e urgente sobre o impacto das desigualdades sociais na saúde mental, expondo a realidade de uma população frequentemente marginalizada. Nesse sentido, o documentário contará como o projeto social “Gente Que Precisa Da Gente”, desenvolvido na periferia da capital paulista, impulsionou essas mulheres a se tornarem líderes comunitárias, unidas pela causa da saúde mental feminina. CEO da Caliandra, Erica Siu ressaltou o histórico por trás do projeto. “Esta iniciativa nasceu a partir do encontro de pessoas pela via acadêmica, atuação nos serviços de acolhimento da rede socioassistencial de Sapopemba e pelos coletivos de diferentes inserções na área social”, disse. Por meio de narrativas pessoais, “Jardim de Retalhos” promete ao público uma reflexão empírica sobre a importância do apoio comunitário e das políticas públicas eficazes na promoção da saúde mental em áreas de periferia. Atualmente, o “Gente Que Precisa Da Gente” atende mulheres sem restrição de idade, e articula junto às lideranças femininas locais e os profissionais da rede socioassistencial. Dentre as atividades estão prevenção, promoção e cuidados da saúde mental através de oficinas, rodas terapêuticas, acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Toda a ação é supervisionada pela psiquiatra e cofundadora da Caliandra, Dra. Camila Magalhães. Além disso, o projeto foi estruturado em colaboração com a psicóloga Heloísa de Souza Dantas e lideranças do Instituto Beja, a partir da participação ativa de representantes da comunidade assistida. A estreia da obra está prevista para às 19h, no Cinesala, que fica no bairro de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Fonte: Veja Radar
‘Jardim de Retalhos’: documentário aborda saúde mental feminina e resiliência na periferia de São Paulo

Filme inspirado no projeto “Gente Precisa de Gente” estreia dia 4 de dezembro, destacando a força de mulheres periféricas na luta por saúde mental e liderança comunitária. O documentário “Jardim de Retalhos”, dirigido por Alma André Castilho e Nicoly Cruvinel, será exibido em estreia especial nesta quarta-feira (4), às 19h, no Cinesala, em São Paulo. A obra acompanha a jornada de três mulheres da periferia paulistana que, com o apoio de um projeto social inovador, transformaram suas vidas e se tornaram líderes comunitárias. Inspirado no Projeto Social “Gente Precisa de Gente”, o filme revela as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na periferia de São Paulo, onde as desigualdades sociais intensificam os desafios da saúde mental. Ao mesmo tempo, o documentário destaca a força e a solidariedade que surgem nesses contextos, promovendo um olhar sensível e reflexivo sobre a importância do apoio comunitário e de políticas públicas eficazes. No documentário, as histórias das mulheres participantes mostram como o apoio comunitário e o acesso a serviços especializados podem gerar mudanças significativas em vidas marcadas por adversidades. O filme destaca, ainda, o poder da rede de solidariedade feminina na superação de traumas e no fortalecimento emocional. Impacto do projeto na vida das participantes O projeto “Gente Precisa de Gente”, idealizado pelo Instituto Beja e pela Caliandra Saúde Mental, tem como objetivo atender mulheres em situação de alta vulnerabilidade social no bairro de Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. Desde sua criação, o projeto já impactou a vida de 150 mulheres a partir de acolhimento, fortalecimento da rede de apoio, oficinas terapêuticas e acompanhamento psicológico e psiquiátrico. As atividades são orientadas por uma equipe multidisciplinar liderada pela médica Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra, e pela psicóloga Elisangela Miranda, que coordena os trabalhos na comunidade. “Implantar um trabalho desses em uma região de alta vulnerabilidade requer um olhar atento às demandas específicas de famílias, mulheres e crianças afetadas pela violência ou em risco emocional”, explica Elisangela. O trailer de “Jardim de Retalhos” já está disponível no YouTube, e a estreia promete emocionar e provocar reflexões sobre a urgência de iniciativas que promovam saúde mental e igualdade social nas periferias do Brasil. Serviço Lançamento documentário “Jardim de retalhos” Quando: 4 de dezembro Horário: às 19h Onde: Cinesala – Rua Fradique Coutinho, 361 – Pinheiros (SP) Fonte: Alma Preta
Quais são as moedas de troca quando se fala de bem-estar no trabalho?

O crescimento, a inovação e a sustentabilidade de uma organização são fatores diretamente influenciados pela qualidade da saúde mental de seus colaboradores e, consequentemente, seu bem-estar no trabalho. Profissionais que desfrutam de bem-estar emocional tendem a realizar suas atividades laborais com foco, colaboração e motivação. Dessa forma, a entrega para a empresa é mais do que o tempo do colaborador. Atualmente (e felizmente!), estamos mais conscientes das questões de bem-estar no trabalho e atentos à necessidade do constante cuidado com a saúde física e mental. Conforme um estudo da consultoria de recrutamento Michael Page, 56% dos brasileiros entrevistados afirmam “estarem dispostos a rejeitar uma promoção se acreditarem que as novas responsabilidades terão um efeito negativo em seu bem-estar”. Equílibrio entre vida pessoal e profissional Na mesma pesquisa, quando questionados sobre “quais fatores têm mais poder para influenciar a satisfação no trabalho”, 52% dos brasileiros destacam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Vale ressaltar que esse fator aparece à frente de salários competitivos (opção citada por 43% dos entrevistados) e progressão na carreira (33%). Anteriormente, uma escala de prioridade como essa não era considerada, tendo em vista que sentimentos e emoções não tinham espaço no ambiente corporativo. Não há mais dúvidas que o bem-estar emocional tem impacto significativo no dia a dia da empresa, nas relações corporativas e nos resultados do negócio. Um time emocionalmente saudável favorece um ambiente de trabalho positivo, produtivo e sustentável, o que eleva o valor da organização. Nós somos responsáveis Claro, cada um de nós deve ser responsável pelo cuidado com sua própria saúde mental. Mas, considerando o ambiente de trabalho, é dever da empresa compartilhar essa responsabilidade a partir de programas de promoção de saúde mental condizentes com sua cultura e seu negócio. A demanda é por uma jornada consistente e contínua de prevenção, diagnóstico e tratamento. Desde a atuação transversal de profissionais de saúde ocupacional junto às equipes, passando pela identificação e conexão de pessoas com sofrimento emocional aos serviços de saúde mental. Bem como até o letramento da liderança e das equipes para aumentar o conhecimento sobre o tema e diminuir as barreiras para os cuidados. As moedas de troca do bem-estar no trabalho equivalem, na verdade, a um investimento com retorno. A saúde mental dos colaboradores se traduz em produtividade, retenção de talentos e um ambiente de trabalho mais sustentável e positivo. De nada adiantam salários atraentes, bônus generosos ou promoções se a pressão e o estresse levarem o time à exaustão. Trocar o bem-estar por resultados imediatos funciona apenas por um curto prazo. Logo, a conta chega e os juros da exaustão podem ser altíssimos. Priorizar a saúde mental é investir em um futuro próspero e sustentável para a empresa, o colaborador e a sociedade. Fonte: RH Pra Você
Setembro amarelo também reforça a saúde mental pós-luto

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, em 2023 o Brasil registrou cerca de 38 suicídios por dia. Diante deste cenário, especialistas da Caliandra Saúde Mental, empresa que atua com saúde mental e treinamento de lideranças destacaram alguns pontos importantes para a construção de um espaço de compreensão e acolhimento aos enlutados. Para a Dra. Camila Magalhães Silveira, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental, a posvenção é um passo importante que consiste nos primeiros socorros psicológicos após um suicídio ou tentativa. No ambiente corporativo, o processo envolve suporte a gestores para lidar com as consequências do ocorrido entre colaboradores, o que inclui proporcionar acolhimento, apoio emocional, orientações e atendimento personalizado. “É importante desenvolver as ações em prol do bem-estar de toda a equipe para que saibam lidar com este desafio. Mas, é necessário ter atenção à maneira que o assunto é abordado, favorecendo o diálogo e expressão de sentimentos de modo claro e sem julgamentos. Neste diálogo, pode haver a discussão dos mitos e estigmas sobre o suicídio a fim de elaborarem em conjunto com especialistas em saúde mental, as estratégias de enfrentamento ao luto”, complementa a especialista. Erica Siu, CEO da Caliandra Saúde Mental, destaca que é essencial orientar as empresas para estabelecer estratégias de curto, médio e longo prazo para os casos de posvenção. As medidas imediatas ao ocorrido englobam estratégias de isolamento do local, caso o fato tenha ocorrido na empresa, além de acolhimento e comunicação empática com a equipe. Em médio prazo, recomenda-se que sejam realizadas ações de prevenção e suporte emocional, especialmente para que casos de sofrimento emocional sejam identificados e tratados precocemente. Já em longo prazo, é preciso consolidar uma cultura de cuidado e apoio, a partir do letramento e sensibilização para o tema e recursos de cuidado de qualidade. Esses cuidados são cruciais para auxiliar a organização a enfrentar o episódio e prevenir novos incidentes. Vale ressaltar que independentemente do local, é essencial estabelecer um plano de acolhimento para os “sobreviventes” e envolvidos, complementa. Dra. Camila afirma que proporcionar um atendimento 24×7 é garantir um canal de apoio muito importante para as empresas e funcionários. “Em situações extremas, como crises coletivas, tragédias e catástrofes naturais, o atendimento presencial e outros recursos aplicados pela equipe se tornam primordiais”, comenta. A Caliandra Saúde Mental conta com o SOS Saúde Mental, que consiste em disponibilizar acolhimento emocional emergencial 24 horas por dia, 7 dias da semana. A partir dessa triagem inicial, o caso pode ser encaminhado ao ambulatório virtual de saúde mental, com atendimento especializado (teleconsultas psiquiátricas e psicológicas). Vale destacar que este serviço pode ser feito tanto em empresas quanto em escolas, sempre mantendo o sigilo e anonimato de quem o utiliza. Além disso, garante um cuidado de saúde mental, já que o paciente não precisa aguardar por uma consulta médica agendada e, muitas vezes, a janela de oportunidade para essa oferta de cuidado é curta. Barreiras como o preconceito dificultam a busca por ajuda, tornando crucial estar disponível quando essa pessoa procura apoio. Sobre a Caliandra Saúde Mental Fundada pelos psiquiatras Dr. Arthur Guerra de Andrade e Dra. Camila Magalhães Silveira, a Caliandra Saúde Mental atua na gestão de crises que impactam a saúde emocional, desde crises situacionais (como luto, suicídio, assédio) a coletivas, incluindo desastres naturais, acidentes aéreos, crises econômicas, entre outros. A Caliandra oferece programas a partir de soluções integradas de cuidados em saúde mental com a prevenção, que é realizada a partir do letramento e sensibilização, com treinamentos de lideranças, rodas de conversas e palestras. A Caliandra conta com um Ambulatório Virtual para atendimentos eletivos em saúde mental e nutrição, oferecendo consultas com psiquiatras, psicólogos e nutricionistas, além do serviço SOS Saúde Mental, que garante acolhimento emocional emergencial, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, proporcionando um atendimento em momentos críticos. Fonte: Terra
“Quando as lideranças estão adoecidas, a equipe toda fica doente”

Dr. Arthur Guerra, psiquiatra e cofundador da Caliandra Saúde Mental, fala sobre burnout, excesso de conectividade, a importância do sono e como ter uma empresa saudável. As empresas, assim como as pessoas, também podem adoecer. E a liderança é responsável por criar um ambiente de bem-estar, observar mudanças de comportamento da equipe e oferecer ajuda profissional. É essa a visão do psiquiatra Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, com ampla experiência clínica e de coordenação de políticas públicas. Ele também é autor, junto com o publicitário Nizan Guanaes, do livro Você aguenta ser feliz? em que os dois falam sobre a importância da atividade física para a saúde mental. Guerra era psiquiatra de Nizan e lhe receitou a corrida como remédio contra a depressão. Nizan gostou tanto que virou um entusiasta e divulgador do novo estilo de vida. Há quatro anos, Arthur Guerra fundou, com a também psiquiatra Camila Magalhães, a Caliandra Saúde Mental, para cuidar da saúde mental das empresas. Fazem isso por meio de atendimento emergencial em casos graves como suicídio, burnout ou desastres naturais, ou em projetos maiores, para preparar a liderança da empresa para se conscientizar do seu papel na busca de uma empresa mais saudável. “Começamos a cuidar da empresa como se fosse um paciente. Não só o executivo, o líder, o diretor, mas a empresa como um todo”, disse Arthur nesta entrevista à [EXP]. Muitas vezes, porém, tudo começa com os executivos. “Vemos que o sofrimento nuclear da empresa acaba sendo com a liderança, com os gerentes, supervisores. Quando essas pessoas estão adoecidas, a equipe toda fica doente”, afirma. Como fazer o caminho contrário, em direção a uma empresa mais saudável? Essa é uma das questões que ele responde nesta entrevista. Dr. Arthur, o senhor já tem muita experiência clínica, em projetos de saúde pública, como professor e há quatro anos fundou a Caliandra. Qual foi a lacuna que notou no mercado? Arthur Guerra – Uma parte importante dos pacientes que temos são executivos altamente adoecidos, estressados, angustiados, depressivos, que consomem álcool, drogas, não se cuidam. Os próprios executivos começaram a nos cutucar, pedindo palestras, e, quando fomos olhar o mercado, vimos que não havia nada desse tipo estruturado, com a nossa expertise, para fazer o diagnóstico e abordar de uma forma moderna e ágil problemas graves que encontrávamos na saúde mental das empresas. Nós começamos a cuidar da empresa como se fosse um paciente. Não só o executivo, o líder, o diretor, mas a empresa como um todo. E a partir daí começaram a aparecer empresas grandes, modernas. Está sendo uma experiência muito, muito bacana. Como vocês atuam? Qual é o papel da liderança nesse processo de saúde mental na empresa? O primeiro passo é ouvir a dor da empresa. Por que eles estão nos chamando? É alguma coisa um pouco mais prática? Nós trabalhamos com empresas que têm problemas emergenciais, como suicídio, ou que lidam com calamidades, problemas graves que precisam de uma atuação imediata, e conseguimos atuar com essa prontidão. O primeiro passo é fazer um diagnóstico. Muitas vezes vemos que o sofrimento nuclear da empresa acaba sendo com a liderança, os gerentes, os supervisores. Quando essas pessoas estão adoecidas, a equipe toda fica doente. Tem um ditado que eu gosto de falar: quando o maestro desafina, a orquestra toda desafina. E esse maestro pode estar nos diferentes níveis hierárquicos. Um gerente que cuida de 15 pessoas é superimportante, porque se ele não estiver bem, se estiver com depressão, ou ansioso, as 15 pessoas da equipe vão estar comprometidas também. O mesmo vale para líderes com equipes de 50, 100, 300 pessoas, ou presidentes de empresas com 30 mil pessoas. “Nós começamos a cuidar da empresa como se fosse um paciente. Não só o executivo, o líder, o diretor, mas a empresa como um todo.” É aquela frase do avião, né? Coloque a máscara em você antes de cuidar dos outros. Isso vale também para essa situação? Exatamente. Essa frase é perfeita. Tem um ditado que eu gosto de falar que é o seguinte: o exemplo não é a melhor forma de você ensinar alguma coisa para alguém. É a única. Então, se o exemplo não vier de você, líder, não vai vir de outros lugares. É você que está na liderança e que pode identificar e fazer o encaminhamento para o tratamento. O que a gente vê na prática é que muitos líderes estão sobrecarregados e não têm esse autocuidado. Pessoas que trabalham demais e glorificam isso. E exigem, com palavras ou pelo próprio exemplo, que toda a equipe faça o mesmo. Como cuidar num ambiente desses? De forma geral a empresa é composta por seus recursos humanos. O valor da empresa são as pessoas. E elas, de forma geral, não estão dissociadas do mundo onde vivemos. As lideranças, seja na área empresarial, artística, esportiva, ou cultural são muito frágeis. Elas acabam adoecidas não só pela empresa, mas também pelo mundo em que vivem, que está doente. São pessoas que já têm um transtorno, com ou sem a empresa. Algumas empresas são cruéis, apertam e sugam toda sua energia. Se você bater a meta, você é um cara legal. Se não, tchau. Custe o que custar. Por isso temos tantos casos de burnout, as pessoas não aguentam. O burnout é sempre ligado ao trabalho ou não só? Burnout é uma doença crônica, ligada ao ambiente de trabalho. Burnout é um quadro em que a pessoa manifesta depressão, cansaço, irritabilidade, falta de eficiência. Ela não tem mais energia pra nada, pensa na morte e pode até tentar se matar. Mas tudo ligado a um ambiente insalubre, onde a pessoa não consegue render bem. Quando as empresas procuram a Caliandra, quais são as principais queixas que elas trazem? Normalmente é algo que impacta toda a comunidade, como um suicídio, ou um burnout. Ou em caso de calamidades, como a que ocorreu em Recife, no começo do ano, depois em Petrópolis. As pessoas morrem e as empresas precisam lidar com aquilo. Muitas vezes os líderes
Burnon: mais um alerta para a saúde mental dos colaboradores

O burnon, ainda pouco conhecido, destaca a necessidade de atenção ao estresse crônico no trabalho e à promoção de saúde mental nas empresas para prevenir o esgotamento profissional. Por Dra. Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental Recentemente, o termo “burnon” tem ganhado destaque. Embora ainda não seja uma síndrome cientificamente reconhecida, é um termo popularmente conhecido que indica exaustão no ambiente corporativo devido à dedicação excessiva ou “obsessão” pelo trabalho. Neste caso, a pessoa apresenta uma fixação e apego exagerado ao trabalho, chegando a romper relações sociais e a abandonar outras atividades por dificuldade em estabelecer limites. Apesar de ainda não haver estudos científicos aprofundados sobre o tema, o burnon é entendido como um mecanismo de estresse relacionado ao trabalho, com sintomas semelhantes aos do burnout — uma síndrome bem definida e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Diferente do burnout, no qual há percepção de fadiga e exaustão extrema, física, emocional e mental, no burnon parece não haver compreensão do adoecimento: a pessoa continua suas atividades, mesmo exausta, pois, apesar de cumprir suas tarefas, ainda sente que seu esforço é insuficiente. Além disso, no burnon, a pessoa perde o prazer em realizar atividades que não sejam relacionadas ao trabalho, uma vez que está exageradamente vinculada à rotina laboral, que parece trazer alívio por estar alinhada ao seu ideal de sujeito trabalhador. Por se tratar de um termo recente, ainda não há dados precisos sobre a prevalência desse problema. No entanto, o sofrimento mental associado ao estresse e à sobrecarga no ambiente de trabalho tem recebido maior atenção. Uma pesquisa conduzida pela Caliandra Saúde Mental revelou os principais temas e desafios relacionados à saúde mental enfrentados pelas empresas. Entre os 333 líderes, colaboradores e profissionais de RH entrevistados, 73% afirmam que o medo do julgamento e da discriminação são motivos para que as pessoas com problemas relacionados à saúde mental não busquem ajuda profissional. Outras barreiras citadas por cerca de 70% dos entrevistados foram o tabu em torno da saúde mental e o sentimento de insegurança ou vergonha. Entre os desafios relacionados à saúde mental que mais impactam o trabalho, destacam-se o desgaste, o cansaço e o estresse, representando 49% das respostas. Alterações de humor e falta de comunicação assertiva seguem com 22% e 10%, respectivamente. Vale salientar que, apesar do termo “burnon” ter ganhado espaço, isso reflete a necessidade contemporânea de criar patologias para o sofrimento humano. É necessário adotar uma visão mais ampla ao avaliar o estresse crônico no trabalho e suas manifestações, que geralmente decorrem de uma relação disfuncional do indivíduo com o seu trabalho, envolvendo múltiplos fatores causais. Esses fatores incluem desde aspectos relacionados à personalidade e às necessidades do indivíduo, até precariedades nas relações e condições de trabalho, falta de políticas de saúde mental nas empresas e a cultura neoliberal, pautada no individualismo, desempenho e competitividade em um contexto de crises diversas (política, econômica e socioambiental). Todo esse ecossistema gera sofrimento. As doenças relacionadas à sobrecarga de trabalho afetam a todos em uma cultura que valoriza o empreendedorismo, a competitividade e a hiperconectividade, mas cujas rápidas mudanças tecnológicas e econômicas contribuem para um clima de insegurança. Muitos profissionais atuam constantemente sob pressão, enfrentando grandes responsabilidades, dupla jornada, inversão de turno ou ambientes de trabalho com demandas excessivas, lideranças abusivas e equipes reduzidas, o que os coloca em maior risco de desenvolver algum prejuízo emocional. Para minimizar os impactos, algumas medidas são eficazes, como estabelecer limites claros, praticar o autocuidado e procurar apoio profissional ao perceber tal sofrimento. No processo de tratamento, é necessário reconhecer e reduzir os fatores que levam aos sintomas de estresse, sobrecarga e exaustão. Além do gerenciamento dos fatores estressantes, o tratamento pode incluir melhorias na alimentação, sono, exercícios, comunicação com chefias, psicoterapia para percepção das angústias e organização dos afetos, tempo para lazer e, quando necessário, prescrição de medicação. Para que o tratamento de casos de sofrimento relacionado ao ambiente de trabalho seja eficaz, é essencial que haja interlocução entre o indivíduo e a instituição, seja por meio do médico do trabalho, RH ou líder direto, para ajustes em suas atividades laborais. Ou seja, um tratamento efetivo desses casos depende de ações conjuntas entre colaborador, empresa e profissionais de saúde especializados. O tratamento deve ser individualizado e pode envolver diversas abordagens (terapia, mudanças no estilo de vida, manejo de estresse), dependendo da gravidade e dos sintomas apresentados. Mas é preciso reforçar que, além das estratégias centradas no indivíduo, ações de prevenção e assistência no ambiente laboral também devem ser adotadas. Isso ressalta a importância de investimentos em ações para os colaboradores, abordando o tema de maneira efetiva, promovendo o letramento em saúde mental e treinando líderes para intervir quando necessário. Para que um colaborador se sinta à vontade para conversar com seu gestor sobre esse tema, é preciso que a liderança seja acessível, o que pode ser construído a partir de sensibilização e treinamento das equipes. O melhor programa de saúde mental é aquele elaborado em parceria, customizado ao perfil da empresa e de seus diferentes níveis e setores. Ao adotar uma comunicação clara, empática e humana, pautada na ética médica e assegurando aos colaboradores a confidencialidade dos dados de saúde, aumentam-se as probabilidades de utilização das ferramentas oferecidas. Promover e proporcionar um serviço especializado em saúde mental contínuo significa quebrar barreiras para a busca por ajuda – essa prontidão no cuidado traz repercussões muito positivas para o indivíduo e para a empresa. Como costumamos dizer, o bem-estar emocional no ambiente de trabalho é uma responsabilidade compartilhada. Fonte: Mundo RH
Profissionais da geração Z lideram o uso de medicamentos para saúde mental

Segundo levantamento da Vidalink, trabalhadores de 19 a 23 anos representam a maior porcentagem de compras de medicamentos para saúde mental (28,5%) – especialistas analisam o cenário. Uso de medicamentos para saúde mental é maior na faixa etária de 19 a 23 anos (28,5%), seguido da faixa entre 24 a 29 (22,7%), aponta levantamento da Vidalink, empresa de plano de bem-estar corporativo. Os dados fazem parte da análise da compra de medicamentos de 196.677 funcionários entre 250 empresas no Brasil. Além disso, o Panorama da Saúde Mental, desenvolvido pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, aponta que jovens brasileiros com idades entre 16 e 24 anos estão entre os mais afetados por problemas de saúde mental. Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, destaca a preocupação em apoiar as novas gerações que chegam ao mercado de trabalho. “A Geração Z é digitalmente nativa e, com isso, teve que crescer em uma realidade de cyberbullying, abusos online e comparações potencializadoras de problemas de autoestima e ansiedade crônica. Além disso, são em grande parte conscientes das questões globais e possuem preocupações inerentes sobre o futuro. Tudo isso faz parte da construção de uma geração mais sensível ao tópico da saúde mental, embora não seja a única afetada”, declara Luis González. Nikolas Heine, médico psiquiatra e Coordenador de Psiquiatria da Caliandra Saúde Mental, destaca o impacto da imprevisibilidade do mercado de trabalho na saúde mental dos jovens: “O impacto da automação e da IA no trabalho gera uma incerteza que dificulta para os jovens se estruturarem para o futuro. Isso, geralmente, resulta em sobrecarga emocional, manifestando-se em sintomas ansiosos, depressivos, impulsivos e psicossomáticos”. Para o psiquiatra, tanto a maior disponibilidade de profissionais capazes de fazer o diagnóstico quanto o modo como a geração Z foi criada são fatores que contribuem para maior incidência de problemas de saúde mental. “Nossa cultura de parentalidade, focada no cuidado emocional, muitas vezes impede que os jovens experimentem frustrações durante o desenvolvimento, deixando-os menos preparados para lidar com elas na vida adulta. Isso faz com que cada vez mais jovens percebam sintomas emocionais como doenças. Além disso, hoje temos mais profissionais para realizar diagnósticos, o que não era comum em gerações anteriores”, complementa o Dr. As novas gerações demonstram maior aceitação e estão reduzindo os estigmas relacionados à saúde mental, reconhecem a importância de cuidar da mente e estão mais dispostas a aderir ao tratamento medicamentoso, quando necessário. O levantamento da Vidalink revela que o menor índice de uso dos medicamentos de saúde mental (14,8%) ocorre em colaboradores com mais de 59 anos. “Em muitos casos, isso pode ser explicado pelo tabu ainda existente entre gerações mais velhas para falar de saúde mental”, diz González. Por outro lado, a compra dos antidepressivos é maior nas faixas etárias da geração X e dos Millennials, entre colaboradores de 39 a 43 anos (19,8%), seguidos da faixa de 44 a 48 anos (16,5%). “Embora a geração Z seja mais ativa em assuntos de saúde mental, cada geração enfrenta seus próprios conjuntos de desafios sobre o tema, moldados por experiências de vida únicas, expectativas sociais e tecnológicas em evolução”, complementa o executivo. Segundo os especialistas, as demandas da geração Z, a busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, são grandes impulsionadores do conceito de bem-estar para o futuro do trabalho. “As gerações mais velhas costumam apresentar quadros psiquiátricos de transtornos adaptativos ou sobrecargas emocionais que geram estresse agudo, mas não procuram ajuda, pois consideram os sintomas uma reação normal. Pode-se dizer, então, que a popularização do debate sobre saúde mental pela geração Z reflete diretamente na desmistificação do tratamento para as demais gerações”, explica o Dr. Nikolas. A medicação, no entanto, não é o único fator para lidar com a saúde mental no ambiente de trabalho: “O apoio financeiro das empresas no subsídio de medicamentos para os colaboradores é fundamental a fim de garantir a continuidade do tratamento, mas é importante ter em mente a diferença que uma cultura faz na forma como esses profissionais se sentirão acolhidos. Um cenário de liderança tóxica pode agravar o quadro depressivo, por exemplo.”, alerta Luis González. Mudanças de rotina e comportamento como sono adequado, alimentação equilibrada, práticas de exercícios físicos, pausas durante o dia, acompanhamento psicológico, contato social e exposição regular ao sol são recomendadas pelo psiquiatra. “Os benefícios corporativos entram em cena para que esses trabalhadores tenham os insumos necessários para mudar o estilo de vida e cuidar da saúde, juntamente com o subsídio de medicamentos”, esclarece González. “Todas essas medidas preventivas devem ser disseminadas em campanhas de conscientização nas empresas. No entanto, é importante reforçar que esses profissionais, principalmente a geração Z, geralmente mais autoconsciente sobre suas dores, precisam buscar um diagnóstico de um psiquiatra qualificado antes de confundir o cuidado com saúde mental com quadros de doenças mentais”, finaliza Dr. Nikolas Heine. Fonte: Mundo RH
Lei de Certificação de saúde mental fortalece o tema

Recentemente, entrou em vigor a Lei 14.831/2024, que estabelece o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Este é um marco significativo para o ambiente corporativo, pois reconhece as organizações empenhadas no cuidado de saúde mental dos colaboradores. A lei define diretrizes claras, como a oferta de recursos de apoio psicológico e psiquiátrico para a equipe, a conscientização sobre o tema e o treinamento das lideranças. Em 2022, a OMS destacou o ambiente de trabalho como um lugar privilegiado para promoção da saúde mental, ressaltando que o cuidado com os colaboradores resulta em melhorias no clima organizacional, na produtividade da equipe e na qualidade das entregas. O trabalho exerce um impacto significativo no funcionamento psíquico do trabalhador, podendo gerar prazer ou sofrimento, dependendo da relevância das tarefas, das relações de reconhecimento, valorização (sentido do trabalho), cooperação, confiança e solidariedade com colegas e lideranças. Com a nova certificação, as empresas são incentivadas a repensar sua abordagem em relação à saúde mental e implementar iniciativas para o desenvolvimento de ambientes de trabalho genuinamente saudáveis e sustentáveis. É necessário transformar as organizações por meio do letramento coletivo e do cuidado individualizado e de alta qualidade em saúde mental. As estratégias e ações contribuem também para o empoderamento de equipes e líderes no tema, impulsionando a sustentabilidade emocional e mental no ambiente corporativo. Sendo assim, é preciso adaptar cada solução às necessidades específicas de cada empresa, para impulsionar uma cultura de saúde aliada à performance, com clima mais acolhedor, produtivo e com colaboradores engajados e prontos para os desafios do dia a dia. Para que essas ações sejam eficientes, é preciso inicialmente superar as barreiras do estigma, aumentar o conhecimento e a sensibilização, inclusive para facilitar a busca por tratamento e a identificação precoce do sofrimento emocional. Quando os colaboradores entendem que cuidar da saúde mental é uma prática valorizada pela empresa, sentem-se incentivados a cuidar do próprio bem-estar. De acordo com levantamento da Data Sus, os custos diretos e indiretos com problemas de saúde mental são estimados em 4-6% do PIB Global, o que representa mais do que a carga combinada de câncer, diabetes e doenças respiratórias. Vale ressaltar que, ao promover um ambiente corporativo saudável, o investimento gera um retorno financeiro significativo. Claro, apesar de não ser o principal foco de um programa de saúde mental, é um indicador importante para tornar os projetos mais eficientes, auxiliando no planejamento e ajustes das ações, visando economias a partir da melhora da saúde dos colaboradores (redução de absenteísmo, afastamentos e turnover, assim como aumento da produtividade). Por fim, destaco que, embora a saúde mental seja um tema amplamente discutido, requer atenção e não pode ser tratada de forma simplista. É importante compreender que a certificação será concedida após evidências de resultados efetivos no ambiente corporativo. Sendo assim, é indispensável mensurar estes resultados adequadamente. Por exemplo, ao longo de 12 meses de atuação em uma determinada empresa, 93% dos pacientes relataram uma melhora dos sintomas que os fizeram procurar o apoio em saúde mental. Ainda, ao analisar os casos e tempo de tratamento, pacientes com quadros graves tiveram uma média de 9 consultas psiquiátricas e alcançaram melhora em 4 meses, mostrando (ao contrário do que muitos pensam) que é possível uma melhora de sintomas em um relativo curto espaço de tempo. A mensuração precisa dos resultados é essencial para garantir que as intervenções atendam às necessidades dos colaboradores e promovam um ambiente de trabalho saudável e produtivo. A certificação representa um avanço importante e deve ser encarada com respeito e seriedade. É fundamental manter o bom senso e empatia para compreender as necessidades da empresa, bem como o perfil e a cultura dos colaboradores. Somente assim os projetos farão sentido e trarão bons resultados. Por Dra. Camila Magalhães, psiquiatra. Fonte: RH PRA VOCÊ